62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 1. Bioquímica da Nutrição
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO AQUOSO DE FRUTAS TROPICAIS
Joanna de Ângelis da Costa Barros 1
Gabriel Pereira Fidelis 1
Leandro Silva Costa 1
Jailma Almeida-Lima 1
Profº Drº/ Orientador Hugo Alexandre de Oliveira Rocha 1
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN
INTRODUÇÃO:
Um alimento funcional apresenta funções nutricionais, metabólicas, terapêuticas e tem uso potencial na prevenção e controle de determinadas doenças. Segundo a ADA, 2004 (American Dietetic Association), as frutas são uma as formas mais simples de alimentos funcionais. De acordo com suas propriedades, os alimentos funcionais podem ser classificados como antioxidantes, estes, estão presentes naturalmente no organismo e também nos alimentos, sendo importantes para evitar o aumento na quantidade de radicais livres em células. Evidências têm demonstrado que dietas com elevado conteúdo de frutas podem reduzir o risco de inúmeras doenças e evidências epidemiológicas demonstram correlação inversa entre doenças cardiovasculares e consumo de alimentos fonte dessas substâncias. Assim, tendo em vista os possíveis benefícios do consumo de frutas para a saúde humana bem como as características regionais favoráveis ao cultivo de determinadas espécies de frutas, o presente trabalho propõe verificar atividade antioxidante de frutas tropicais consumidas no Nordeste, a fim de subsidiar possíveis discussões acerca da importância de espécies de frutas para saúde humana, com sua utilização para fins dietoterápicos e futuras aplicações nutricionais.
METODOLOGIA:

Para escolha e coleta do material foram levados em consideração os seguintes critérios: ser frutas tropicais consumidas na região Nordeste, encontradas facilmente em mercados públicos e com características organolépticas satisfatórias; e não terem sido alvos de estudos semelhantes. Dessa forma, foram escolhidas as seguintes frutas: mangaba (Hancornia speciosa), seriguela (Spondias purpúrea), carambola (Averrhoa carambola). Para obtenção dos extratos, as frutas foram limpas em água corrente, separadas de suas sementes e a 500 g de material foi acrescido água destilada (proporção 1:2), sendo esse triturado e centrifugado (8000 x g, 4 C, 15 min), filtrado e conservado adequadamente (-20 C, no escuro) até a realização das análises. As técnicas utilizadas para determinar a atividade antioxidante in vitro foram: Capacidade Antioxidante Total (CAT), Seqüestro do radical hidroxila, Seqüestro do radical superóxido, Quelação de íons metais e Poder redutor.

RESULTADOS:

O ensaio de CAT demonstrou que todos os extratos apresentaram atividade antioxidante. Quando os valores foram convertidos para equivalente de ácido ascórbico por grama de extrato se identificou a presença de dois grupos: um formado por extratos com alta atividade (seriguela - 0,441mg/g; mangaba - 0,381mg/g) e outro com extrato com atividade intermediária (carambola - 0,235 mg/g). Para se identificar por quais vias antioxidantes os extratos estavam agindo eles foram analisados por diferentes métodos.  Eles não apresentaram atividade quelante de metal nem poder redutor, portanto, nenhum extrato apresentou atividade significativa nas condições testadas (1-8 mg/mL).Os testes mostraram que todos os extratos apresentaram uma atividade seqüestradora do radical superóxido de forma dose-dependente chegando ao máximo em torno de 20 mg/mL. Contudo, o radical superóxido é um oxidante relativamente fraco, no entanto, ele pode ser decomposto em formas mais reativas, como o radical hidroxila. Assim, avaliou-se também a capacidade destes extratos em seqüestrar o radical hidroxila. Nesse teste, os resultados mostraram que os extratos possuem atividade dose-dependente que chegou ao máximo numa dose de 2 mg/mL: seriguela (92,6%), carambola (92,0%) e mangaba (76,0%).

CONCLUSÃO:

Os resultados demonstram que as frutas estudadas apresentam atividade antioxidante por serem capazes de agirem como quelantes de radicais (superoxido e hidroxila) e dentre as três a seriguela se mostrou mais potente. Pelos resultados alcançados entende-se que a diversidade de resultados depende da composição química das diferentes frutas, o que pode justificar as variações de inibição da oxidação de acordo com o teste utilizado. Esses resultados satisfatórios poderão subsidiar discussões acerca da importância de frutas tropicais como alimentos funcionais. Estudos futuros com cultura de células e com animais darão maiores informações sobre o poder antioxidante dos extratos aquosos das frutas analisadas.

Instituição de Fomento: Capes/CNPq
Palavras-chave: Alimentos funcionais, Antioxidantes, Frutas Tropicais.