62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
DESENVOLVIMENTO DE PRÁTICA EDUCACIONAL VISANDO O APRENDIZADO DE CONCEITOS DE ENGENHARIA GENÉTICA E BIOTECNOLOGIA
Auderlan Mendonça de Gois 1
Luanne Michella Bispo Nascimento 2
Caroline Costa Rezende 3
Marcio Andrei Guimarães 4
Ricardo Yara 5
1. Depto. de Biociências, Campus Itabaiana, UFS
2. Depto. de Biociências, Campus Itabaiana, UFS
3. Depto. de Biociências, Campus Itabaiana, UFS
4. Prof. Ms. Depto. de Biociências, Campus Itabaiana, UFS
5. Prof. Dr. / Orientador - Depto. de Biociências, Campus Itabaiana, UFS
INTRODUÇÃO:
Os métodos tradicionais continuam sendo o eixo central dos processos de ensino-aprendizagem utilizados nas escolas de 2º grau, entretanto alguns conceitos biológicos exigem maior capacidade de engendrar soluções. Estas demandas frequentemente não são supridas pelos métodos tradicionais. A Metodologia Ativa é uma estratégia de ensino centrada no estudante e permite que este deixe o papel de receptor passivo assumindo a condição de agente ativo. Por outro lado, considerando a Biotecnologia como o uso do conhecimento biológico para resolver problemas e criar produtos, deve-se ponderar junto aos alunos a idéia da capacidade de reprogramação dos sistemas biológicos. Contudo o conceito de reprogramar (=engendrar) sistemas biológicos não é comumente utilizado no ensino da Biologia. Portanto, é necessário criar práticas de ensino baseadas em métodos ativos que estimulem os alunos a formularem estratégias em biotecnologia. Sendo assim, o objetivo principal do trabalho foi desenvolver uma oficina, como prática educacional alternativa na forma de jogos abordando conceitos de Engenharia Genética, Produção Biotecnológica e Produtos Gênicos como atividades práticas que estivessem integradas as teorias estudadas para a resolução de problemas biotecnológicos.
METODOLOGIA:
A oficina foi desenvolvida com alunos do 2º grau de escolas públicas do município de Itabaiana-SE, e trouxe como proposta a construção de uma bactéria transgênica e a obtenção final de um produto biotecnológico de interesse. Os genes foram obtidos a partir de um animal ou uma planta, ambos imaginários. Antes do inicio da oficina foi realizada uma aula sobre a teoria necessária para o desenvolvimento da prática. Em seguida, foi entregue a cada aluno um manual e objetos que representavam as ferramentas utilizadas em engenharia genética. Por exemplo: recipientes plásticos descartáveis simbolizaram as bactérias; cordões coloridos os genes e os plasmídeos utilizados; peças de pinos mágicos colados aos barbantes significavam sítios das enzimas de restrição, emborrachados em forma de tesouras simbolizaram as enzimas de restrição. Cada uma das ferramentas estava disponível em duas versões, para que o aluno pudesse escolher durante oficina qual gostaria de usar em seu experimento. Entretanto, somente uma combinação específica de ferramentas levava a construção correta da bactéria transgênica. Os alunos que conseguiram construir um pensamento lógico na montagem do transgênico foram premiados com os produtos biotecnológicos da bactéria transgênica imaginaria (um pirulito ou um saco de balas).
RESULTADOS:
Quando o aluno passa a ser sujeito participante da construção do próprio conhecimento ele vê um maior significado na aprendizagem. Nesta oficina foi observado que todos os alunos participantes conseguiram ao final da prática estabelecer um pensamento lógico para a montagem de uma bactéria transgênica. Apenas alguns tiveram dificuldades iniciais para a montagem da mesma, que foi superada a partir dos esclarecimentos fornecidos pelos monitores durante a prática. Os monitores da oficina (graduandos em Ciências Biológicas modalidade Licenciatura), também foram responsáveis pela montagem do material didático sendo que estes não relataram dificuldades em gerar os apetrechos da aula. Em relação aos custos da matéria-prima para confecção do material usado, este foi considerado de baixo custo, sendo que o material básico foi encontrado em papelarias e armarinhos. As observações obtidas a partir da oficina confirmaram que o uso dos jogos no processo ensino-aprendizagem estimula o aluno a tomar decisões dentro do contexto científico que ele foi inserido. Alem deste fato, o jogo causa impactos positivos no processo de aprendizagem, visto que se desenvolve um ambiente de grande estímulo emocional, alem de permitir o desenvolvimento de uma visão holística do processo biotecnológico.
CONCLUSÃO:
As declarações dos participantes levaram a crer que o trabalho obteve resultado positivo, tendo atingido os objetivos para ele estabelecido, isto é gerando nestes alunos a capacidade de tomada de decisões e de montagem de estratégias para resolução de problemas de caráter biotecnológico.
Palavras-chave: Engenharia Genética, Jogos Educacionais, Metodologia Ativa.