62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
ANÁLISE FITOQUÍMICA E CITOTOXICIDADE DO EXTRATO METANÓLICO DAS FOLHAS DE Moringa oleifera Lam.
Taciana Oliveira de Sousa 1
Romézio Alves Carvalho da Silva 3
Laísa Maria de Resende Castro 2
Teresinha de Jesus Aguiar dos Santos Andrade 1
1. Depto. de Química, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí
2. Depto. de Biologia, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí
3. Depto. de Química, Universidade Federal do Piauí - UFPI
INTRODUÇÃO:

A Moringa oleifera Lam. pertence a família Moringaceae, tem baixo custo na sua produção, e é cultivada devido ao seu valor nutritivo em todas as suas partes, com valores elevados de cálcio, ferro, proteínas, potássio, vitamina C, vitaminas do complexo B, cobre, além dos aminoácidos naturais essenciais e carotenóides. A M. oleifera é uma planta de fácil adaptação, dessa forma, não necessita de muita água para sua sobrevivência, por isso é muito plantada no semi-árido do Brasil. A M. oleifera vem sendo utilizada como um importante complemento alimentar em alguns países como a África, a Ásia e já está sendo utilizada no nordeste brasileiro. A M. oleifera é usada na medicina para tratamento de doenças de pele, sistema digestivo, doenças nas articulações, tratamento da malária e icterícia.

Entretanto existe ainda pouco estudo sobre os efeitos dessa planta na alimentação humana e no uso para diversos tratamentos, considerando seu alto valor nutritivo e os seus benefícios para população, objetivou-se um estudo para conhecer o seus constituintes químicos (metabólitos secundários) e os efeitos citotóxicos utilizando o ensaio de letalidade com o microcrustáceo Artemia salina Leach. do extrato metanólico das folhas da M. oleifera.

METODOLOGIA:

As folhas da M. oleifera foram coletadas no Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Após coleta foram previamente secas a temperatura ambiente, moídas em moinho de facas e extraídas 3 vezes com metanol por um período de aproximadamente 16 dias. O material extraído com metanol foi concentrado em evaporador rotatório sob pressão reduzida. Em seguida dentre as principais classes de metabólitos secundários, foram realizados testes segundo Matos et al. (1997) de identificação de alcalóides, cumarinas, taninos, flavonóides, saponinas, resinas, quinonas, esteróides e triterpenóides e o bioensaio de letalidade frente a A. salina para a determinação da DL50  de citotoxicidade do extrato metanólico das folhas de M. oleifera. Para obter os valores de DL50, foi utilizada a análise PROBIT, através do software SPSS® com 95 % de índice de confiança. A DL50 foi obtida através do gráfico da quantidade de indivíduos mortos em função do logaritmo da dose testada. É considerada tóxica a amostra que apresentar DL50 < 1000 ppm.

RESULTADOS:

As análises fitoquímicas da planta em estudo serão importantes para conhecermos seus possíveis benefícios como planta medicinal observando os metabólitos secundários que estão presentes na mesma. Os que foram encontrados foram os alcalóides, taninos, flavonóides, saponinas, resinas e cumarinas. A composição do extrato metanólico das folhas da M. oleifera mostra-se bastante relevante, pois contém constituintes que estão relacionados a ações antioxidantes e antitumorais que podem prevenir ou retardar doenças como o câncer. Além de conter constituintes com capacidades antiinflamatórias.

Para o bioensaio de citotoxicidade do extrato metanólico das folhas da M. oleifera obteve-se o valor de DL50, ou seja, a dose capaz de matar 50 % de indivíduos expostos a uma certa droga foi igual a 132,6 ppm, com intervalo de confiança de 28,2 ppm a 531,9 ppm. Esse valor demonstrou-se um pouco baixo, ou seja, o extrato metanólico é citotóxico, quando testado em A. salina, motivo que pode ser explicado pela presença de taninos que podem formar complexos tornando-se tóxicos a esta espécie de microcrustáceo.

CONCLUSÃO:

A presença de metabólitos secundários foi bastante relevante, tendo em vista que essas substâncias apresentam em sua maioria compostos ativos do ponto de vista farmacológico ou medicinal. Desta forma, visam-se novos estudos para comprovar sua eficácia antioxidante, antitumoral e a antiinflamatória, e posteriormente identificar e isolar os princípios ativos.

Diante do resultado obtido para o teste de citotoxicidade, faz-se necessário a realização de novos teste para confirmação da mesma, com o mesmo extrato e com outros extratos. Além disso, faz-se necessário também, no caso de outros testes de citotoxicidade derem o resultado positivo, o isolamento também dos compostos responsáveis por essa citotoxicidade.

Palavras-chave: Moringa oleifera Lam, Metabólitos Secundários, Citotoxicidade.