62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
AS POLITICAS GOVERNAMENTAIS PARA O ENSINO MÉDIO.
Erika Roberta Silva de Lima 1
Dayse Medeiros de Sousa 1
Jean Mac Cole Tavares Santos 1
1. DE,FE,UERN
INTRODUÇÃO:

Nesta comunicação analisamos as políticas governamentais para o ensino médio, nos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Luís Inácio Lula da Silva,  em pesquisa realizada em uma das principais escolas públicas de Mossoró. Partimos da constatação que no período FHC, o ensino médio foi propagandeado como para a vida e, já em tempos de Lula, o ensino médio foi anunciado como uma proposta integrada. Comparativamente, objetivamos perceber nos discursos dos docentes e na análise dos documentos da escola, como o projeto político pedagógico e o plano de desenvolvimento da escola, a incorporação, as adaptações e as resistências às políticas governamentais, além de levantar as condições e os limites estruturais para a consolidação das propostas. Buscamos, então, perceber em que condições as mudanças pensadas no Ministério da Educação chegam e são postas em prática nas escolas.

METODOLOGIA:

A pesquisa esteve sediada na Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Campus Central, no município de Mossoró, no Oeste potiguar através do Grupo de Estudos e pesquisas em Educação, Estado e Sociedade (GEPEES).A parte empírica da pesquisa ocorreu  na Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho. A metodologia utilizada combinou a análise documental com entrevistas com professores da escola. Primeiro, realizamos um estudo analítico do projeto político pedagógico (PPP) e do Plano de Desenvolvimnto da Escola (PDE),  atentando para as formulações e as reformulações realizadas nos últimos anos para a adequação às normas legais em vigor. Depois, aplicamos entrevistas semi estruturadas com três professores da escola selecionados a partir do critério de ter participado, na escola e como docente, das duas últimas reformas.

RESULTADOS:

Pela analise feita nos projetos políticos pedagógicos dos últimos dez anos  e no Plano de Desenvolvimento da Escola, vimos que as reformas foram adotadas e implementadas nos documentos da escola, mas nos  discursos dos professores foi possivel perceber uma certa resistência em colocá-las em prática nas suas aulas e nas suas práxis. Segundo os professores o que dificulta essa aceitação é a falta de compromisso do que está no papel com o cotidiano, pois não  veio materiais, não veio nenhum tipo de capacitação para os professores se  adaptar as novas propostas.A escola adere a reforma e exige que os professores que adotem  meios para colocá-la em prática, sendo que muitos deles não estão preparados para tal faceta.Muitos dos professores continuam com a mesma postura diante dos conteúdos por falta de motivação, por falta de recursos que deveriam vir das reformas.As reformas são elaboradas e vêm de cima para baixo quando elas são pensadas pelos corredores de Brasília e chegam até  as escolas sem nenhum esclarecimento ou planejamento com  a participação dos interessados que são os alunos, os professores, em fim todos os membros da escola e isso acaba por não trazer um sentido e uma melhora, principalmente, para a qualidade do ensino.

CONCLUSÃO:

Percebe-se que as reformas chegam como uma imposição aos professores que são responsavéis por pôr em prática todas as exigências prescritas no documento oficial da reforma. É preciso uma maior comunicação com os interessados quando se pensar em trazer algo de novo para o cotidiano das pessoas que lidam com seres humanos e com a educação, para que não dificulte a implementação de medidas tidas com beneficentes para o ensino. Em termos de condições  para implementar as reformas nas salas de aula percebemos que não houve ou não chegou à escola Abel Coelho. Na analise feita nos PPPs  e no PDE vimos uma regulamentação bem posta, por estarem atualizados. Através dos discursos dos docentes chegamos à conclusão de que, pelo fato de não se sentirem preparados, os professores não mudaram suas práticas diante do que estava  sendo proposto. A incorporação e a adaptação real da proposta que as reformas trazem foram dificultadas pela falta de recursos e planejamentos. O ensino médio deve ser trabalho de forma abrangente e cauteloso, pois é dentro dele que os adolescentes decidem um futuro, por ser a última fase  da educação básica.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Ensino médio, Políticas governamentais, Reformas.