62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 2. Manejo Florestal
AVALIAÇÃO DAS ESPÉCIES ARBÓREAS DOMINANTES NA ÁREA FLORESTAL EXPLORADA HÁ 30 ANOS NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS-PA
Wheriton Fernando Moreira da Silva 1
Ademir Roberto Ruschel 2
Hirailene Cristina da Cruz Barros 3
Diana Soares Bentes 4
Maria do Socorro Martinez Feuillebois 5
Josele Lopes de Sousa 6
1. Acadêmico, Eng. Florestal, UFRA/PET/MEC/SESU, Belém
2. Pesquisador. Dr. Orientador- Embrapa Amazônia Oriental, Belém
3. Acadêmica, Eng. Florestal, UFRA/CPATU, Belém
4. Acadêmica, Eng. Florestal, UFRA/PET/MEC/SESU, Belém
5. Acadêmica, Gestão Ambiental, ESAMAZ/CPATU, Belém
6. Acadêmica, Eng. Agrônomo, UFRA/CPATU, Belém
INTRODUÇÃO:
O manejo florestal é uma forma de conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação dos recursos naturais, de forma racional, visando à sustentabilidade social, econômica e ecológica. As técnicas empregadas no manejo influenciam diretamente na dinâmica florestal, um das variáveis para avaliar os efeitos do manejo é acessada pela informação dominância por espécies, essa variável revela o espaço ocupado pela espécie em uma determinada área, tal afirmativa é fundamentada através da obtenção da área basal de cada espécie, porém apenas com esse fator, não se pode ter um laudo preciso das condições de uma floresta. Este estudo é importante para uma possível comparação entre áreas manejadas que apresentam similaridades com áreas com potencial de exploração, além disso, técnicas empregadas podem servir como modelo para novos planos de manejo florestal. Uma visão da capacidade de recuperação da floresta pode ser crucial para as escolhas dos tratamentos silviculturais aplicados no manejo florestal. Por este motivo, objetivou-se comparar as espécies arbóreas dominantes em área florestal explorada há 30 anos com uma área vizinha não explorada, localizadas na floresta nacional do Tapajós-PA.
METODOLOGIA:
A área localiza-se na Floresta Nacional do Tapajós, à altura do km 67 (55° 00' W, 2° 45' S) da BR-163-Cuiabá/Santarém, PA. Abrange o bioma Amazônia e a tipologia é Floresta Ombrófila Densa de terra firme. Em área de 65 ha que onde ocorreu a colheita florestal em 1979 e outra área não explorada de 27 ha foi realizado o censo de todos os indivíduos arbóreos com DAP ≥15 cm (diâmetro a 1,30m do solo). Das árvores inventariadas foram coletadas as informações; localização geográfica de cada indivíduo (GPS), identificação botânica da espécie, DAP, qualidade do fuste quanto à sanidade, forma do fuste (torto/reto) e presença/ausência de cipós na árvore. Os dados foram tabelados em planilhas eletrônicas e análises como densidade e dominância por hectare foram realizadas. No presente estudo foram abordados os principais resultados das 15 espécies que ocupam maior dominância, no sítio florestal explorado e outro não explorado.
RESULTADOS:
No inventário foram registrados 22.639 indivíduos, representando a área explorada e não explorada em média respectivamente, 617 árvores/ha (21,2 m2/ha) e 246 árvores/ha (19,9m2/ha) com DAP ≥15cm. Do universo amostral, as 15 espécies com maior dominância (área basal) na área explorada acumularam 45,2% da área basal florestal, enquanto que na área não explorada foi levemente superior somando 46,7%. Das 15 espécies dominantes praticamente 50% dessas foram comuns as duas áreas foram: Bixa arborea Huber, Rinorea guianensis Aubl. Tachigalia chrysophyllum Poepp. & Endl., Couratari stellata A.C.Sm., Jacaranda copaia (Aubl.) D.Don, Virola michellii Heckel e Alexa grandiflora Ducke. Entre as espécies diferentes na área explorada destacaram-se: Carapa guianensis Aubl., Inga alba (Sw.) Willd., Pseudopiptadenia suaveolens (Miq.) J. W. Grimes, Cecropia sciadophylla Mart. Já na área não explorada destacaram-se: Hymeanae coubaril L., Apeiba echinata Gaertn., Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl., Erisma uncinatum Warm. Mesmo assim é importante salientar que a ordem de dominância das espécies diferiu entre as áreas, com exceção de Rinorea guianensis Aubl. Couratari stellata A.C.Sm. e Alexa grandiflora Ducke que apresentaram forte dominância em ambas as áreas.
CONCLUSÃO:
A partir das análises realizadas podemos chegar às seguintes conclusões: . A densidade de árvores foi 60% inferior na área não explorada, comparativamente a área explorada, embora em termos de dominância, foram praticamente similares. (45,2% / 46,7%). . Houve diferenciação das espécies dominantes entre os dois seguimentos florestais observados, destacando-se na área explorada a Bixa arborea Huber, Carapa guianensis Aubl. Já na área não explorada podemos frisar as espécies Hymenaea courbaril L., Couratari stellata A.C.Sm., sem esquecer da Rinorea guianensis Aubl. altamente dominante nas duas áreas. . A exploração florestal afetou em mudanças das espécies dominantes e no processo de dinâmica florestal.
Instituição de Fomento: Programa de Educação Tutorial - UFRA/ MEC/SISU - Embrapa Amazônia Oriental (Projeto MCT/CNPq 15/2007 - Universal e Pj. Floresta Em PÈ).
Palavras-chave: Exploração Florestal, Espécies florestais dominantes, Inventário florestal 100%.