62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
COMPARAÇÃO ENTRE O DESEMPENHO DO MEMBRO DOMINANTE E NÃO DOMINANTE DE SUJEITOS SAUDÁVEIS
Amanda de Medeiros Josué 1
Ariane Emerenciano da Câmara 1
Liane de Brito Macedo 1
Maria Isabel de Noronha Neta 1
Jamilson Simões Brasileiro 1
1. UFRN
INTRODUÇÃO:
A dominância de um dos membros é relacionada com a idéia de que os dois hemisférios cerebrais humanos são funcionalmente desiguais, sendo usada para expressar o uso preferencial deste em ações motoras voluntárias, durante as atividades de vida diária e em atividades esportivas. O membro usado para manipular ou mover um objeto pode ser definido como o membro dominante, enquanto o membro não dominante fornece apoio postural e estabilização. O conceito de dominância pressupõe o pensamento que poderia haver uma diferença entre os membros inferiores, o que levaria o membro dominante a possuir uma maior força, equilíbrio, coordenação e melhor propriocepção quando comparado ao membro não dominante. Porém ainda não há um consenso na literatura sobre a existência de diferenças entre os membros de sujeitos saudáveis Além disso, no contexto clínico, a existência de possíveis diferenças entre o membro dominante e não dominante deve ser considerada em situações onde há lesão músculo-esquelética em membros inferiores, quando o membro não acometido é utilizado como controle do membro acometido. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi observar se há diferenças no torque, equilíbrio e função entre membro dominante e o membro não dominante de sujeitos saudáveis
METODOLOGIA:
A amostra foi composta por 22 indivíduos não atletas do sexo masculino (idade= 26,5 + 7,4 anos, Índice de massa Corporal (IMC) = 24,1 + 2,9 Kg/cm2). Para determinar qual o membro dominante, foi pedido a cada participante que imaginasse uma bola de futebol a sua frente, sendo feito o seguinte questionamento: "com qual perna você chutaria essa bola?" O membro escolhido era então registrado na ficha de avaliação. Para a coleta dos dados referentes ao equilíbrio postural, os sujeitos foram posicionados em pé em um baropodômetro computadorizado, com apoio no membro testado sendo mantido a 20º de flexão. A análise da performance muscular foi realizada através de um dinamômetro isocinético computadorizado da marca Biodex. As atividades de desempenho funcional foram realizadas por meio de dois testes de salto, o teste de salto único e o teste de salto triplo.
RESULTADOS:
A análise dos dados mostrou diferença entre os membros apenas para o torque flexor a 60º/s (p=0,0001). Não foram encontradas diferenças entre o membro dominante e não dominante em nenhuma das demais variáveis estudadas (torque extensor a 60º/s p=0,07; torque extensor a 180º/s p=0,47; torque flexor a 180º/s p=0,21; deslocamento ântero-posterior p=0,4 e latero-lateral p=0,55; salto único p=0,06 e triplo p=0,3). Desta forma, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os membros dominantes e não dominantes no que se refere ao pico de torque, o equilíbrio estático e o desempenho funcional de sujeitos saudáveis, embora tenha sido encontrada diferença entre os membros para o pico de torque flexor a 60º/s. Assim, embora haja uma preferência do indivíduo em realizar ações motoras com um determinado membro (membro dominante), isto não irá se refletir necessariamente em um melhor desempenho desse membro com relação ao membro não dominante, principalmente com relação a atividades funcionais e de equilíbrio.
CONCLUSÃO:
Os resultados do presente estudo restringem-se a sujeitos saudáveis e não atletas. Sugere-se que outros estudos com um número amostral maior e em outras populações de indivíduos sejam realizados, utilizando formas de avaliações diferentes, como testes de equilíbrio dinâmico e análise da marcha.
Instituição de Fomento: FAPERN/ CNPq
Palavras-chave: Extremidade inferior, Torque, Dinamômetro Isocinético.