62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 8. Educação Matemática
ESTRATÉGIAS PARA O RESGATE DA CONFIANÇA DOS DISCENTES NA RELAÇÃO COM A MATEMÁTICA
Ildeflávio dos Santos Silva 1
Vinícius Santana Padreira 2
Salmo Lima Costa 1
Valmir Henrique de Araújo 3
Roberta Maia Gomes 1
1. Faculdade Juvêncio Terra/FJT
2. Faculdade de Tecnologia e Ciência/FTC
3. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/UESB
INTRODUÇÃO:

Quando no primeiro dia aula dos alunos de graduação, eles são questionados sobre suas disciplinas favoritas. Em suas trajetórias, se o cenário não for de um curso de exatas, será rara a manifestação de apreço por uma disciplina de matemática ou de Física. Como trabalhar com cursos da área de humanas, como Administração, Psicologia ou Secretariado? Como tentar corrigir uma aversão dos alunos a uma disciplina, ou conjunto de disciplinas, se alguns deles chegam a descrever suas trajetórias como traumáticas?

O nosso objetivo não é o de esclarecer e/ou identificar os erros cometidos com esses alunos. Nosso objetivo consiste em mensurar a relação dos alunos com a matemática e a estatística e desenvolver estratégias capazes de resgatar a auto-estima, confiança e, principalmente, um melhor aproveitamento qualitativo e quantitativo. Acreditamos que poderemos amenizar significativamente as deficiências no ensino de Matemática e Estatística se nos propusermos a apresentar ao aluno a disciplina de forma acessível.

METODOLOGIA:

O desenvolvimento das atividades se deu com as turmas de 1º semestre de 2007, dos cursos de Administração, Psicologia e Secretariado da Faculdade Juvêncio Terra, instituição privada de Vitória da Conquista, Bahia. Os alunos foram convidados a qualificar sua relação com a Matemática, tendo a disposição cinco conceitos: Excelente, bom, regular, ruim ou péssima. Depois, o aluno deveria escolher uma palavra que identificasse seu sentimento quanto à sua expectativa para a disciplina que se iniciava. Várias eram as respostas apresentadas, mas as opções medo, raiva, pavor e tristeza predominavam.

As informações foram coletadas entre o 1º semestre de 2007 e o 2º do ano de 2009. As turmas de Administração eram acompanhadas por três semestres (matemática básica, matemática comercial e financeira e Estatística), Secretariado dois semestres (matemática comercial e Financeira e Estatística) e Psicologia, apenas um semestre (Estatística).

RESULTADOS:

Cada curso exigiu uma abordagem própria, pois a contextualização para cada formação precisava ser específica. Analogias, uso de textos vinculados pelos portais de notícias na internet, auxílio dos professores de cada curso (que informavam o que era mais relevante em cada ementa), linguagem compatível com perfil dos alunos, jogos e dinâmicas de grupo; ferramentas que associadas permitiam realizar a inclusão da maioria desses discentes ao "mundo das exatas".

 

Para os cursos (Administração e Secretariado) em que há continuidade o trabalho evoluía a cada semestre, no curso de Psicologia, apenas um semestre letivo, uma oportunidade.

 

Assim, no fim de cada semestre, o mesmo questionário foi apresentado e as respostas evoluíam significativamente. No primeiro contato, a média dos que indicavam respostas como péssima, ruim ou regular somavam pouco mais de 90%. Após um semestre, esse número caiu vertiginosamente para 18%. Com dois semestre, o número cai para 11% e finalmente, para o curso de Administração, respostas negativas somam menos de 10%.

CONCLUSÃO:

Alunos que tinham medo da disciplina e indicaram como péssima sua relação com a Matemática, afirmaram felicidade e mudaram o conceito para excelente ou bom.

 

Os resultados mostraram que precisamos trabalhar os conteúdos de forma que os alunos possam identificá-los no seu dia-a-dia (contextualização). Os conteúdos foram trabalhados com uma linguagem simples e acessível. Essa linguagem foi construída com a participação dos alunos. Podemos afirmar que houve uma maior aceitação das operações matemáticas pelos alunos com o uso dessas estratégias didáticas. Considerando que o ensino de Estatística e Matemática não se resume à manipulação de equações, constatamos a necessidade de desenvolvermos estratégias didáticas metodológicas, que contribuam significativamente para a melhoria do processo ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: Educação, Ensino, Matemática.