62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANALGÉSICO DE CATEQUINAS PRESENTES NO CHÁ-VERDE EM MODELO EXPERIMENTAL DE DOR
Magnaldo Inácio Tavares Medeiros 1
Leonidas de Oliveira Neto 1
André Luiz Silva Davim 1
1. Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do RN-FARN
INTRODUÇÃO:
O chá-verde é um produto obtido a partir de folhas e brotos da planta Camellia sinensis e atualmente representa uma das bebidas mais consumidas em todo mundo. Estudos recentes apontam alguns benefícios à saúde associado ao consumo diário do chá-verde devido à presença de compostos polifenólicos em sua composição. As catequinas são fitonutrientes da família dos polifenóis encontrados abundantemente no chá-verde, e que a elas são atribuídas uma diversidade de propriedades terapêuticas, como a atividade anti-tumoral, anti-oxidativa, anti-proliferativa e antiinflamatória, podendo desempenhar um papel importante na patogênese de várias doenças crônicas, principalmente aquelas relacionadas à inflamação. Devido a carência de estudos analisando o potencial analgésico de catequinas em modelos de dor, o presente estudo tem como objetivo avaliar esse potencial utilizando um modelo experimental de dor induzido pelo ácido acético. Com isso a avaliação do potencial analgésico de catequinas presentes no chá-verde se torna relevante, pois além da diminuição dos efeitos adversos apresentado pelos analgésicos sintéticos, o chá apresenta vantagens como o fácil acesso e o baixo custo.
METODOLOGIA:
Foram utilizados como modelo experimental 24 camundongos machos da espécie Mus musculus, linhagem Swiss, pesando entre 30 e 40g, onde foram divididos em quatro grupos, sendo dois controles, um negativo (salina) onde foi administrada oralmente solução salina a 0,9%, e outro positivo onde foi administrado oralmente o analgésico ácido acetilsalicílico (Imec®). Dois grupos foram tratados com chá-verde administrado oralmente a uma concentração de 0,6 mg de catequina, sendo um administrado 2 horas antes da indução da dor e o outro 4 horas antes. A dor foi induzida injetando-se ácido acético a 0,6% intraperitonialmente. A avaliação da dor foi feita a partir da contagem do número de contorções abdominais (writhings) avaliadas durante vinte minutos, com registros a cada dois minutos. Para observar se os grupos apresentaram diferenças significativas entre eles, os dados foram analisados através da ANOVA one-way ou seu correspondente para dados não-paramétricos (Kruskal-Wallis). Quando constatada diferenças significativas, os dados foram submetidos ao teste post-hoc Student-Newman-Keuls para comparação entre as médias dos grupos.
RESULTADOS:
Foi observada diferença estatisticamente significante entre o grupo controle negativo (salina) e o grupo controle positivo (ácido acetilsalicílico). Quando comparados os grupos catequina de 2 e 4h não foi observada diferença estatisticamente significante, mas quando comparados ao grupo salina, foram observadas diferenças estatisticamente significantes. Comparados os grupos catequina de 2 e 4h ao grupo controle positivo, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes (p>0,05).
CONCLUSÃO:
Com isso, conclui-se que em modelo experimental de dor, as catequinas presentes no chá-verde apresentaram um bom potencial analgésico reduzindo a sensibilidade dolorosa de forma significativa, comparado ao efeito dos analgésicos sintéticos utilizados comercialmente. Assim sendo, as catequinas presentes no chá-verde se apresentam como uma terapia alternativa no tratamento de doenças crônicas, minimizando os efeitos deletérios dos analgésicos sintéticos, como por exemplo, as agressões às mucosas do trato gastrointestinal e órgãos vitais como os rins, possibilitando uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes que necessitam de tratamentos prolongados a base desses fármacos.
Instituição de Fomento: Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do RN-FARN
Palavras-chave: Chá-verde , Catequina, Dor.