62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 1. Gerontologia
SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA EM PESSOAS IDOSAS
Hermesson Daniel Medeiros da Silva 1
Rômulo Lustosa Pimenteira de Melo 1
Danyelle Almeida de Andrade 1
Priscila Magalhães Barros 1
Tiago Deividy Bento Serafim 1
Maria do Carmo Eulálio 2
1. Dept. de Psicologia, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
2. Profa. Dra./Orientadora - Dept. de Psicologia, UEPB
INTRODUÇÃO:
Devido ao considerável amento da população idosa nos últimos anos, o fenômeno do envelhecimento tem ganhado destaque no ambiente acadêmico. O Brasil vem apresentando um processo acelerado de envelhecimento populacional, e a previsão dos demógrafos é de que no ano de 2020 existam cerca de 1,2 bilhões de idosos no mundo, dentre os quais 34 milhões serão brasileiros. Diante disso, estudos apontam que a depressão é um problema de saúde freqüente na população idosa, e que a mesma está associada ao aumento do risco de morbidade e mortalidade; ao crescimento da utilização dos serviços de saúde; à negligência no autocuidado; à adesão reduzida aos regimes terapêuticos e maior risco de suicídio. Assim, a depressão no idoso se constitui em temática relevante para intervenção adequada. Dessa forma, o presente estudo teve a finalidade de averiguar a prevalência de sintomatologia depressiva dos idosos e como tais sintomas se relacionavam com variáveis sócio-demográficas.
METODOLOGIA:
O estudo foi do tipo transversal, descritivo e analítico, com abordagem quantitativa. A amostra foi não-probabilística. A pesquisa foi realizada após o parecer positivo do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba (CEP - UEPB), e obedeceu a todos os critérios éticos postulados pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Diante disso, o campo de investigação constituiu-se por idosos assistidos pelo Serviço Único de Saúde (SUS) através das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Campina Grande. Houve inicialmente um contato com os responsáveis das devidas instituições de saúde, com a finalidade de obter consentimento para a utilização dos prontuários cadastrados nas mesmas. Dessa forma, foram selecionados os idosos, para realização das visitas domiciliares e aplicação do instrumento, que obedeceram aos seguintes critérios de inclusão: ter idade igual ou superior a 65 anos e ter condições cognitivas para responder o instrumento da pesquisa. Utilizou-se a Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15) e um questionário sócio-demográfico. Nas análises dos dados foram realizadas estatísticas descritivas e inferenciais por meio do programa estatístico para ciências sociais aplicadas (Statistical Package for the Social Sciences - SPSS) para Windows.
RESULTADOS:
Participaram da pesquisa 194 idosos da cidade de Campina Grande - PB, com média de idade de 73 anos (DP = 6; min: 65; máx: 91). Observou-se que a maioria pertence ao gênero feminino (67,5%), e é casada (44,3%). No que diz respeito à escolaridade, 30,9% dos idosos nunca foram à escola ou chegaram a concluir a 1ª série do primário. No tocante a renda, averiguou-se que os idosos recebem em média entre um a dois salários mínimos. Os resultados obtidos da GDS foram divididos em tercis (1º tercil - menor que 5; 2º tercil - 5 a 10; e 3º tercil - 11 a 15) e demonstram baixos níveis de sintomas depressivos na amostra estuda (média = 4; DP = 3). Observou-se que 62,4% dos idosos apresentaram índices considerados normais na GDS. Constatou-se que 34,5% dos idosos obtiveram pontuação correspondente ao 2º tercil, que indica a presença de depressão leve e moderada. No tocante ao 3º tercil, que diz respeito ao agrupamento de maior intensidade de sintomatologia depressiva e de depressão grave, averiguo-se a incidência de 3,1% dos idosos. No que diz respeito às relações com os aspectos sócio-demográficos, observou-se uma correlação negativa com número de anos de escolaridade (r = -0,28; p < 0,01). Ou seja, quanto maior os anos de escolaridade do idoso, menor a quantidade de sintomas depressivos.
CONCLUSÃO:
Os resultados encontrados no estudo indicam que, embora a depressão seja comum nas pessoas idosas, não houve forte prevalência do número de idosos com escores correspondentes ao terceiro tercil. Ou seja, ao grupo de maior intensidade de sintomas depressivos e depressão grave. Por outro lado, observa-se que o nível de escolaridade é um fator relevante nos quadros depressivos. Estudos demográficos sugerem que sujeitos com níveis satisfatórios de escolaridade tendem a viver mais, ter relacionamentos mais estáveis, ter filhos que superam a escolaridade dos pais, além de possuírem maior probabilidade de terem sucesso econômico e, conseqüentemente, maiores oportunidades de saúde, lazer, educação, moradia capazes de ampliar a qualidade de vida dos sujeitos.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq.
Palavras-chave: Idosos, Depressão, Saúde do idoso.