62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 1. Fisiologia Celular e Molecular
DIABETES MELLITUS (DM) E EXERCÍCIO FÍSICO RELACIONADAS AO PROCESSO ATROFICO E HIPERTROFICO DO TECIDO MUSCULAR DE RATOS WISTAR
Alex Soares Marreiros Ferraz 1, 2
Igor Cabral Coutinho do Rêgo Monteiro 1
Francisco Fleury Uchôa Santos Junior 1
André Accioly Nogeira Machado 1
Vânia Marilande Ceccatto 1
José Henrique Leal Cardoso 3
1. Instituto Superior de Ciências Biomédicas- UECE
2. Departamento de Educação Física - UFPI
3. Prof. Dr. / Orientador/ Instituto Superior de Ciências Biomédicas- UECE
INTRODUÇÃO:
O protocolo de indução de DM em ratos com o uso da streptozotocina induz o desenvolvimento do quadro clássico dessa doença, com hiperglicemia acentuada associada à menor ganho ponderal e à redução de massa corporal, enquanto o exercício físico desencadeia alterações morfológicas relacionadas a alterações na distribuição dos tecidos corporais com resultados de aumento do anabolismo tecidual. Considerando a importância do exercício físico no desenvolvimento e manutenção do tecido muscular, quer em situações de homeostase normal quer em circunstâncias de perturbações patológicas, como no caso do DM. E diante do crescente interesse sobre a expressão gênica relacionada aos fatores regulatórios miogênicos (MRFs) o presente estudo visa verificar a influência do DM e do exercício nas características morfológicas do tecido muscular esquelético e da expressão gênica da β-Actina e MyoD.

 

METODOLOGIA:
Foram utilizados 28 ratos Wistar machos sob condições padrão, divididos aleatoriamente em 4 grupos: controle (Cont n=7), exercício (Exer n=7), diabético (Diab n=7) e diabético exercício (DiabExer n=7).Para indução do DM administrou-se streptozotocina (STZ; 65 mg/Kg) o exercício se deu 5 dias por semana, 30 minutos por dia durante 8 semanas, a velocidade foi aumentada de 6,7 para 21,7m/min. O peso foi avaliado em balança analítica, os animais foram sacrificados sob anestesia (cetamina 60mg/Kg e xilasina 8mg/Kg) o gastrocnêmio direito dissecado para coloração H/E. Realizou-se a análise do diâmetro médio das fibras musculares. As lâminas foram confeccionadas em triplicata. A densidade óssea feita por exame radiográfico da tíbia dos animais em película de mamógrafo, em um aparelho Senographe DMR da GE®. A técnica utilizada foi a de 24kV e 14mAs, com a magnificação de 1,8. O gastrocnêmio esquerdo macerado em nitrogênio líquido, e acondicionado em solução de RNA Lysin Buffer (Promega, Minchigan, USA) para a extração de RNA total e posterior síntese de cDNA (Im&Prom II Reverse Transcription Reverse® & Promega). As diferentes frações de cDNAs foram utilizadas na amplificação em cadeia por Polimerase (PCR), utilizando-se dos primers específicos para β-Actina e da MyoD.

 

RESULTADOS:
Os grupos experimentais apresentaram um padrão de resposta fenotípica similar, nos diversos níveis de investigação das características morfológicas estudadas com relação a musculatura esquelética. O peso corporal bem como o peso do músculo gastrocnêmio apresentaram-se maiores nos grupos Cont (344,2±36,82g / 2,24±0,3g) e Exer (312,7±40,17g / 2,12±0,3g) em relação ao Diab (228,1±28,94g / 1,37±0,1g) e DiabExer (217,4±26,76g / 1,16±0,2g). Fato também observado com relação ao diâmetro das fibras musculares tendo o Cont (59,98±9,3µm) e o Exer (57,31±9,7 µm) apresentado os maiores valores e o Diab (45,57±6,5 µm) e o DiabExer (42,56±7,5 µm) apresentando os menores valores. Apesar de não apresentar diferença significante a densidade óssea da tíbia apresentou o mesmo comportamento numérico, com os grupos Cont (56,86±12,2) e Exer (55,08±9,6) apresentado valores maiores que os grupos Diab (42,30±1,4) e DiabExer (42,27±4,6). Esse mesmo fato foi observado na expressão gênica, com os grupos Exer (2656±404 / 1555±459) e DiabExer (2653±817 / 1857±612) apresentando valores maiores que os grupos Cont (2334±980 / 1499±534) e Diab (1796±953 / 1386±368) para os genes β-Actina e MyoD, sem contudo mostrarem diferenças significantes.

 

CONCLUSÃO:
As características fenotípicas relacionadas a musculatura esquelética guardaram estreita relação com o desenvolvimento orgânico dos animais de cada grupo experimental, fundamentalmente relacionadas as diferenças de peso entre os grupos experimentais. A expressão gênica relacionada a hipertrofia em função do exercício não apresentou diferenças estatisticamente significante, e talvez por isso não foi capaz de desencadear o fenótipo hipertrófico nos grupos exercitados em relação aos controles.

 

Instituição de Fomento: FAPEPI, FUNCAP, CAPES, CNPq.
Palavras-chave: Exercício Físico, Músculo Esquelético, Diabetes Mellitus.