62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
PERCEPÇÃO DO ESTRESSE LABORAL E PERCEPÇÃO DO DESCONFORTO CORPORAL DE OPERADORES DE CAIXAS DE SUPERMERCADO
Lidia Coelho Pinheiro 1
Catharinne Angélica Carvalho de Farias 1
Débora Fernanda de Araújo Lima 1
Taíza Carla de Freitas Andrade 1
Tarcísio Antônio de Oliveira Júnior 1
Larissa Bastos Tavares 1
1. Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO:
Derivado da engenharia, o termo estresse foi adotado pelos biólogos para definir um evento (estressor), de natureza física ou psicológica, que altera a homeostasia e desencadeia uma resposta elaborada por nosso corpo a essa perturbação. Neste sentido, o estresse em si não é patológico, no entanto, quando o mecanismo estressor persiste ou é exacerbado, essa resposta pode causar danos nos mais diversos sistemas corporal. Contudo, fatores genéticos, fisiológico e psicológicos, influenciam para que a resposta a um estressor torne-se deletéria. O trabalho considerado como forma de satisfação da humanidade, pode ser fonte de adoecimento quando o trabalhador não suporta as demandas físicas e/ou psicossociais do trabalho, resultando em alterações fisiológicas e comportamentais caracterizando o estresse ocupacional. Estudos sobre os efeitos do estresse no ambiente de trabalho apontam a função de operador de caixa de supermercado como um dos grupos ocupacionais susceptíveis aos efeitos deletérios do estresse. Desta forma, objetivou-se avaliar a percepção do estresse laboral e a percepção do desconforto corporal de operadores de caixas de uma rede de supermercados situada na cidade de Natal/RN, visando posterior atenção voltada às necessidades da população.
METODOLOGIA:
A presente pesquisa de caráter descritivo estudou os operadores de caixas, dos turnos: diurno e noturno, em uma das seis lojas da rede de supermercados participante da pesquisa. A amostra selecionada por contingência contou com 229 voluntários que ao serem informados dos objetivos propostos, assinaram de um termo de consentimento livre e esclarecido. Além de um questionário de identificação geral, contendo questões relacionadas à atividade de trabalho e relacionadas à condição geral de saúde; os sujeitos preencheram o Protocolo Adaptado de Zabel & McGrew, que visa avaliar o tipo, intensidade e região do corpo com algum tipo de desconforto corporal, e o Questionário de Percepção do Estresse de Leveisntein (QPEL) nas formas geral e recente. Este questionário é composto por 30 questões objetivas, que enfatizam percepções cognitivas mais do que estados emocionais ou eventos de vida específicos. Todos os procedimentos foram realizados em uma sala previamente reservada pela gerência de cada loja participante, sendo os protocolos respondidos após o encerramento de cada turno de trabalho.
RESULTADOS:
Os resultados demonstram que a maioria da amostra é composta por mulheres (75%) com idade entre 18 e 29 anos. Grande parte dos avaliados não praticam atividade física regular (72%), referem dores durante ou após a jornada de trabalho (89%) e relatam a postura sentada como mais incômoda. As sobrecargas físicas e psicológicas suportada pelos funcionários, junto à baixa latitude de decisão nas estratégias de trabalho e o baixo condicionamento físico provocado pelo sedentarismo, podem justificar o alto percentual de algias referidas, além de absenteísmo, identificado em 52% da amostra. A avaliação do desconforto corporal evidenciou dor em 84%, seguido pela sensação de fadiga corporal referida por 28% dos entrevistados. A região corporal com relatos de maior desconforto foi a lombar (17%) seguida pelo pescoço (14%). A posição de trabalho adotada pelos operadores, sentados ou de pé, com movimentos rotacionais de tronco e membros superiores, pode predispor a uma maior pressão nos discos que separam as vértebras lombares e cervicais, causando dor. A avaliação da Percepção do Estresse identificou escores de 0,64 para o Estado Geral e 0,62 para o Recente, respectivamente, sugerindo níveis entre moderado e elevado para a percepção do estresse.
CONCLUSÃO:
De acordo com os dados obtidos, verificou-se que a população é essencialmente jovem, feminina, solteira, com alto índice de percepção de estresse e importantes queixas de desconforto corporal. O grupo de investigadores, como forma de contribuir para melhorar a qualidade do ambiente de trabalho e minimizar, principalmente os aspectos relativos à saúde funcional dos participantes, sugere: Realizar avaliações periódicas da saúde dos funcionários, com a participação de uma equipe multiprofissional, que utilize o momento de atendimento para educar para a saúde, atendendo às necessidades dos funcionários; Investir na redução dos fatores de risco identificados e criar um ambiente de trabalho preventivo, através de atividades continuadas que proporcionem bem-estar aos seus funcionários.
Palavras-chave: Estresse, Estresse laboral, Desconforto corporal.