62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 1. Anatomia Patológica e Patologia Clínica
EXPRESSÃO DE GLICOCONJUGADOS E p53 NO CARCINOMA DUCTAL IN SITU ASSOCIADO AO INVASIVO DE MESMA MAMA
Renato Cézar Wanderley Cunha Silva 1
Carlos André da Silva Santos 1
Moacyr Jesus Barreto de Melo Rêgo 1
Eduardo Isidoro Carneiro Beltrão 1, 2
1. Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami, LIKA/UFPE
2. Prof. Dr./Orientador - Departamento de Bioquimica, UFPE
INTRODUÇÃO:
Nas últimas décadas, o uso de técnicas mais sensíveis nos diagnósticos de cânceres de mama tem propiciado o aumento na detecção dos casos de carcinoma ductal in situ (CDIS) e invasivo (CDI) em estágios iniciais com taxa progressiva de 43%. Através da imunoistoquímica podemos detectar proteínas que são expressas em células normais e transformadas. O p53, guardião do genoma e controlador do ciclo celular desempenham papéis fundamentais nos processos de sinalização celular. No entanto sua expressão aumentada esta correlacionada a tumores mais agressivos e um pior prognóstico. Durante o mecanismo de desdiferenciação celular, a biossíntese de compostos oligossacarídicas é freqüentemente alterada sendo considerados fatores preditivos de processos tumorogênicos. No entanto, glicoconjugados de membranas biológicas, desempenham papéis fundamentais nos processos de comunicação, reconhecimento e adesão celular. Além de serem estruturas detentoras de informação biológica pode ser usada como biomarcadores em tecidos normais e lesões patogênicas. Para decifrar este glicocódigo, estão sendo utilizadas sondas (lectinas) como ferramentas histoquímica, permitindo a compreensão dos mecanismos patobioquímicos envolvidos na biologia do câncer. O trabalho tem como abjetivo analisar o perfil de expressão da N-acetilglicosamina, D-glicose/manose e p53 de células normais e transformadas (CDIS associado ao CDI) da mama, empregando a histoquímica com lectinas e imunohistoquímica para o p53.
METODOLOGIA:
Biópsias diagnosticadas (n=20) com CDIS e CDI obtidas do Setor de Anatomia Patológica do Hospital das Clinicas da UFPE e bordas livres foram utilizadas como controle normal foram utilizadas para o estudo. Na histoquímica com lectinas os cortes foram tratados com tripsina e metanol-H2O2 e incubados a 4°C por 2h com a lectina conjugada a peroxidase, Triticum vulgaris lectin (WGA) e Concavalina A (ConA), específica para N-acetilglicosamina e D-glicose/manose respectivamente em concentração de 80µg/mL. Na imunohistoquímica o anticorpo monoclonal para p53 (1:100) foi revelado através do método da estreptavidina-biotina- peroxidase. O substrato de revelação foi o DAB-H2O2 em ambos os protocolos. Todos os experimentos foram realizados em duplicata e avaliados em microscopia óptica.
RESULTADOS:
A positividade para o p53 foi observada em apenas 5% dos casos analisados apresentando marcação na área microinvasiva, porém para os controles normais não obtivemos marcação. Para a lectina WGA, 45% dos casos obtiveram positividade na região citoplasmática das células neoplásicas. A glicose/manose mostrou-se expressiva em 60% dos casos observados na região citoplasmática, sendo sua marcação associada a células de CDIS de padrão comedônico. Os controles normais foram negativos para WGA e positivos para Con A nas regiões citoplasmática e membranar.
CONCLUSÃO:
Os resultados sugerem que ocorre uma maior disponibilidade de N-acetilglicosamina e D-glicose/manose no CDIS associado ao CDI, sugerindo a utilização das lectinas WGA e ConA como ferramentas histopatológicas auxiliares acompanhada ao marcador p53, já usado no diagnóstico dessas doenças.
Instituição de Fomento: CNPq e FACEPE
Palavras-chave: Carcinoma Ductal in Situ, Lectinas, Glicoconjugados.