62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
DIFERENTES FONTES E NÍVEIS DE SALINIDADE NA GERMINAÇÃODE SEMENTES DE Phaseolus vulgaris L.
Camila da Silva Dourado 1
José Carlos Ribeiro de Carvalho 1
Josilda Cavalcante Amorim Damasceno 1
Bruno dos Santos Cerqueira 1
Priscila Siqueira Cajazeira 1
Walter Cruz Magalhães 1
1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia/ UFRB
INTRODUÇÃO:

Para obtenção de boa produtividade o fornecimento de nutrientes é fundamental, assim como outras práticas culturais que visam o estabelecimento da cultura e a mitigação de perdas na produção em outras fases de desenvolvimento da mesma.

A presença de sais na germinação prejudica a absorção de água pela semente e consequentemente, impede o início do processo germinativo. O fertilizante colocado próximo ou junto à semente inibe a atividade de enzimas responsáveis pela conversão de substâncias de reserva em carboidratos solúveis, durante a germinação de sementes de várias espécies. Por outro lado, a posição do fertilizante, em relação à semente, é importante do ponto de vista nutricional, pois a plântula no início do seu desenvolvimento necessita com grande rapidez dos nutrientes e estes devem estar próximos da raiz, diminuindo com isso perdas de nutrientes por percolação através do perfil do solo. 

O dano que o fertilizante acarretaria sobre a semente, traduz-se mais intensamente sobre o sistema radicular das plântulas e o dano é dependente também da posição do fertilizante no solo.

Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi verificar a percentagem de germinação de sementes de Phaseolus vulgaris L. conforme o índice salino de adubos empregados e posicionamento de adubos no solo.

METODOLOGIA:

A pesquisa foi desenvolvida no campo experimental I, no campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, em Cruz das Almas, Bahia. Apresentando características de solo do tipo Latossolo Amarelo Álico Coeso.

Utilizou-se 40g de fertilizante/m linear de sulco, independente do adubo. Em cada sulco foram utilizadas 10 sementes de feijão Phaseolus vulgaris L., variedade carioquinha, onde cada subparcela teve um total de 20 sementes, as sementes apresentavam 85% de germinação.

O delineamento experimenta usado foi em blocos ao acaso com parcelas subdivididas constando de quatro tratamentos, três subtratamentos e três repetições. Os tratamentos foram T1: Testemunha sem adubo, T2: Fosfato de Irecê (Índice Salino = 0); T3: Superfosfato Simples (Índice Salino = 8) e T4: Uréia (Índice Salino = 75). Os subtratamentos  foram os modos de aplicação dos adubos, sendo: Subtratamento A: adubo colocado a baixo da linha de semente. Subtratamento B: sementes em contacto direto com o adubo. Subtratamento C: sementes colocadas em sulco lateral ao de adubação.

RESULTADOS:

Não houve diferença estatística com o teste de Tukey a 5% de probabilidade entre os tratamentos: Testemunha absoluta (T1) e Fosfato de Irecê (T2), independente dos subtratamentos usados, obtendo-se os valores absolutos bem próximos, tal comportamento deve-se ao fosfato natural não ter índice salino.

O tratamento com o emprego do superfosfato simples (T4) não diferiu estatisticamente dos tratamentos: Testemunha absoluta e Fosfato Irecê, por ter esse superfosfato índice salino muito baixo, entretanto, quando as sementes ficaram em contato com este adubo houve uma queda na percentagem de germinação.

O tratamento Uréia (T4), diferiu estatisticamente dos demais tratamentos em qualquer dos subtratamnetos usados, com baixíssimo índice de germinação, provavelmente levado pelo altíssimo índice de salinidade apresentado por esse adubo mesmo no subtratamento em que o adubo foi colocado abaixo da linha de semente. Se observou que houve uma ascensão capilar de sais.

CONCLUSÃO:

Materiais fertilizantes que não apresentem índices salinos não influenciam negativamente nas adubações de fundação. esteja bem posicionado no solo em relação a parte de propagação. E isso, promoverá uma ascensão capilar de sais e aumentará a pressão osmótica próxima a parte de propagação.

Os materiais fertilizantes com altos índices de salinidade, mesmo estando bem posicionado no  solo em relação a parte de propagação (a baixo da linha de semente), prejudicam a germinação das sementes.

Independente da fonte fertilizante utilizada, mesmo que o modo de aplicação do adubo esteja correto em relação a parte de propagação é importante que o solo apresente umidade suficiente para solubilização do fertilizante.

Palavras-chave: Índice salino, Fertilizantes, Germinação.