62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 3. Análise Nutricional de População
FREQUÊNCIA DE CONSUMO DE ALIMENTOS CONTENDO ADITIVOS SULFITANTES POR MORADORES DAS ZONAS NORTE E SUL DE NATAL-RN
Saulo Victor e Silva 1
Everlane Ferreira Moura 1
1. Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte - FARN
INTRODUÇÃO:
Os sulfitos são aditivos químicos comumente usados como conservantes químicos, inibindo ou retardando a deterioração de alimentos, bebidas e fármacos por ação de enzimas ou por microorganismos durante o processamento e estocagem desses produtos. Apesar da sua eficácia, têm-se identificado inúmeros efeitos adversos à saúde humana relacionados à sua ingestão. De acordo com Legislação Brasileira, os limites máximos de sulfitos para cada alimento são bastante variáveis e devem ser estabelecidos de acordo com o hábito alimentar em cada região. Visto que, o hábito alimentar e a frequência de consumo dos alimentos são itens fundamentais para se estabelecer os limites legais de aditivos permitidos em alimentos, o presente trabalho objetivou investigar os alimentos contendo aditivos químicos do tipo sulfitos mais consumidos nas zonas norte e sul da cidade do Natal-RN, e desta forma, contribuir com estudos e levantamento de dados para atender aos requisitos legais do país.
METODOLOGIA:
Para escolha dos alimentos a serem investigados, foi realizada uma pesquisa de campo por meio de questionário de freqüência de consumo alimentar contendo informações como: sexo, faixa etária, renda familiar e 15 itens classificados como principais alimentos e bebidas pertencentes ao grupo de alimentos que contém aditivos químicos do tipo sulfitantes. A pesquisa foi voltada para a monitoração dos alimentos com presença de sulfitos mais consumidos nas zonas Norte e Sul da cidade do Natal-RN. Os alimentos foram classificados através de escala hedônica que consistia em 5 itens de classificação, no qual cada entrevistado expunha a sua freqüência de consumo para cada alimento ou bebida, os itens da escala eram: 1 - Esporadicamente, 2 - Entre 1 a 2 vezes por semana, 3 - Mais de 3 vezes por semana; 4 - Diariamente e 5 - Mais de uma vez por dia. O questionário foi atestado por 188 indivíduos, de ambos os sexos, freqüentadores de postos de saúde das zonas Norte e Sul da cidade; após o estudo estatístico, foi realizado um estudo comparativo, na forma de média ± dp, com os alimentos mais consumidos entre as duas zonas da cidade, Norte e Sul, respctivamente, no qual foram estabelecidos os 5 alimentos mais consumidos dentre os entrevistados.
RESULTADOS:
O açúcar refinado apresentou uma média de freqüência de consumo de 2,52 ± 1,86 (média ± dp) dentre os entrevistados da zona Sul do Natal, e de 4,19 ± 1,42 para zona Norte, sendo considerado o item de maior freqüência de consumo, acima de 4,00. Dentre os demais alimentos com médias de freqüência de consumo em ordem decrescente estão: zona Sul - peixes (1,53 ± 0,81), sucos de frutas industrializados (1,50 ± 1,16), vinagres (1,39 ± 1,26) e salsichas (1,33 ± 0,83); zona Norte - massas (3,29 ± 1,54), refrigerantes (2,16 ± 1,32), vinagres (2,12 ± 1,27) e peixes ( 2,00 ± 0,92). Dados da legislação atual mostram que em cada 100 g de açúcar são permitidos 20 ppm de sulfitos, valor preconizado como limite máximo (LM) para o açúcar; o valor aceitável em humanos é de 0,7 mg/dia/kg peso corpóreo. Isto mostra que uma maior ingestão de açúcar pode resultar em valores elevados de sulfitos no organismo. Embora se tenham encontrados valores abaixo do consumo diário, para os demais alimentos, vale ressaltar que seus valores de LM preconizados são variáveis e, dependendo de sua freqüência de consumo, pode-se atingir, ou até mesmo ultrapassar, o valor máximo tolerável pelo organismo humano.
CONCLUSÃO:
A frequência de consumo dos alimentos com presença de agentes sulfitantes é um fator determinante para indicar o nível de contaminação da população, pois, segundo a legislação, há diferenças nos teores máximos de aditivos químicos permitidos para cada tipo de alimento. Isso mostra a necessidade de uma monitoração e padronização dos teores de sulfitos para cada tipo de alimento levando-se em consideração o padrão alimentar e a frequência de consumo de cada região. A existência de estudos que comprovem a preferência pelo alto consumo de determinados alimentos é de extrema importância para informar a população, quanto a presença de substâncias tóxicas em alimentos consumidos em seu cotidiano, além de se tornar uma fonte de informação para os órgãos competentes.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Agentes sulfitantes, Aditivos químicos, Natal.