62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
CASOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NOTIFICADOS PELO SINAN EM PERNAMBUCO
Priscilla de Souza Lima 1
Marcella de Brito Abath 3, 2
1. Fundação de Ensino Superior de Olinda - FUNESO
2. Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco - SES/PE
3. Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
INTRODUÇÃO:
Violência é o uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação (OMS, 2002). A violência se classifica em três grandes categorias: autoinfligida, interpessoal e coletiva; e pode se expressar de forma física, psicológica ou moral, sexual, negligência ou abandono, financeira ou econômica, entre outras (BRASIL, 2009). Considerando que a violência contra a mulher configura um problema de saúde pública de grande magnitude e transcendência social, que tem provocado forte impacto na morbimortalidade da população (BRASIL, 2001), é fundamental conhecer o perfil da vítima, do agressor e da ocorrência, visando subsidiar medidas de enfrentamento do problema. Nesse sentido, esta pesquisa tem como objetivo descrever o perfil dos casos de violência contra a mulher em Pernambuco, notificados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação no ano de 2009.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi do tipo descritiva com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), módulo de violência, da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco e são referentes ao ano de 2009. Para a tabulação dos referidos dados, utilizou-se o Tabwin e a análise das freqüências absolutas e relativas foi realizada no Excel.
RESULTADOS:
Em Pernambuco, foram notificados 1270 casos de violência contra a mulher no ano de 2009, representando 48% do total de casos notificados no estado. Na maioria dos casos, as vítimas se encontravam na faixa etária entre 20 e 29 anos (25%). O tipo de violência mais notificado foi a violência física (50%), porém a violência sexual e a psicológica também foram notificadas com freqüência. A força corporal ou espancamento foi o meio de agressão predominante nas notificações de violência (50%), sendo a parte do corpo mais atingida a cabeça/face (23%). Em relação à natureza da lesão, 19% das vítimas sofreram corte/perfuração/laceração e a evolução do caso mais freqüente foi a alta (67%). A maioria dos casos notificados ocorreu em residência (40%), configurando a violência doméstica. Quanto aos possíveis agressores, (56%) eram do sexo masculino e (16%) eram cônjuges das vítimas. A maioria dos casos foi encaminhada ao setor saúde (34%), seguido da delegacia de atendimento a mulher (17%).
CONCLUSÃO:
Os resultados apontam para necessidade de medidas de enfrentamento da violência contra a mulher, principalmente com idade entre 20 e 29 anos, com enfoque no âmbito doméstico em especial na relação entre companheiros. Nesse sentido, acredita-se que os profissionais da atenção primária à saúde possam ser importantes aliados para o alcance para a redução da violência contra mulher.
Palavras-chave: Violência, Mulher, Violência doméstica.