62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 7. Oceanografia - 1. Oceanografia Biológica
Levantamento das espécies de macroalgas marinhas bentônicas dos recifes de Pirangi, Parnamirim - RN
Jamile Ulisses Pereira 1
André Ribeiro de Aquino 1
Rhayan Rocha Ramalho 1
Pedro Bastos de Macedo Carneiro 1
1. Instituto de Ciências do Mar / LABOMAR - UFC
INTRODUÇÃO:

Alga é um termo desprovido de significado taxonômico, que normalmente faz referência a todos os organismos que possuem Clorofila A e um talo não diferenciado em raiz, caule ou folhas. O Rio Grande do Norte apresenta uma alta diversidade de espécies de macroalgas. Trabalhos desenvolvidos por Marinho-Soriano e colaboradores identificaram pelo menos 51 táxons, distribuídos em 13 Chlorophyta, 8 Phaeophyta e 30 Rhodophyta (Marinho-Soriano, 1999; Marinho-Soriano et al., 2001), mas essa diversidade vem sendo diminuída por fatores como a explotação das espécies de valor econômico, a poluição, a destruição e a fragmentação de hábitat, logo, um maior conhecimento da flora ficológica brasileira seria de suma importância no manejo deste recurso.

Visando contribuir para o conhecimento da flora ficológica do Rio Grande do Norte, foi realizado um trabalho de reconhecimento da diversidade de algas da praia de Pirangi, localizada no litoral centro-sul do estado. A área de estudo caracteriza-se por ser um ambiente protegido por corpos recifais (chamados de parrachos) de elevada biodiversidade, destacando-se pela sua riqueza taxonômica, diversidade de formas e relações ecológicas.

 

METODOLOGIA:

Os parrachos da Ponta de Pirangi são recifes de arenito ferruginoso distantes cerca de 900 metros da costa dos municípios de Parnamirim e Nísia Floresta, estado do Rio Grande do Norte. Boa parte destes recifes fica emersa durante as marés baixas; evidencia-se assim uma grande variedade de ambientes (poças de marés, áreas de substrato inconsolidado, etc.), o que é fator determinante para a distribuição das diversas espécies de alga.

Para o estudo preliminar desta flora foram realizadas duas campanhas durante marés baixas de sizígia (3 de março e 4 de abril de 2010). As coletas foram feitas manualmente, de forma aleatória, por uma equipe de três pesquisadores.

O material coletado foi armazenado em solução de formalina 4% em água do mar. Posteriormente, o material foi transportado ao Laboratório de Macroalgas do Instituto de Ciências do Mar, da UFC, em Fortaleza - CE, onde foi triado e identificado com ajuda de literatura específica.

RESULTADOS:

As macroalgas coletadas foram classificadas nos seguintes filos: Rhodophyta, em número de 17 e identificadas como Acanthophora spicifera, Botryocladia occidentalis, Chondrophycus papillosus, Cryptonemia crenulata, Ceramium sp, Dichotomaria obtusata, Gelidiopsis planicaulis, Gelidiopsis scoparia, Gelidium coarctatum, Gelidium americanum, Gelidiella acerosa, Gracilaria cervicornis, Gracilaria sp, Hypnea musciformis, Jania rubens, Laurencia obtusa e Laurencia sp. ; Chlorophyta, em número de 7 e identificadas como Bryopsis pennata, Caulerpa racemosa, Halimeda opuntia, Rhizoclonium riparium, Udotea flabellum, Ulva fasciata e Ulva sp; e Phaeophyta, também em número de 6 e identificadas como Dictyopteris delicatula, Dictyota menstrualis, Lobophora variegata, Padina gymnospora, Sargassum vulgare e Spatoglossum schroederi.

Totalizam-se, assim, 30 espécies de macroalgas identificadas no material coletado.

Coletas realizadas em recifes rochosos de praias vizinhas, como Búzios (Nísia Floresta/RN), apontam espécies coincidentes, predominantemente as do filo Rhodophyta, o que indica que as condições ambientais do litoral sul de Natal são muito favoráveis ao desenvolvimento destas algas.

CONCLUSÃO:

Identificaram-se, portanto, 30 espécies de macroalgas, número similar ao obtido em outras pesquisas na região. Além disso foram encontradas espécies mais raras na região, algumas com uma abundância bastante elevada, como Halimeda opuntia e Gelidiopsis scoparia. Contudo espera-se que o aumento no número de coletas demonstre a existência de mais espécies na área.

Palavras-chave: Algas, Rio Grande do Norte, Recife de Arenito.