A poluição constitui-se em qualquer alteração de natureza física, química, biológica ou de regime hidrológico que gere modificações de qualquer tipo no ecossistema, com alterações da biota.

A água pode comprometer a saúde e a vida se contiver microorganismos patogênicos; os transmitidos com maior freqüência são aqueles que causam infecções no trato intestinal, estando presentes nas fezes e urina das pessoas infectadas e podem ser transmitidas pela água de consumo. Medidas preventivas como purificar a água de consumo, tornando-a potável, tratar as águas residuais e controlar o nível microbiológico das águas de consumo, devem ser consideradas.

Sendo assim, se faz necessárias análises microbiológicas das águas de consumo a fim de garantir sua potabilidade. A qualidade da água sempre foi avaliada utilizando bactérias do grupo dos coliformes como indicadores biológicos.

Este trabalho tem por objetivo verificar a microbiologia encontrada em águas de consumo e abastecimento na cidade do Crato, que embora favorecida pela Chapada do Araripe, apresenta sérios quadros de falta de água em determinados pontos de distribuição.

Foi feito levantamento dos laudos microbiológicos existentes na SAAEC dos anos de 2004 e 2006, realizados pelo Instituto Centro de Ensino Tecnológico utilizando o método Presuntivo e Confirmativo e pelo Laboratório Central do Crato que realizou as análises microbiológicas através do método Colilert.

A cidade do Crato apresenta 20 pontos de desinfecção da água, distribuídos em locais estratégicos. Para cada ponto de distribuição foram colhidas amostras de água antes e após o tratamento prévio com uso do hipoclorito de cálcio, indicados pela Portaria 518/04 do Ministério da Saúde, para cloração e, eventual desinfecção.

A coleta de água para exame microbiológico foi efetuada em garrafas ou frascos de vidro autoclavável, limpos e esterilizados. Sendo coletado aproximadamente 180 ml de água para permitir uma homogeneização da água por agitação, imediatamente antes do exame. O exame microbiológico foi realizado o mais rápido possível ou até 60 minutos após a coleta.

Em 2004, os bairros Alto da Penha, Belmonte, Ossean Araripe e o distrito de São Bento apresentaram resultados satisfatórios. O bairro Batateira e o distrito de Santa Fé, não obtiveram resultados positivos em nenhuma das mostras colhidas, pelo provável fato de não haver naquela época sistema de desinfecção de água, o que pode ser comprovado pelos laudos laboratoriais do ano de 2006.

Em 2006, os bairros Batateira, Belmonte, Ossean Araripe, Vila Alta e o distrito de Santa Fé não apresentaram agentes patogênicos. Os demais bairros, exceto o Centro, apresentaram variações estáveis, oscilando entre satisfatório e insatisfatório nos dois anos pesquisados. O bairro Centro, em todas as análises, apresentou água considerada inadequada para consumo humano, comprovada pela presença de coliformes totais, encontrando-se fora dos padrões estabelecidos pela portaria 518/04 do Ministério da Saúde.

Em nenhuma das amostras de água foram encontradas bactérias Escherichia coli, referência para coliformes do tipo fecal.

Levando-se em conta que toda a água distribuída pela empresa é para consumo humano, nenhuma das amostras deveria conter coliformes totais, sendo o sistema de desinfecção considerado deficiente em muitas localidades.

Embora tenha havido uma melhoria na qualidade de água distribuída, a empresa precisa adotar medidas urgentes para o tratamento mais eficaz da água.