62ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 1. Língua Portuguesa
O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO CURSO PRÉ-VESTIBULAR: POR UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA QUE CONTEMPLE AMBIENTES VIRTUAIS E INTERAÇÕES DEMOCRÁTICAS
Maria Aparecida Vito da Silva 1
Lusival Antonio Barcellos 3
Jocélio Coutinho de Oliveira 2
Maria de Lourdes Barbosa Ferreira 2
1. Secretariado Executivo Bilíngue Depto. De Ciências Sociais, CCAE - UFPB
2. Pós-Graduação Lato Sensu PROEJA - CCHSA - UFPB
3. Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões - UFPB
INTRODUÇÃO:
Este trabalho versa sobre experiência vivenciada no processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa no Curso Pré-Vestibular promovido pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no ano de 2009. Desenvolvemos nossas atividades pedagógicas com o intuito de proporcionar, aos alunos carentes selecionados pelo programa, todo o suporte necessário para obter a aprovação no vestibular. Despertar nos alunos a motivação interior para o estudo e o gosto pela matéria, visando o melhoramento da autoconfiança e o empenho deles nas atividades realizadas foram os nossos objetivos. Para tanto, procuramos desenvolver aulas dinâmicas, divertidas e prazerosas, além de sempre zelar pelas relações: professor-aluno, professor-professor e aluno-aluno, criando novos ambientes para interação pedagógica. Nossa prática se faz pertinente por propor a derrubada do preconceito linguístico ainda em vigor no ambiente escolar prejudicando diretamente as interações professor-aluno e aluno-aluno. Propomos também, em nossa prática, atividades que promovem o rompimento com as concepções tradicionais de educação bancária que trata o aluno como um ser vazio. Buscamos ainda empregar o desenvolvimento de um relacionamento horizontal baseado nas premissas da liderança.
METODOLOGIA:
Trata-se de atividades realizadas nas aulas de Língua Portuguesa no Curso Pré-Vestibular promovido pela UFPB, no ano de 2009 nos oito pólos desse curso no Litoral Norte da Paraíba. Além das reuniões pedagógicas de socialização e planejamento, usamos ferramentas digitais nas interações entre os docentes, como também nas interações de ensino-aprendizagem da disciplina. MSN, E-MAIL, SITES, TWITTER e ORKUT constituíram instrumentos valiosos no processo ensino-aprendizagem. Havia, nas aulas, elementos fixos tais como dinâmicas de acolhida, de elevação da auto-estima e de socialização de conhecimentos, além da aplicação de questões e resolução comentada. Tudo para oportunizar ao aluno ler, interpretar, produzir e socializar textos dos diversos gêneros solicitados pela Comissão Permanente do Vestibular (COPERVE). Não nos restringimos aos conteúdos: Mais do que ensinar, procuramos despertar no aluno o desejo de aprender. Quanto aos conteúdos, focalizamos o trabalho com textos. Quanto aos recursos, utilizamos a apostila disponibilizada pela organização, além de outros recursos didáticos como textos escolhidos e filmes de curta metragem. Quanto à linguagem utilizada nas interações, procuramos derrubar preconceitos e promover a oportunidade do uso consciente de variadas línguas funcionais.
RESULTADOS:
Muitas foram as aprendizagens promovidas no Curso em questão. Os índices de aprovação foram recordes nos diversos municípios pólos onde o curso se realizou. Especificamente na disciplina Língua Portuguesa, diversos aprendizados podem ser elencados. O trabalho em equipe, com a socialização de materiais e ideias, merece destaque. Não menos ênfase merece a utilização de ciber espaços pedagógicos. O importante foi se fazer presente. Esses novos ambientes de ensino-aprendizagem proporcionaram momentos riquíssimos de abastecimento de energias para as diversas etapas do vestibular, além da socialização de conteúdos. Um dos momentos fortes do curso foi a realização de um simulado do vestibular. Utilizamos todos os espaços que tínhamos disponíveis para despertar a motivação dos alunos para a participação ativa durante a realização do simulado. Nesse momento, os ambientes virtuais tiveram um papel significativo. Enviamos mensagens via e-mail e respondemos os recados recebidos no Orkut lembrando a realização do evento, além das interações via twitter e site da disciplina. A abordagem consciente também de variedades não padrão, respeitando sempre o bom senso, contribuiu para derrubar barreiras e preconceitos entre os sujeitos da aprendizagem no ensino de Português como Língua Materna.
CONCLUSÃO:
Pudemos comprovar, em nossa prática, que a ampliação dos ambientes de ensino-aprendizagem, aumentou, significativamente, de forma positiva, o leque de possibilidades de interações pedagógicas e consequentemente de novas aprendizagens, gerando maior socialização e apreensão de conteúdos e exercendo papel importantíssimo para despertar, no aluno, o gosto pelas atividades desenvolvidas nas aulas de Língua Portuguesa. Os ambientes virtuais fazem parte da vida dos jovens vestibulandos, possibilitando também interfaces prazerosas para estes e contribuindo para o desenvolvimento do gosto pela matéria. Outra contribuição dos ambientes virtuais de aprendizagem utilizados foi percebida na consolidação de relações horizontais entre os sujeitos do processo. Estes ambientes também são muito democráticos no uso de variedades linguísticas e isso reforçou ainda mais o estabelecimento de um ambiente democrático, ambiente que também teve como ponto de fortalecimento a adoção de pressupostos da liderança na sala de aula. A participação nas aulas se dava de forma voluntária e negociada, nunca pela imposição. Tudo isso nos conduziu a um novo jeito de ser e de fazer no ensino de Língua Portuguesa, proporcionando-nos resultados animadores.
Palavras-chave: ambientes virtuais , interações democráticas, preconceito linguístico.