62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 5. Nutrição
ESTUDO DA OCORRÊNCIA DE ENTEROPARASITAS EM HORTALIÇAS COMERCIALIZADAS NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ - RN, BRASIL.
Larissa Rayanne da Costa Varela 1
Camila Valdejane Silva de Souza 1
Izabel Cristina de Oliveira 1
Maressa Madja da Costa Batista 1
Rayssa Gomes da Costa 1
Débora de Almeida Aloise 1, 2
1. Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - FACISA/UFRN
2. Profª. Ms/Orientadora - Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - FACISA/UFRN
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO As hortaliças são componentes essenciais em uma alimentação saudável, sendo amplamente consumidas pela população. No entanto, este importante alimento pode conter cistos de protozoários, ovos e larvas de helmintos, servindo como uma importante via de transmissão de parasitas intestinais. No município de Santa Cruz, a hortaliça mais produzida pela população é o alface. Tendo em vista que este município é considerado um pólo para a região do Trairí, o alface comercializado pode ser encontrado em diversas cidades do RN, e somando-se a este fato, o hábito alimentar de consumir hortaliças in natura, possibilita a exposição de uma grande parcela da população do Trairí a este alface bem como aos enteroparasitas presentes. As principais vias de contaminação das hortaliças se dão pelo uso de águas contaminadas na irrigação das hortas, uso de adubos provenientes de dejetos fecais, falta de higiene dos agricultores, bem como os transportes dessas hortaliças até o seu destino final. Desta forma, o presente trabalho realizou uma análise das amostras de alface comercializado na feira livre do município de Santa Cruz, buscando gerar medidas que propiciem uma melhoria na qualidade higiênico-sanitária destes alimentos.
METODOLOGIA:
MÉTODOS Para a análise das hortaliças foram selecionados cinco pontos distintos da cidade de Santa Cruz: três sacolões, uma feira livre e o açude Santa Rita. As amostras de alface (31) foram acondicionadas em sacos plásticos e devidamente identificadas. No laboratório multidisciplinar da FACISA/UFRN, os alfaces foram desfolhados e, com o auxilio de um pincel, a superfície das folhas foram esfregadas com solução de detergente neutro (tensoativos aniônicos, glicerina, coadjuvantes, conservante, cloro, sequestrante espessante, corante, fragrância e veiculo) diluído em água na proporção de 1:1. As folhas ficaram imersas na solução por cinco minutos. O produto da lavagem foi filtrado e passado para um cálice de sedimentação. Após, aproximadamente, 24 horas, o sedimento foi transferido para microtubos de 2mL e centrifugado por dois minutos a 1500 da marca HT. O sobrenadante foi desprezado e o volume final foi ajustado com água destilada para 0,5 mL. Após a homogeneização do sedimento, uma gota do material foi depositada em uma lâmina de microscopia, corado com Lugol da marca Labor import e coberto com uma lamínula para o exame direto em microscópio (Olympus CX21).
RESULTADOS:
RESULTADOS E DISCUSSÃO A cidade de Santa Cruz, devido às baixas condições sanitárias e ao clima tropical possuem condições propícias para disseminação dos parasitas intestinais, sendo as hortaliças o principal veículo de transmissão. Das 31 amostras analisadas, observou-se predominância do protozoário Entamoeba, o terceiro maior causador de morte por protozoário. Foram encontrados também índices elevados de Hymenolepis, Ascaris, larvas de helmintos do gênero Ancylostoma e Strongyloides. Outros enteroparasitas como Giardia, Toxoplasma gondii, Enterobius e Trichuris estavam presentes nas amostras analisadas. Com relação às formas de contaminação, notou-se que a maioria dos produtores, que fazem parte da Associação dos Agricultores do açude Santa Rita, não usava luvas durante a coleta; nenhuma das hortaliças era embalada em sacos plásticos; seu transporte é feito em carroças de mão; e a área de cultivo não possui banheiro, o que implica dizer que, possivelmente os dejetos fecais são depositados em locais propícios a contaminação das hortaliças. As amostras dos cincos locais de coleta apresentaram múltipla contaminação. Em um dos sacolões selecionados observou-se taxa significativa de enteroparasitas em relação aos demais. Fato este que pode ser explicado pelo inadequado armazenamento observado.
CONCLUSÃO:
CONCLUSÕES As fontes de contaminação das hortaliças verificadas, são amplas, incluindo diversos vetores como animais, água, adubos, meio de transporte e também manipuladores de alimentos. A boa higiene é medida protetora fundamental contra doenças de origem alimentar, e as hortaliças comercializadas em Santa Cruz apresentaram grande diversidade de enteroparasitas, onde houve predominância de protozoários do gênero Entamoeba. A falta de controle higiênico dos alimentos vendidos por manipuladores de alimentos constitui um importante obstáculo para implementar medidas de controle contra as parasitoses intestinais. Sendo assim, este trabalho forneceu dados interessantes para a comunidade e para vigilância sanitária sobre o estado de higiene desses produtos.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Enteroparasitas, Hortaliças, Santa Cruz.