62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
PERFIL HIDROQUÍMICO DA BACIA HIDROGRAFICA PIRANGI-RN
Artur de Santana Oliveira 1
Izabel Machado da Nóbrega 1
Maria Adriana Medeiros dos Santos 1
Verushka Symonne de Medeiro 1
Kytéria Sabina Lopes de Figueredo 1
Djalma Ribeiro da Silva 1
1. Departamento de Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte / UFRN
INTRODUÇÃO:
A água e um recurso natural insubstituível, pois é imprescindível para o desenvolvimento de todas as formas de vida. Este estudo tem como objetivo a elaboração do perfil hidroquimico da Bacia Pirangi-RN localizada na região leste do estado do Rio Grande do Norte, procurando estabelecer uma relação dos principais íons disssolvidos com o meio físico e as prováveis causas da evolução química dessas águas. Os rios Pitimbu, Pium, Pirangi, os riachos Taborda, Água Vermelha, Ponte Velha, Lamarão e Mendes e a lagoa do Jiqui, constituem a pequena bacia hidrográfica Pirangi que de acordo com a Secretaria de Estado dos Recursos Hídricos - SERHID (2009), sua área é de aproximadamente 458,9 km2, correspondendo a cerca de 0,9 % do território estadual. Abrangendo os municípios de Parnamirim, São José de Mipibu, Vera Cruz, Nísia Floresta, Macaíba e Natal. A bacia é de grande importância socioeconômica e ambiental, pois é responsável pelo abastecimento de 40% da população do estado. Sendo assim a criação do seu perfil hidroquimico servirá de ferramenta para os estudos de preservação dos seus recursos hídricos que são destinados para fins diversos.
METODOLOGIA:
As amostras foram coletadas em 7 pontos em corpos de água superficiais em Março de 2010. A coleta foi feita em recipientes previamente limpos e acondicionados em caixas de isopor com gelo para transporte até o laboratório em temperatura de aproximadamente 4ºC. Para a caracterização hidroquímica da água realizaram-se as seguintes análises químicas: Para a determinação dos ânions Cloreto e Sulfato e os cátions Cálcio, Magnésio, Potássio e Sódio, utilizou-se da técnica de cromatografia de íons com detecção por condutividade e supressão do eluente, conforme o procedimento contido no Standard Methods (20th Ed). Para isso foi utilizado um Cromatógrafo de Íons marca Dionex, modelo ICS-3000 as curvas de calibração foram preparadas a partir de um padrão multielementar. As análises de alcalinidade de carbonato e bicarbonato foram realizadas pelo método de titulação volumétrica com indicadores: fenolftaleína e verde de bromocresol. Para a análise de condutividade elétrica foi usado um multiparâmetro (Marca WTW, Modelo Muti340i). Para avaliar a qualidade dos resultados realizou-se o balanço iônico e em seguida confeccionou-se o diagrama de Piper utilizando o software Qualigraf (versão 5.1 Beta) e classificou-se a água de acordo com os tipos genéticos definidos por Sulin.
RESULTADOS:
As amostras dos 7 pontos estudados apresentaram erro percentual menor que 5% para o balanço ânion-cátion para cada amostra e observou-se as características hidroquímicas através da utilização do diagrama de Piper e das razões de Sulin que evidenciaram as possíveis relações entre íons nas amostras. Os valores utilizados encontram-se em percentuais de meq/L. Na parte do diagrama de associação de cátions e ânions (losango central), observa-se um domínio de águas sulfatadas ou cloretadas cálcicas ou magnesianas (mistas). Os maiores teores de Cl- são encontrados no ponto BP1. Nas amostras BP2, BP4 e BP5 ocorre uma diminuição no teor de Cl-, em detrimento do aumento de HCO3-. No que se referem aos cátions, as águas têm um caráter misto. De acordo com as razões de Sulin a bacia Pirangi apresentou água do tipo genético cloreto-magnesiano confirmando os resultados obtidos anteriormente no diagrama de Piper.
CONCLUSÃO:
A partir dos resultados obtidos definiram-se as características hidroquímicas da água da Bacia Pirangi e elaborou-se um perfil com base nos diagramas de Piper e confirmou-se com a classificação de razões iônicas segundo Sullin. A análise e o tratamento de dados hidroquímicos requer cuidados especiais que vão desde técnicas de amostragem até balanço iônico na averiguação e avaliação da precisão dos resultados (APHA, 2005). Em geral, as águas da Bacia Pirangi foram classificadas como cloretada-magnesianas, ou seja, uma água do tipo mista e requerem, no máximo, um tratamento prévio padrão simplificado com vistas ao consumo humano.
Instituição de Fomento: Fundação Norte Rio Grandense de Pesquisa e Cultura- Funpec
Palavras-chave: Bacia Pirangi, Hidroquímica, Balanço iônico.