62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 3. Medicina Veterinária Preventiva
Soroprevalência de Anaplasma marginale em bezerros na região de Araguaína, Tocantins, Brasil.
Hébelys Ibiapina da Trindade 1
Katyane de Sousa Almeida 2
Fagner Luis da Costa Freitas 3
Francisco Baptista 3
Rosângela Zacarias Machado 4
Gleisom Ribeiro de Araújo Silva 5
1. Pós-graduação em Ciência Animal Tropical, Universidade Federal do Tocantins, UFT
2. Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Microbiologia, UFT
3. Depto. de Microbiologia, UFT
4. Depto. de Patologia Veterinária, UNESP, Jaboticabal/SP
5. Aluno da graduação do curso de Medicina Veterinária, UFT
INTRODUÇÃO:
A anaplasmose bovina é causada pela Anaplasma marginale, transmitida biologicamente pelo carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus e, mecanicamente, por dípteros hematófagos e fômites contaminados. Está presente em países de clima tropical e subtropical, causando grandes perdas econômicas devido a alta morbidade e mortalidade em bovinos, em especial os bezerros. É caracterizada por febre, anemia, perda de peso, diminuição na produção de leite e icterícia. A distribuição da anaplasmose pode ser classificada em áreas livres, as quais possuem condições climáticas não favoráveis à multiplicação dos vetores; áreas de instabilidade enzoótica, que em determinadas épocas do ano as condições climáticas não são totalmente favoráveis ao desenvolvimento dos vetores; e áreas de estabilidade enzoótica, sendo o clima favorável ao desenvolvimento de vetores durante todo o ano. A região de Araguaína possui o segundo maior rebanho do Estado do Tocantins, assim, o desenvolvimento de pesquisas a respeito da prevalência de enfermidades que interferem na produtividade desses animais é de grande importância. Devido aos poucos estudos em relação a anaplasmose bovina nessa região, este trabalho teve por objetivo determinar a soroprevalência de anticorpos anti-A. marginale em bezerros desta região.
METODOLOGIA:
O estudo foi desenvolvido na região de Araguaína, situada no norte do Estado do Tocantins, que possui um clima tropical úmido, sendo considerada como parte da Amazônia Oriental. A coleta foi realizada nos meses de março a junho de 2009, sendo coletados 10 mL de sangue, assepticamente, por punção da veia coccígena, os mesmos foram centrifugados a 2000g por 10 minutos para separação dos soros e aliquotados em tubos tipo "Eppendorf" de 2 mL, armazenados a -20ºC até o momento da realização do teste sorológico. A metodologia para análise dos soros foi a técnica do ensaio imunoenzimático indireto (ELISAi) descrita por Machado et al. (1997) com algumas modificações. O soro obtido foi analisado no Laboratório de Imunoparasitologia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária da UNESP (Jaboticabal-SP). A leitura da reação foi realizada em um leitor de microplacas (Dynex Technology) a um comprimento de onda de 405 ηm. Os valores de absorbância (ponto de corte) nos soros foram agrupados em níveis de ELISA (NE), os quais variam de zero a nove preconizado por Machado et al. (1997). A discriminação da absorbância (valor de corte) foi determinada como sendo duas vezes e meia a média do valor de absorção do grupo negativo, considerando as leituras acima do valor de corte positivas.
RESULTADOS:
Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa estatístico Graphpad Prism. 5 - Windows (2009), com intervalo de confiança (IC) de 95%. Durante as coletas de sangue verificou-se uma alta infestação por carrapatos bem como de insetos hematófagos nas propriedades, apesar do uso de medicamentos a base de avermectinas e piretróides, como a cipermetrina, para controle destes. Essa alta infestação juntamente com clima tropical úmido da região favorece a multiplicação dos vetores, fator esse que pode ter contribuído para a alta prevalência dessa enfermidade. A pesquisa de anticorpos anti-A. marginale, em bezerros procedentes na região de Araguaína revelou uma positividade de 89,9%, caracterizando essa área como de estabilidade enzoótica. Considera uma área de estabilidade quando a frequência de anticorpos estejam acima de 75%, frequência abaixo desse valor são consideradas como áreas de instabilidade enzoótica. Animais nascidos nas áreas de estabilidade têm contato com o agente desde o nascimento até a fase adulta, tornando-se imune a infecção. Enquanto que animais das áreas de instabilidade são mais susceptíveis a infecção, devido a o contato com o agente.
CONCLUSÃO:
Devido a alta prevalência para anticorpos anti-A. marginale na região de Araguaína-TO, a mesma foi classificada como uma área de estabilidade enzoótica para A. marginale, sendo considerada uma região de risco, principalmente, quando introduzidos animais suscetíveis procedentes de áreas de instabilidade para esta região.
Instituição de Fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES
Palavras-chave: Anaplasma marginale, Bezerros, Araguaína.