O estudo da qualidade da água é fundamental para a manutenção da saúde e da boa qualidade de vida do ser humano. Na comunidade Piriquitaquara, localizada na ilha do Combú, região insular de Belém, muitos moradores viajam até a cidade em busca de água potável. Além disso, no único posto de saúde, a água utilizada para qualquer tipo de atendimento é a do rio. A comunidade utiliza a água do rio, adicionando hipoclorito de sódio para a desinfecção da mesma, porém o manuseio deste produto não é realizado de acordo com as técnicas adequadas, podendo acarretar riscos a saúde dos mesmos. Outros fatores de risco estão associados nas práticas desta comunidade, e para isso se faz necessário um estudo de caracterização daquela água, para elaboração de um relatório e encaminhamento às instâncias superiores responsáveis pelo fornecimento de água potável no município de Belém. O levantamento do tema sobre a analise físico-quimica da água é importante para motivarmos situações que venham contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos moradores. Contudo o presente trabalho tem o objetivo de avaliar a qualidade da água do iguarapé piriquitaquara utilizada pela população.

Segundo a portaria MS nº 518 recomenda-se que, no sistema de distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5. E nas análises o mesmo foi considerado fora dos padrões estabelecidos por apresentar um valor de 5,6. A alcalinidade da água está relacionada com o seu grande poder de dissolver gás carbônico, CO2, e este, na forma de ácido carbônico, pode estar combinado, sob várias formas, com os metais alcalinos (Na, K) e alcalinos terrosos (Ca, Mg) na forma de carbonatos. Estes sais, sendo provenientes de bases fortes e ácidos fracos, conferem à água um caráter básico. Portanto, nas análises realizadas detectou-se a presença dos íons Ca²⁺ e Mg²⁺ que conferem caráter alcalino para a água. Em concentrações moderadas não há restrição ao consumo humano. Avaliando os valores de cor e turbidez, detectou-se uma turbidez média de 31 UT, e de 371 UH para cor, e de acordo com as recomendações de normas técnicas estes valores devem ser limitados em 5 UT e 15 UH respectivamente para que seja viável a utilização da água para consumo humano.

O trabalho realizado permitiu evidenciar e relacionar as condições físico-químicas existentes nas águas do igarapé Piriquitaquara para um possível monitoramento e tratamento que estabeleça uma melhoria na qualidade da água utilizada pelos moradores da comunidade priorizando a saúde e bem-estar dos mesmos.