62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 4. Patologia Animal
IDENTIFICAÇÃO DE Enterobacteriaceae EM OVOS INFÉRTEIS DE CAPOTE (Numida meleagris)
Roberta Cristina da Rocha e Silva 1
Átilla Holanda Albuquerque 1
Camila Muniz Cavalcanti 1
Elisângela de Souza Lopes 1
Helda Vilma Posser Costa Neto 1
William Cardoso Maciel 1
1. Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará - UECE
INTRODUÇÃO:
As Enterobacteriaceas são bacilos Gram-negativos e anaeróbios facultativos. Algumas estão sempre associadas a doença (Salmonella typhi, Shigella spp., Yersinia pestis), enquanto outras pertencem à flora comensal normal e causam infecções oportunistas (E. coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis). Essas bactérias podem estar presentes em pequeno número no baixo intestino e contaminar os ovos no momento da postura ou no meio ambiente. Existe também a possibilidade de contaminação cruzada, que pode ocorrer em diferentes situações em que os ovos são manipulados ou utilizados no preparo de alimentos. Além desses fatores, a exposição a temperaturas não-recomendáveis ou o armazenamento por tempo prolongado aumentam a carga microbiana dos ovos. Outra forma importante de contaminação é o contato das cascas dos ovos com as fezes das aves, no momento da postura ou no próprio ninho. Portanto, o presente trabalho objetivou verificar a presença de enterobactérias em ovos de capote (Numida meleagris).
METODOLOGIA:
Os ovos foram coletados após o período de oito dias de incubação onde foi realizado ovoscopia para determinação de ovos inférteis posteriormente levados ao Laboratório de Estudos Ornitológicos - LABEO da Universidade Estadual do Ceará. Utilizou-se dez amostras divididas em pools de três ovos e uma amostra de pool com quatro ovos totalizando 34 ovos As amostras foram submetidas ao processamento microbiológico constituído das seguintes etapas: Pré-enriquecimento em Água Peptonada, Enriquecimento Seletivo através dos meios Rappaport-Vassiliadis e Selenito-Cistina, Identificação Presuntiva mediante observação das características morfológicas das colônias nos meios sólidos Verde Brilhante e MacConkey e, por fim, as Provas Bioquímicas utilizando-se os meios TSI (Ágar inclinado tríplice açúcar ferro), LIA (Ágar inclinado lisina ferro) e SIM (Sulfeto, indol e motilidade). A temperatura e o período de incubação para cada etapa foram padronizados respectivamente em 37° C e 24 horas.
RESULTADOS:
Através das provas bioquímicas foi possível identificar quatro enterobactérias, com suas respectivas freqüências relativas: Serratia sp. (30%), frequentemente encontrada na casca do ovo, Enterobacter sp. (20%) pertence a um grupo que normalmente se encontra no trato intestinal das aves sadias e põem atuar como microorganismos oportunistas, Shiguella sp. (10%), representando um destaque maior pelo fato de sua transmissão poder ser ocasionada devido a condições inadequadas de higiene, como pela veiculação por muscóides, Klebsiella (10%), responsabilizadas como agentes de vários processos patológicos e amostras onde não houve crescimento bacteriano (40%), provavelmente sendo ovos mais novos, ainda possui seu poder bactericida. As enterobactérias isoladas são causadoras de sérios problemas a saúde humana. Nas aves são responsáveis por quadros de enterite causando onfalite, septicemia, doença ocular, respiratória e reprodutiva em aves jovens, sendo através de fezes e principalmente ovos a fonte condutora dos patogênicos alimentares.
CONCLUSÃO:
Com base nos resultados obtidos através da análise bacteriológica, concluiu-se que os ovos de capote (Numida meleagris) apresentaram contaminação por várias enterobactérias, alterando dessa forma as propriedades do ovo e representando comprometimento na eclosão, esta oriunda do ambiente (ninho). Sendo dessa forma importante a implantação de programas para orientar os criadores de aves, visando a melhoria das condições higiênico - sanitárias.
Instituição de Fomento: CAPES
Palavras-chave: Enterobacteriaceae, Numida meleagris, Ovos.