62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 5. Enfermagem Pediátrica
A EFICÁCIA DA INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO (RN) PREMATURO DE BAIXO PESO
Luzia da Silva Medeiros 1
Deborah Dinorah de Sá Mororó 1
Eunice Fernandes da Silva 1
Rafaela Antunes Peres 1
Sheilla Cristina Maia Teixeira 1
Tatiana Maria Nóbrega Elias 1
1. Hospital de Pediatria Profº Heriberto Ferreira Bezerra (HOSPED-UFRN)
INTRODUÇÃO:
O número elevado de neonatos de baixo peso ao nascimento constitui um grande problema de saúde e representa um alto percentual de morbimortalidade neonatal. Isto tem sido foco primordial das atenções do Ministério da Saúde (BRASIL, 2002). O Método Mãe Canguru (MMC) compreende uma assistência neonatal ao RN com baixo peso, sendo colocado em prática nos países desenvolvidos a mais de 30 anos. Já no Brasil, com a Portaria 693, o método foi regulamentado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 2000. O MMC é conhecido pelos seus efeitos benéficos no ganho ponderal do RN, considerando o contato direto - mãe/familiar e filho - o mais rápido possível. O método também favorece o mecanismo de termorregulação que resulta em considerável ganho ponderal e estimulação ao aleitamento materno de forma mais prazerosa. Este estudo tem o propósito de avaliar a importância das intervenções de enfermagem no cuidado ao RN de Baixo Peso e a eficácia do MMC sob a sua supervisão. Dessa forma, será dado destaque a relevância do desenvolvimento dessa prática nas unidades de neonatologia, assim como a necessidade de um envolvimento multiprofissional na assistência ao RN com baixo peso, de forma que todas as ações sejam direcionadas a recuperação do RN com o mínimo de prejuízos futuros.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo de caso, com abordagem qualitativa, realizado na enfermaria de clínica neonatal do Hospital de Pediatria Prof° Heriberto Ferreira Bezerra (HOSPED-UFRN), em Natal/RN. Neste estudo foi realizado uma análise dos resultados do acompanhamento a um RN prematuro de baixo peso do 1º ao 27º dia de internação hospitalar. A coleta de dados ocorreu através de registros no prontuário, conversas informais com a puérpera e orientações acerca do uso do MMC, além da constante observação do binômio mãe-filho durante a visita de enfermagem realizada sistematicamente.
RESULTADOS:
O RN em estudo nasceu de parto normal, idade gestacional de 31 semanas e peso 1500g. No 1º dia de vida foi encaminhado a enfermaria de neonatologia do HOSPED. Deu entrada nessa instituição por desconforto respiratório e baixo peso, sendo mantido em incubadora aquecida e sob oxigenoterapia até restabelecimento do padrão respiratório. Inicialmente o RN foi alimentado com leite materno ordenhado e complemento de leite NAN1 através de sonda orogástrica. Do 1º ao 9º dia de internação hospitalar (DIH) o RN apresentou uma variação de peso de 1545 a 1490g, é importante destacar a perda ponderal fisiológica que acontece durante esse período. Após restabelecimento da função respiratória, no 10º DIH, foi suspenso oxigenoterapia e prescrito o MMC pelo pediatra e com intervenção direta e continua da enfermagem. No 27º dia de vida o RN saiu de alta hospitalar em aleitamento materno exclusivo e pesando 2015g. Portanto tendo alcançado, após a inclusão do MMC, uma média de ganho ponderal diária de 36,7g.
CONCLUSÃO:
A realização deste estudo enfatizou a relevância e aplicabilidade do MMC na Unidade de Neonatologia do Hospital de Pediatria e o valioso papel da enfermagem na execução deste para alcance satisfatório dos resultados esperados, tendo em vista os efeitos benéficos ao RN assistido no período em estudo. O acompanhamento do RN com baixo peso consiste na observação do contato mãe-filho, corrigir possíveis falhas, estimular o aleitamento materno de forma prazerosa e ao mesmo tempo avaliar a progressão ponderal, respiratória e do Sistema Nervoso Central do RN. Este vínculo, mãe-filho, aponta para um desenvolvimento mais satisfatório do RN e maior compreensão e aceitabilidade da mãe quanto à importância da prática do aleitamento materno e do MMC. Durante o estudo foi enfatizada a importância da ação sistemática e efetiva da equipe de enfermagem , visando o bem estar de mãe e filho. Contudo, percebe-se que esta equipe tem um papel fundamental no processo do cuidar por estar presente 24h/dia. Daí a necessidade da equipe ter conhecimento técnico-cientifico do assunto para atuar de forma adequada e estar preparada para detectar anormalidades precocemente, de maneira a intervir junto aos outros profissionais, melhorando os resultados da assistência prestada aos indivíduos.
Palavras-chave: Baixo peso, Enfermagem, Recem nascido.