62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 4. Conservação da Natureza
TEOR DE FÓSFORO EM REJEITOS DE MINERAÇÃO DE CALCÁRIO DA FORMAÇÃO IRATI-REGIÃO DE PIRACICABA (SP).
Suany Couto Texeira 1
Laiane Bezerra Ribeiro 1
Cássio Souza de Oliveira 1
Lorena Lira Leite Sabino 1
Helen Monique Nascimento Ramos 1
Norberto Cornejo Noronha 1
1. Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA
INTRODUÇÃO:

A atividade de mineração causa impactos ambientais modificando a paisagem e alterando as condições de solo, água, vegetação e fauna. Isto se deve pelo fato que, para a extração do minério, é retirada a vegetação natural além da camada de solo fértil e às vezes se faz necessário à remoção de montes rochosos que não possuem valor econômico. Para elaborar uma proposta de recuperação de rejeitos de mineração de calcário, é de fundamental importância o conhecimento do material designado como rejeito tanto na sua fase inalterada, rocha sã, como na fase que se apresenta em processos de alteração, quando esse material é removido e armazenado nos depósitos. Dentre os nutrientes o fósforo é um importante elemento que, quando falta, pode limitar o crescimento da vegetação sobre os escombros derivados da atividade de mineração.  Costa e Zocche (2009) apontam o fósforo como elemento limitante em solos de mina devido à rápida fixação em formas não disponíveis. Neste sentido, o presente trabalho teve o objetivo de caracterizar os teores de fósforo em perfis abertos em bancos de rejeitos de mineração de diferentes idades em uma jazida de calcário da Formação Irati-região de Piracicaba (SP).

METODOLOGIA:

A

A área em estudo encontra-se no município de Saltinho (22055' S e 47043' W), a 15 km de Piracicaba-SP. Trata-se de uma área de exploração de calcário dolomítico pertencente à formação Irati e comercializado como corretivo de solos. Na área foram abertas 5 trincheiras em montes de rejeito com diferentes tempos de exposição, sujeitos à pedogênese: Uma no monte de 2 anos (P1) sobre a cobertura de transição entre gramíneas e leucena (Leucaena leucocephala), uma no monte de 15 anos (P2) sobre a cobertura de leucena e três no monte de 32 anos (P3, P4 e P5), sendo duas delas sobre a cobertura de leucena (P3 e P4) e uma terceira (P5) sobre a cobertura de pastagem consorciada gramíneas/leucena. Observou-se a ocorrência de horizonte A com 3 cm de espessura e com estrutura granular predominantemente fraca em P1 (2 anos). Após a exposição dos perfis, foram coletadas amostras por horizontes, para a análise química, sendo utilizado o método da resina para a determinação dos teores de fósforo, como também em fragmentos rochosos que constituíam o rejeito.

 

RESULTADOS:

A análise de fósforo-resina nas amostras das rochas evidencia que o teor deste elemento é muito elevado no siltito alaranjado (168 mg dm-3), porém esse siltito não é muito comum no volume total de material nos escombros, sendo encontrado alguns fragmentos desta rocha apenas no perfil P1. As rochas de calcário+sílex e folhelho pirobetuminoso, as quais se apresentam com maior freqüência em todos os perfis, quando sãs, possuem baixa disponibilidade de fósforo, respectivamente 8 e 4 mg dm-3. Todavia quando formam bancos de rejeito, devido a novas condições de superfície, há um aumento da disponibilidade deste elemento. Com os maiores valores encontrados na superfície dos perfis dos bancos de rejeito. Os solos de mina aqui estudados apresentaram uma variação nos teores de P de 16 mg dm-3 a 150 mg dm-3, sendo que em P1 variou de 26 mg dm-3 a 128 mg dm-3, em P2 de 44 mg dm-3 a  55 mg dm-3  e nos perfis 3, 4 e 5 a variação foi de 38 a 150mg dm-3,38 a 111 mg dm-3 e 16 a 144 mg dm-3, respectivamente.  Os perfis mais velhos, com 32 anos de exposição, apresentaram teores de P-resina freqüentemente mais elevados em relação ao perfil mais novos. E os perfis P1, P4 e P5 apresentam maior concentração de fósforo na superfície.

 

CONCLUSÃO:

Por meio deste estudo foi possível constatar que os teores de fósforo são frequentemente elevados nos solos de mina da formação Irati - região de Piracicaba (SP). Sendo os mesmos incrementados com as idades dos montes.

 

Palavras-chave: fertilidade solo, Montes rochosos, Escombros.