Ao colonização brasileira teve como figuras importantes os religiosos, dentre eles
em especial os jesuítas. Esses atuaram de forma efetiva  na catequização e na trans formação dos índios em servos da Coroa de Portugal, conforme definia o Regimento de Tomé de Souza:

"Porque a principal cousa que me moveo a povoar as ditas terras  de Brasil foi para que a gente dela se convertesse a nossa santa fé católica,.." (apud ESTOILE ,Charlote de Castelnau - l. Operário de um vinha estéril. p, 18)

Portanto, os jesuítas chegaram ao "Novo Mundo"  responsáveis por uma missão política e evangelizadora: a de catequizar os índios e tornar-los servos de Portugal. Munidos de um pensamento ingênuo em relação aos indígenas,  os consideraram como um papel em branco onde poderiam escrever o que quisessem, como fica demonstrado no texto de Manuel da Nóbrega:

" O padre Navarro estava (como ainda esta) em suas aldeias pregando aos grandes e ensinando a ler e a fazer orações aos pequenos e ajudando a se afervorarem no amor de Deus e no desejo do batismo de alguns homens e catecumes, entre os quais alguns pedem com muita instancia" (NÓBREGA, Manuel. Cartas jesuíticas: Cartas do Brasil. Ao padre Simão Rodrigues.p,103-104.)

No entanto,  esta visão otimista não perdurou durante todo o período colonial.

Para se fazer essa pesquisa foi utilizado a analise da documentação primária, e alguns autores que escreveram sobre o tema, dentre elas a mais utilizada foi Charlotte de Castelnau-L 'Estoile com seu livro Operários de uma vinha estéril.

As fontes primárias foram as cartas do Pe. Manuel da Nóbrega que circulavam dentro e fora da colônia.

A mudança de pensamento dos jesuítas que chegaram ao Brasil é o objetivo principal. No começo eles tinham um olhar maravilhado, acreditando que poderiam fazer no "Novo Mundo" um reino de cristãos perfeitos que não havia na Europa. Com isso os jesuítas se alegraram, pois, sua salvação dependia também da salvação dos gentios.

Após essa visão maravilhada os jesuítas passam a encarar a realidade e começam a considerar o trabalho de converter os índios pesado demais. Até mesmo Manuel da Nóbrega, que antes escrevia com tanto ânimo e otimismo em relação à conversão dos índios, achando-os amáveis e aptos à religião, escreveu mais tarde sobre sua bestialidade e seu comportamento incivilizado, tratando-os como inconstantes e mostrando que os missionários, para converter-los, deveriam lhes impor a fé, privando-os da liberdade e usando a força se necessário:

" Mateus Nogueira - Pois que remédio, hemos de cansar debalde; minha forja de dia e de noite, e o meu trabalho não me rendera nada entre eles para levar diante de Christo, quando nos vir julgar, para que ao menos outra alguma parte de meus pecados muitos,.. (apud ESTOILE, Charlote de Castelnau - l"Operários de uma vinha estéril. Diálogo da conversão do gentio,p109)

Concluímos que as Ordens religiosas e principalmente os Jesuítas foram muito importantes para a colonização, no entanto, vemos que os índios não foram passivos a esse processo e resistiram com a sua inconstância, tanto à colonização quanto à catequização.

Ao se depararem com essa inconstância os jesuítas passam a ver a dificuldade que era manter os índios cristãos, pois os índios esqueciam a religião cristã na mesma velocidade com que a aceitavam, esse também foi sem dúvida um modo de resistência, eles só aceitavam do catolicismo o que lhe era útil. Então podemos dizer que houve um esforço mútuo: dos índios para manter as suas tradições e dos padres para os cristianizar.