O Sclerolobium paniculatum Vogel, é uma espécie florestal pertencente à família Fabaceae, subfamília Caesalpinoideae e conhecida vulgarmente por tachi-branco. No Brasil sua área de ocorrência abrange as regiões norte, nordeste e sudeste tendo como habitat as florestas de terra firme, cerrado e ainda as florestas estacionais decíduas. O Tachi-branco é uma espécie que reúne características promissoras para plantios energéticos na Amazônia brasileira e regiões limítrofes, devido sua madeira apresentar bom poder calorífero. Um dos grandes problemas na recomposição de florestas nativas é a produção de mudas de espécies que possam suprir programas de reflorestamento, ao mesmo tempo é de fundamental importância um bom preparo das mudas antes de ir a campo, já que as exigências dos consumidores têm aumentado cada vez mais no que diz respeito a aspectos como, sanidade das mudas, origem e qualidade do produto oferecido, além da preocupação ambiental. Portanto, o objetivo deste trabalho é produzir mudas de Sclerolobium paniculatum Vogel em diferentes substratos, visando à diminuição de custos sem, no entanto, perder de vista a qualidade do produto final.

As sementes utilizadas neste estudo foram obtidas de um plantio de Sclerolobium paniculatum Vogel. existente na Estação Experimental da Embrapa-Amapá. A coleta foi efetuada em sete matrizes e os frutos obtidos foram transportados via aérea à Belém e depois beneficiados, em seguida foram realizadas as atividades de produção de mudas no viveiro do Instituto de Ciências Agrárias - UFRA. Por ocasião da instalação do ensaio, as sementes foram escarificadas visando à quebra de dormência e aceleração da germinação. Na instalação dos experimentos foram utilizadas as seguintes composições de substratos: composto orgânico industrial (COI) + vermiculita 2:1, COI + vermiculita 1:1, COI puro, e COI + serragem 1:1. O experimento seguiu um delineamento experimental em blocos casualizados, com cinco repetições e cinco plantas por parcela. As variáveis analisadas foram: alturas obtidas com uso de régua milimetrada, o diâmetro altura do colo (DAC) obtido com paquímetro digital com precisão se 0,5mm e o número de folhas através de contagem. A obtenção dos dados de altura total e diâmetro do colo (DAC) foram realizados 60 dias após a semeadura. Os dados obtidos foram utilizados para o cálculo da Análise de Variância, teste F e coeficientes de variação do experimento (CVexp).

As sementes começaram a emergir após 3 dias de semeadura e aos sete dias ocorreu 100% de emergência das plântulas. A análise de variância efetuada não detectou diferenças estatísticas entre os substratos para nenhuma característica avaliada no estágio inicial de desenvolvimento, aos 60 dias após a semeadura. Com médias de altura, DAC e nº de folhas de 6,48cm, 2,18mm e 3,10, respectivamente, onde o CV% foi de 8,70 para altura, 14,89 para DAC e 5,87 para o nº de folhas. Analisando-se estes resultados, verificou-se que o crescimento das plântulas nessa fase inicial é bastante lento. Porém resultados semelhantes foram encontrados em outros estudos, onde os resultados foram 12,22 cm, 4,41 mm e 4,93 para altura, DAC e número de folhas, respectivamente, aos dez meses de idade.

A produção de mudas a partir de sementes não apresenta grandes dificuldades, pela alta percentagem de emergência encontrada no viveiro, porém devido o crescimento inicial lento requer um maior período dentro do viveiro para a formação de mudas aptas a levar ao campo quando do programa de reflorestamento.