62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
TROCAS GASOSAS E EFICIÊNCIA FOTOSSINTÉTICA DE QUATRO VARIEDADES DE MANDIOCA (Manihot esculenta)
Cicera Regina da Silva 1
Laís Fernanda Melo Pereira 1
Valtair Verissimo 1
Jonhclecio Duarte Teixeira 1
Sihélio Julio Silva Cruz 1
Vilma Marques Ferreira 1
1. UFAL
INTRODUÇÃO:

A cultura da mandioca (Manihot esculenta Crantz) está entre os cultivos agrícolas de maior importância para o Estado de Alagoas, sendo superado apenas pela cana-de-açúcar. A faixa de temperatura ótima para cultivo comercial situa-se entre 16 e 38ºC, com faixa ideal entre 20 e 27ºC, como ocorre em boa parte de Alagoas. Alguns estudos têm sido conduzidos para esclarecer as bases fisiológicas para explicar as diferenças de rendimento entre as cultivares. Entre as estratégias para altas produções, pode-se destacar como fatores fisiológicos da produtividade, a quantidade de folhas e a orientação foliar para a realização da fotossíntese, a eficiência fotossintética, e a partição de assimilados. Conforme trabalho anterior, a faixa de temperatura para a máxima atividade fotossintética da mandioca situa-se entre 25 e 35ºC, e verificaram que há interação entre genótipo e temperatura. As plantas de mandioca exigem abundância de luz para realizar eficientemente a fotossíntese. Quanto maior a radiação interceptada, maior é a sua eficiência fotossintética. O objetivo do trabalho foi conhecer as diferenças fisiológicas de algumas variedades de mandioca de interesse econômico para o Nordeste brasileiro.

METODOLOGIA:
O estudo foi realizado em Rio Largo-AL, no Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal de Alagoas. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, com quatro variedades de mandioca: Campinas e Cariri (indústria) e Dona Diva e Rosinha (mesa). As manivas foram desinfectadas e plantadas em vasos de 20 litros, em 10 de dezembro 2010. Durante o período de crescimento, as plantas foram mantidas com irrigação em condição de campo, ou seja, com bastante água disponível no solo. Após 56 dias do plantio foi realizada a avaliação através do IRGA (Infrared Gas Analyzer), para a obtenção dos seguintes parâmetros fisiológicos: taxas de fotossíntese (A), condutância estomática (gs), transpiração (E) e concentração interna de CO2 (Ci), déficit de pressão de vapor (DPV), eficiência instantânea do uso da água (A/E), eficiência intrínseca do uso da água (A/Gs) e eficiência de carboxilação (A/Ci). As quantificações foram feitas entre 8 e 10h da manhã, na terceira e quarta folhas expandidas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco repetições por tratamento. Foi feito a análise de variância e a comparação de médias pelo teste Tukey (P<0,05).
RESULTADOS:

Houve diferença altamente significativa entre as variedades para: A, E, DPV e A/E . Houve diferença significativa para A/Ci. As variedades Dona Diva e Campinas tiveram maior fotossíntese, 17,32 e 16,29 µmol.CO2.m-2.s-1, respectivamente. A média da Gs na variedade Dona Diva foi mais elevada que nas demais, porém sem diferença estatística. A variedade que apresentou a menor transpiração também foi a Dona Diva (5,96 mol.H2O.m-2.s-1), a qual também teve maior eficiência instantânea no uso da água (A/E) e menor DPV (1,98). O DPV atua como indicador do equilíbrio térmico entre a planta e o meio. Em geral, a diminuição do DPV aumenta o crescimento das plantas, por mudanças fisiológicas, como redução na transpiração, aumento da abertura estomática, incremento da fotossíntese e eficiência do uso da água. A variedade Dona Diva também teve maior eficiência de carboxilação, seguido pela Campinas. A variedade Dona Diva, conforme dados preliminares divulgados em Dia de Campo promovido pela Embrapa Tabuleiros Costeiros (Dez/2009, em Arapiraca-AL), é uma variedade altamente produtiva, atingindo com 11-12 meses, cerca de 45 t/ha em sistema irrigado. Os dados encontrados em nosso estudo comprovam o potencial produtivo da variedade quando cultivada sob condições satisfatórias de umidade do solo.

CONCLUSÃO:

Das quatro variedades testadas, a Dona Diva praticamente monopolizou os resultados, pois destacou-se por maior fotossíntese, condutância estomática, menor transpiração e DPV e maior eficiência instantânea no uso da água e eficiência de carboxilação.

Instituição de Fomento: CNPq e FAPEAL
Palavras-chave: Manihot esculenta, fotossíntese, transpiração.