62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
ASSOCIAÇÃO ENTRE O BAIXO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E O NÍVEL ECONÔMICO DE UM GRUPO DE USUÁRIOS E POFISSIONAIS DA SAÚDE DA FAMÍLIA
Bruno Miranda Moreira 1
Gilmar Mercês de Jesus 2
Rogério Tosta de Almeida 3
Luane Sales de Jesus 4
Jonathas Lira Lopes Leite de Souza 5
1. Depto.de Ciências da Saúde, Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
2. Prof. Ms./Orientador - Depto.de Ciências de Saúde - UEFS
3. Prof. Ms.Depto.de Ciências da Saúde - UEFS
4. Depto.de Ciências da Saúde - UEFS
5. Depto.de Ciências da Saúde - UEFS
INTRODUÇÃO:
Atualmente há registros de crescentes taxas de sedentarismo e baixo nível de atividade física habitual na população mundial. Esta condição tem sido recursivamente associada a doenças e agravos não transmissíveis como a hipertensão, diebetes melito tipo II, dislipidemias e câncer (PITANGA, 2005; DUARTE, 2009). Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2001), as doenças e agravos não transmissíveis foram responsáveis por 60% dos 56,5 milhões de óbitos no mundo no ano de 2001. Por tais motivos, nas últimas décadas mudanças no estilo de vida têm sido sugeridas como estratégia para reduzir a vulnerabilidade a doenças e as chances de se adquirir sofrimento crônico ou de haver morte prematura. O Brasil revelou uma prevalência do sedentarismo de 26,3%, sendo mais comum entre os homens e crescente com o avanço da idade cronológica (VIGITEL, 2008). O baixo nível de atividade física está associado a uma diversidade de fatores como: estado civil, nível de escolaridade, nível econômico, entre outros fatores. Assim, o objetivo desse estudo foi descrever a associação entre o nível econômico e o baixo nível de atividade física em um grupo de usuários da Saúde da Família em Feira de Santana, Bahia.
METODOLOGIA:
Este é um estudo de corte transversal realizado com um grupo de usuários da Saúde da Família de Feira de Santana, Bahia. O campo de estudo foi constituído por 16 das 23 Unidades de Saúde da Família que fazem parte da área de abrangência das atividades desenvolvidas pelo Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). A amostragem foi não-probabilística, por conveniência, constituindo uma amostra de 112 sujeitos, de ambos os sexos e com idades compreendidas entre 20 e 59 anos. As informações foram coletadas através de um questionário estruturado. Variável dependente: Nível habitual de atividade física (NHAF), avaliado com a utilização do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão curta, classificado em nível adequado de atividade física habitual (ativo/muito ativo) e baixo nível de atividade física habitual (irregularmente ativo/sedentário). Variável independente: nível econômico avaliado conforme os critérios da ABEP (2008). O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da UEFS, com protocolo de número 135/2009 e os sujeitos participaram mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS:
A análise foi feita pela estatística descritiva, calculando as Prevalências e as Razões de Prevalência (RP). Utilizou-se o Qui-Quadrado para avaliar a significância estatística, conforme p<0,05. A classificação do nível econômico revelou 31,8% dos sujeitos pertencentes à classe econômica E; 52,7% à classe D; 6,4% à classe C2; 3,6% à classe C1; 4,5% à classe B2; e 0,9% à classe B1. A maioria dos sujeitos pesquisados pertence aos estratos mais pobres. Este resultado revela um perfil de usuários da Saúde Pública, no nível da Atenção Básica, composto por pessoas de menor poder econômico. Quanto ao NHAF, 11,7% são sedentários; 19,8% são irregularmente ativos; 54,1% são ativos; e 14,4% são muito ativos. Do agrupamento daqueles que são sedentários ou irregularmente ativos, observa-se uma taxa de 31,5% de baixo nível de atividade física. Os sujeitos de melhor nível econômico (classes de C2 a B1) apresentaram mais baixo nível de atividade física habitual (RP=1,87; IC95%: 1,08-3,26, p=0,045). Este resultado pode ter sido devido ao fato de que as pessoas de menor nível econômico tendem a desempenhar atividades laborais de maior esforço físico, em detrimento de demandas intelectuais, o que pode ser devido à baixa escolaridade, comum entre sujeitos mais pobres.
CONCLUSÃO:
O baixo nível de atividade física habitual se associou de forma estatisticamente significante com melhores níveis econômicos entre os sujeitos investigados.
Instituição de Fomento: Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
Palavras-chave: Atividade Física, Nível Econômico, Programa Saúde da Família.