62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
ESTUDO DA INCIDÊNCIA DE PROTOZOÁRIOS E HELMINTOS ENTRE CRIANÇAS MENORES DE DOZE ANOS DA ZONA URBANA NO MUNICÍPIO DE FAGUNDES-PB.
Claudia Niedes da Silva Sousa 1
Thiago Emmanuel Araújo Severo 1
José Ribamar Cipriano da Silva 1
Márcia Adelino da Silva Dias 1
1. Depto. de Ciências Biológicas - Universidade Estadual da Paraíba/UEPB
INTRODUÇÃO:

A parasitologia conceitua o parasitismo como uma associação entre seres vivos, na qual existe uma unilateralidade de benefícios, sendo um dos associados prejudicado nessa relação. Desse modo, surge o parasito, agente agressor e o hospedeiro agente que abriga o parasito. A transmissão dos enteroparasitos está associada a locais sujos, esgotos a céu aberto e lagoas que acumulam dejetos e fezes eliminados por pessoas enfermas (NEVES, 2005). O parasitismo divide-se em dois grupos: Protozoários e Helmintos e essas parasitoses podem comprometer o desenvolvimento físico e mental das crianças, levam à perda de resistência, baixa auto-estima, anemia, desnutrição e até a morte (VALLADA, 1995). O ultimo levantamento multicêntrico das parasitoses no Brasil realizado pela Organização Mundial da Saúde, demonstrou que 55,3% de crianças estavam parasitadas. Os cálculos da entidade apontam que entre 40% e 45% das crianças estão em idade escolar (de 5 a 14 anos) e são atingidas por esse problema (OMS, 1997). Os objetivos deste estudo consistiram em estimar a incidência de parasitas intestinais entre crianças menores de doze anos na área abrangência dos agentes de saúde correspondente a zona urbana da cidade, e propor campanhas educacionais nas escolas a fim de reduzir a incidência de verminoses.

METODOLOGIA:

Campo da pesquisa e critérios de seleção da amostra: A pesquisa ocorreu na área abrangência dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) correspondente a zona urbana da cidade de Fagundes - PB, que presta assistência a 955 crianças na faixa etária de 0 - 12 anos, segundo dados dos Agentes de Saúde, em Março de 2009. Participaram da pesquisa crianças com histórico de parasitose diagnosticada ou queixa compatível com alguma parasitose cujos registros foram colhidos dos prontuários médicos.

Instrumento de coleta de dados: A pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde da Família (PSF), por meio de pesquisa documental dos livros de protocolo do laboratório contendo as fichas dos pacientes atendidos, a fim de analisar os resultados de exames parasitológicos de fezes de crianças menores de doze anos.

Método de análise dos dados: foram realizadas com o auxílio do software MODALISA 4.5, e Excel 2003 para produção de gráficos e tabelas para melhor visualização quantitativa dos resultados.

RESULTADOS:

O estudo ocorreu no período de outubro de 2009 a janeiro de 2010, onde foram analisados 65 resultados de exame parasitológico de fezes, das crianças com idades variando entre 2 e 12 anos de idade, atendidas no Centro de Saúde do Município. Dentre os 30 (46,1%) dos casos de resultado positivo para algum tipo de parasitose intestinal 80% consistiu de alguma espécie de protozoários, enquanto 20% por helmintos. Os parasitos mais freqüentes, entre os protozoários foi a Entamoeba histolytica (23%), Entamoeba coli (18%) e Giardia lamblia (14%). Entre os helmintos o mais freqüente foi Ascaris lumbricoides (5%), seguido por Trichuris trichiura (3%), Enterobius vermiculares (3%) e Ancilostomideo (1%). A maior ocorrência de positividade foi entre as crianças de seis a doze anos de idade, sendo (29,3%) dos casos encontrados monoparasitismo, seguido pelo biparasitismo 13,8% e por fim apenas 3,07%, poliparasitismo embora tenham sido detectados até quatro parasitas associados na infesto/infecção de duas crianças.

CONCLUSÃO:

Estamos considerando que a ocorrência de parasitoses intestinais observada entre as crianças atendidas pelo PSF do município de Fagundes, resulte das modificações comportamentais das crianças, que, à medida que crescem, acentuam o contato físico com o ambiente, além da elevada contaminação ambiental devido ao inadequado saneamento básico, segundo (MONTEIRO, 1998). A incidência de 46,15% de crianças parasitadas corrobora os dados do levantamento multicêntrico realizado no Brasil pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 1997), no qual a incidência de parasitas intestinais aponta que entre 40% e 45% das crianças que estão em idade escolar são atingidas por esse problema. Os dados nos levam a inferir que a incidência de parasitas intestinais entre as crianças habitantes no município de Fagundes, encontra-se elevado; quando correlacionamos o número de casos registrados entre as crianças atendidas no período do estudo com o número de crianças cadastradas (proporção 65/955), despertando o interesse em propor a implantação de campanhas educativas a fim de reduzir a incidência de enteroparasitas nessa parcela da população.  

Instituição de Fomento: PIBIC - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - cota 2009/2010 - Universidade Estadual da Paraíba
Palavras-chave: Parasitas intestinais, Crianças em idade escolar, Campanhas Educacionais.