62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 1. Clínica e Cirurgia
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DAS HEMOPARASITOSES CANINAS OCORRIDAS NO ANO DE 2009 NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, PATOS - PB
Maria Ivana Lisboa de Sousa 1
Almir Pereira de Souza 2
Milenna Nunes Moreira 3
Thais Ferreira Feitosa 3
Rafaela Alves Dias 3
Ubiratan de Andrade Isidório 3
1. Graduanda do Curso de Medicina Veterinária, UFCG - Campus Patos - PB
2. Médico Veterinário. Prof. Dr./Orientador - UAMV/UFCG - Campus Patos - PB
3. Graduandos do Curso de Medicina Veterinária, UFCG - Campus Patos - PB
INTRODUÇÃO:
As hemoparasitoses são umas das principais enfermidades de importância na medicina veterinária, podendo atingir diversas espécies animais, e até o homem. Dentre as hemoparasitoses, há três muito importantes que acometem a espécie canina com maior freqüência, são elas a ehrlichiose, anaplasmose e a babesiose, transmitidas por carrapatos da espécie Rhipicephalus sanguineus. Erliquiose e anaplasmose são riquétsias e a babesia é um protozoário. São parasitos intracelulares obrigatórios com tropismo à células da linhagem hematopoietica. Sendo identificados por meio de achados no esfregaço sangüíneo, entretanto a ausência do parasito no esfregaço não exclui a possibilidade de infecção. Do ponto de vista clínico, essas doenças podem ser manifestadas de forma aguda, subclínica ou crônica. Acomete cães de idades diversas sem preferência por sexo ou raça. Devido à importância dentro da clinica medica veterinária dessas hemoparasitoses objetivou-se neste presente trabalho identificar a freqüência e a epidemiologia das hemoparasitoses dos cães naturalmente infectados atendidos no Hospital Veterinário da UFCG, no período de fevereiro de 2009 a dezembro de 2009.
METODOLOGIA:
Foram feitas análises retrospectivas de casos com suspeitas de hemoparasitoses atendidos nos ambulatórios do Hospital Veterinário da UFCG (HV/UFCG) no período compreendido entre fevereiro de 2009 a dezembro de 2009. Os resultados relativos aos animais portadores, com a identificação do agente causador, foram obtidos mediante levantamento dos exames positivos existentes no Setor de Patologia Clínica do HV/UFCG. A técnica utilizada para identificação dos agentes etiológicos foi mediante a coleta de sangue dos animais suspeitos e confecção de esfregaço sanguíneo, o qual foi corado com corante panótico e em seguida analisado através de exame direto em microscópio, utilizando-se objetiva de 100x. Dados relacionados à idade, sexo, raça, bem como a época do ano do acometimento foram cotejados a partir das fichas clínicas identificadas no momento da consulta médica.
RESULTADOS:
No período de 2009 foram realizados 3200 atendimentos a caninos, desses 1619 requereram pesquisa de hemoparasitas, sendo observada uma freqüência de 177 (11%) resultados positivos. Dos cães positivos à pesquisa de hemoparasitas, 155 (87,5%) apresentaram exclusivamente Babesia spp, 10 (5,6%) Anaplasma platys e 8 (4,5%) Erliquia spp. Observando-se associações entre essas hemoparasitoses, sendo 3 (1,7%) de Babesia com Erliquia e 1 (0,7%) de Anaplasma com Babesia. Dos cães, 103 eram machos (58%) e 74 fêmeas (42%). Entre as raças, 94 (53%) eram SRD (sem raça definida), e de raças definidas foram observadas nove raças diferentes destacando-se a raça Poodle (24%). Quanto à faixa etária foram observados cães entre um mês e 12 anos infectados por hemoparasitoses. Destes, 63,8% encontravam-se na faixa etária de um a 12 meses, mostrando a prevalência em animais jovens. A casuística manteve-se estável no período avaliado, possivelmente devido ao difícil controle e ao clima da região favorável ao aparecimento dos carrapatos. O método de diagnóstico por esfregaço sanguíneo é específico, mas pouco sensível. Essa técnica é ideal para diagnóstico na fase aguda da infecção, apresentando falsos negativos em fase de baixa parasitemia, justificando o baixo índice de positividade no estudo.
CONCLUSÃO:
Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que o hemoparasito Babesia spp. foi o agente etiológico de maior incidência, acometendo principalmente animais jovens, com idade entre um e 12 meses. Não foi possível inferir uma predisposição racial, haja vista a maior participação de cães sem raça definida no atendimento ambulatorial do HV/UFCG. Outrossim, recomenda-se a adoção de outras técnicas diagnósticas mais refinadas, como os exames sorológicos, para a detecção destas enfermidades em cães.
Palavras-chave: Hemoparasitas, Babesia spp., Esfregaço Sanguineo .