62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
PREVALÊNCIA DE SONOLÊNCIA EXCESSIVA DIURNA EM IDOSOS E SEUS ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS
Johnnatas Mikael Lopes 1
Marina de Souza Medeiros 1
Vanessa Regina Feitosa da Silva 1
Fábio Galvão Dantas 1
Herta Janine Batista Costa 1
1. Universidade Estadual da Paraíba
INTRODUÇÃO:

A sonolência excessiva diurna (SED) se apresenta como o segundo distúrbio do sono mais prevalente, atingindo cerca de 4% a 12% da população geral (SOUZA et al., 2007). Estar comumente associada à síndrome da apnéia obstrutiva do sono (TAVARES et al., 1996), narcolepsia (BENCA, 2007) e senescência (HARA, 2008). A SED é causa por fragmentação do sono e, supostamente, agravada pela associação com hipoxemia/hipercapnia (MIHAICUTA, 2006). Além disso, 26% a 32% dos adultos correm o risco de ter ou tem Apnéia Obstrutiva do Sono e apresentar, de modo subjacente, a Sonolência Excessiva Diurna como fator agravante, tornando o seu diagnóstico e tratamento necessário para evitar maiores complicações (PAGEL, 2009). Há também uma associação entre SED e degeneração do controle autonômico cardíaco durante a noite (LOMBARDI, 2008) e maior mortalidade cardiovascular (EMPANA et al., 2009). A SED em idosos apresenta ainda incertezas sobre as associações com alguns fatores demográficos, tais como a idade (SOUZA et al., 2008), sexo e nível de escolaridade. O objetivo do presente estudo é conhecer a prevalência de distribuição da SED na população idosa em um Distrito Sanitário da cidade de Campina Grande-PB e suas associações com alguns aspectos sócio-demográficos. 

METODOLOGIA:

Pesquisa epidemiológica de caráter populacional, observacional e transversal com amostra de 42 idosos. A coleta dos dados realizou-se nos domicílios escolhidos aleatoriamente em um bairro, representativo do Distrito Sanitário I e utilizando a estratégia de amostras de domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Serão incluídos na amostra indivíduos de ambos os sexos com idade acima de 60 anos e que se disponibilizarem a participar do estudo. Os participantes responderão a um questionário sociodemográfico com intuito de identificar-los e verificar dados como idade, gênero e nível de escolaridade. Para avaliar a presença de sonolência excessiva diurna será utilizado a Escala de Sonolência de Epworth, o qual é um instrumento de avaliação subjetiva da SED e cuja validação foi realizada por meio do teste de Latência Múltipla do Sono. Eram considerados com sonolência aqueles com pontuação acima de 10 neste instrumento. Os indivíduos que se dispuserem a participar da pesquisa ou os autorizados pelos responsáveis serão convidados a assinar um termo de consentimento, de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, onde estarão evidenciados as finalidades do estudo e seus devidos responsáveis.

RESULTADOS:

A população apresenta uma prevalência de 35,71% de idosos com Sonolência Excessiva Diurna em uma amostra de 42 indivíduos selecionados aleatoriamente em um Distrito Sanitário da cidade de Campina Grande. Este dado mostra-se bem superior aos encontrado por Souza et. al. (2007) em relação a população em geral, onde a prevalência atinge o máximo de 12% e de 24% na população idosa (SOUZA et al., 2008).  Dentro desta amostra, 67,3% eram do gênero feminino e 32,7% do masculino. A idade dos indivíduos variou de 60 a 90 anos com média 71,2 anos. Quanto relacionado ao gênero, observa-se uma prevalência proporcional maior no gênero masculino (55,5%) quando comparado com o gênero feminino (30,3%), o que corrobora os achados de Silva et al. (2008). Os idosos com pontuação indicativo de SED se enquadram nos seguintes Estados Civis: viúvo (33,3%), divorciados (13,3%), solteiro (13,3%) e casado (40%). Quando verificado o nível de escolaridade dos idosos com SED identificou a seguinte prevalência: analfabeto (40%), 1º grau incompleto (40%), 1º grau completo (6,6%), 2º grau completo (6,6%) e superior completo (6,6%), mostrando resultado semelhante ao observado por Hara et al. (2008).     

CONCLUSÃO:

Na amostra pesquisada, observou-se uma prevalência muito alta (35,71%) de idosos apresentando índice de Epworth condizente com o distúrbio de Sonolência Excessiva Diurna (SED) e sendo o gênero masculino proporcionalmente mais afetado, mesmo possuindo menor representativa na amostra. Foi constatado, também, uma maior associação da baixa escolaridade (analfabeto e 1º grau incompleto) com o indicativo de SED.

Palavras-chave: Sonolência diurna, Idosos, Aspectos sociodemográficos.