62ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura |
LEVANTAMENTO DA ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DA COMUNIDADE ARBÓREA EM UM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA DENOMINADO MATA DO BREJÃO NO MUNICÍPIO DE BONITO - PE. |
David Fagner de Souza e Lira 1 Andréa de Vasconcelos Freitas Botelho 1 Lamartine Soares Bezerra de Oliveira 1 Gabriel Paes Marangon 1 carlos frederico lins e silva brandão 1 Luiz Carlos Marangon 1 |
1. Universidade Federal Rural de Pernambuco |
INTRODUÇÃO: |
A conservação da biodiversidade representa um dos maiores desafios, em função do elevado nível de perturbações antrópicas dos ecossistemas naturais. Uma das principais conseqüências dessas perturbações é a fragmentação de ecossistemas naturais. A Floresta Atlântica brasileira é composta por mosaico de diferentes fisionomias e floras sobre grande diversidade ambiental. A maior parte dos remanescentes florestais, especialmente em paisagens intensamente cultivadas, encontra-se na forma de pequenos fragmentos, altamente perturbados, isolados, pouco conhecidos e pouco protegidos. Das diferentes tipologias encontradas na Floresta Atlântica nordestina, as florestas situadas em serras e planaltos do semi-árido, chamadas de Brejos de Altitude, são ainda pouco conhecidas. Brejos de altitude constituem, em Pernambuco, disjunções da Floresta Tropical Perenifólia, dentro da Caatinga. A biodiversidade desses ecossistemas constitui patrimônio genético de valor inestimável. O presente trabalho teve por objetivo o levantamento da estrutura da comunidade arbórea em um fragmento de Mata atlântica denominado Mata do Brejão em brejo de altitude no município de Bonito - PE. |
METODOLOGIA: |
O trabalho foi realizado no município de Bonito-PE, no fragmento denominado Mata do Brejão em uma região conhecida como Serra dos Macacos. O referido município dista cerca de 140 km da cidade do Recife, estando inserido entre o Agreste Meridional e a Zona da Mata do Estado de Pernambuco. O clima é do tipo Tropical Chuvoso com verão seco. Para o levantamento fitossociológico foram lançadas quatro parcelas de 10 X 20 m com distâncias entre si de 25 m. Todos indivíduos vivos com circunferência a 1,30 m do solo (CAP) ≥ 15 cm foram etiquetados, medidos e identificados por nome vulgar. Foram calculadas densidades absoluta (DA) e relativa (DR), freqüências absoluta (FA) e relativa (FR), dominâncias absoluta (DoA) e relativa (DoR) e o valor de importância (VI). A diversidade de espécies arbóreas foi analisada por meio dos índices de Shannon-Wiener (H') e o índice de equabilidade de Pielou. |
RESULTADOS: |
No levantamento florístico realizado no fragmento Mata do Brejão, observou-se o total de 235 indivíduos vivos, distribuídos em 19 famílias, 30 gêneros e 36 espécies sendo 5 espécies não identificadas. A família mais representativa foi a Leguminosae, com cinco espécies. Quatro famílias foram representadas por três espécies cada e 14 famílias foram representadas apenas com uma espécie. A densidade total foi estimada em 2937.5 indivíduos por hectare (Tabela 1) e o maior DAP encontrado foi de Thyrsodium spruceanum, 34,71 cm. Os valores de densidade absoluta das espécies variaram entre 12,5 e 600,0 indivíduos/ha, sendo que Thyrsodium spruceanum, Tapirira guianensis, Licania sp.,Simarouba amara e Inga fagifolia apresentaram as maiores densidades. Pela densidade relativa, essas espécies com maior densidade absoluta contribuíram, respectivamente, com 20.43%, 15.32%, 9.79%, 6.81% e 4.68 do total de indivíduos. A dominância absoluta das espécies no fragmento Mata do Brejão variou entre 0,025 e 8,286 arv/ha e a dominância relativa variou entre 0,07 % a 23,25 %. Foi observado ainda na Mata do Brejão uma distribuição diamétrica com a forma de "J" invertido, em que na primeira classe ocorre o maior número de indivíduos e a medida que aumenta a classe diminui o número de indivíduos. |
CONCLUSÃO: |
As espécies mais representativas da Mata do Brejão foram, Thyrsodium spruceanum e Tapirira guianensis, apresentam um comportamento interessante para restauração florestal em Brejos de Altitudes. Variação nos valores dos índices de diversidade e equabilidade devem-se aos diferentes estágios de sucessão somado-se ainda as diferentes metodologias empregadas. A composição florística da mata do Brejão passa por uma mesclagem entre Mata Atlântica e Caatinga, caracterizando uma área de transição. |
Palavras-chave: Biodiversidade, Fitossociologia, Fragmento. |