62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 5. Ciências Florestais
COMPORTAMENTO DAS ALTURAS E DIÂMETROS DAS ÁRVORES DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA SECUNDÁRIA, SITUADA NO MUNICÍPIO DE MARITUBA, PARÁ.
Giulia Rury Venturieri 1
Andréia Alves Erdmann 1
Larissa da Silva Soares 1
Mery Helen Cristine da Silva Moraes 1
Eraldo Godinho Tapajós 1
Rosângela Jesus Sousa 2, 1
1. Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA
2. Prof. Msc./ Orientador- Instituto de Ciências Agrárias -ICA- UFRA
INTRODUÇÃO:
A obtenção e padronização dos atributos de diferentes ambientes florísticos e fisionômicos, são atividades básicas para conservação e preservação de áreas florestais, possibilitando a proposição de modelos mais adequados de manejo às florestas de terra firme na Amazônia. Os impactos das ações de caráter antrópico sobre os ambientes têm feito com que os principais ecossistemas sejam descaracterizados, sem que se tenha conhecimento da sua estrutura fitossociológica e composição florística das espécies nos mais diversos locais. Objetivou-se, neste trabalho, fornecer informações sobre um fragmento de floresta secundária com aproximadamente 20 anos de pousio, mediante métodos estimativos que possibilitem o conhecimento das potencialidades produtivas visando definir prioridades, estabelecer metas de condução e de manejo florestal e ainda, subsidiar a priorização de áreas para conservação.
METODOLOGIA:
O estudo foi conduzido em um fragmento florestal urbano de terra firme, numa floresta secundária com aproximadamente 20 anos de pousio, localizado em área pertencente à CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira), no município de Marituba, Região Metropolitana de Belém, Pará. O mesmo encontra-se na latitude 01°22'54" Sul e longitude 48°17'25" Oeste. Para a coleta dos dados quantitativos foi realizado um inventário sistemático no período de 09 a 13 de novembro de 2009, onde foram medidas três parcelas com dimensões de 10 × 50m cada, eqüidistantes 50m umas das outras. Neste inventário foram medidos os diâmetros, altura comercial (Hc) e calculados desvio padrão (sd e sh) e média aritmética ( e ) de todos os indivíduos com DAP (diâmetro a altura do peito, medido a 1,3m do solo) 10 cm. As alturas foram medidas através do Método de Superposição de Ângulos com o auxílio de uma baliza de 3,0m de comprimento. Os diâmetros foram medidos com uma fita métrica em centímetros, sendo feito, primeiramente, a medição do comprimento da circunferência e este resultado dividido pela constante π para determinação dos DAP`s. Todos os dados obtidos foram usados para quantificação dos indivíduos, média da altura e dos DAP`s, por parcela e por espécie.
RESULTADOS:
No fragmento estudado foram observados 76 indivíduos com DAP≥10 cm, distribuídos em 32 espécies vegetais e 23 famílias. A partir do levantamento, observou-se que a floresta possui significativa heterogeneidade de altura, com variação de 3,5m a 24,0m e 12,14m e sh 4, 557m. A distribuição de freqüência das alturas em função das classes com amplitude de 4,5m foi de: 9,2% dos indivíduos na classe de 2,5m≤Hc<7,0m; 44,7% na classe de 7,0≤Hc<11,5m; 18,4% na classe de 11,5m≤Hc<16,0m; 26,3% na classe de 16,0m≤Hc<20,5m, e 1,3% na classe de 20,5m≤Hc<25m. As espécies de maior altura foram Virola micheli Heckal tendo 20,0m de altura, e Sclerolobium chrysophyllum com 24,0m. Os DAP`s variaram de 10,2cm a 105,7cm, 24,7cm e sd 19,19 cm. Através da distribuição diamétrica verificou-se um comportamento coerente a condição de floresta nativa, na forma de "J invertido", com 78,9% dos indivíduos pertencentes à classe de 10,0cm ≤DAP<29,2; 7,9% à classe de 29,2cm ≤ DAP <48,4cm; 7,9% à classe de 48,4cm≤DAP<67,6cm; 2,6% à classe de 67,6cm≤ DAP<86,8cm; e 2,6% no intervalo de 86,8≤DAP<106,0cm. As espécies que apresentaram maiores valores de DAP foram Sclerolobium chrysophyllum, Neoxythece robusta e Ocotea guianensis com 105,7cm, 89,1cm e 71,9cm respectivamente.
CONCLUSÃO:
As árvores que se encontram na amostra possuem grande variedade dos valores de altura e diâmetro dentro da própria espécie, evidenciando as diferentes idades entre elas, o que é característico de floresta nativa. O valor médio de DAP do fragmento é considerado baixo, caracterizando uma floresta em estágio sucessional secundário.
Palavras-chave: Dendrometria, Fitossociologia, Invertário sistemático.