62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
CIÊNCIA NA ESCOLA A BAIXO CUSTO: PROMOVENDO O ESPÍRITO CIENTÍFICO
Renata Oliveira Domingues 1
Sarah Suely Nascimento Fonseca 1
Tiago Henrique Verçosa de Lima 1
Thiago Souza Pereira de Brito 1
Nayany Ferreira Galvão 1
Alexandro Cardoso Tenório 1
1. Departamento de Física, Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE
INTRODUÇÃO:
Relatamos aqui o desenvolvimento do "Ciência na escola a baixo custo", um projeto desenvolvido por Licenciandos de Física da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) participantes do Programa de Iniciação à Docência (PIBID), financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O PIBID-UFRPE objetiva envolver os alunos da educação básica em práticas extraclasse, visando o desenvolvimento intelecto-social e o aumento do interesse pela ciência e pesquisa, além de oferecer ao licenciando o contato com a realidade da escola pública. Atualmente, o projeto se desenvolve na Escola Estadual Lions de Parnamirim, localizada no bairro de Dois Irmãos por quatro Licenciandos de Física da UFRPE sob a supervisão de um professor da escola e um coordenador da universidade e abrange alunos das três séries do Ensino Médio (manhã e tarde). O cerne do projeto é que a montagem dos experimentos se dá na própria escola. E com a participação dos alunos os experimentos vêm para provocar o questionamento que permita a análise dos princípios físicos associados. Dessa forma, o presente trabalho permite demonstrar que através de projetos científicos rápidos no âmbito da Ciência a baixo custo é possível promover a interação e espírito científico entre os jovens.
METODOLOGIA:
O projeto teve envolvimento de alunos das três séries do Ensino Médio com interesse no desenvolvimento de atividades de pesquisa científica na área de física. O trabalho teve como objetivo medir a temperatura em vários ambientes da escola tais como salas de aula do térreo e primeiro andar, quadras, pátio e cozinha. Esquematicamente, a atividade estava em utilizar termômetros (escala Celsius) acoplados em uma garrafa pet com uma pequena quantidade de água, para observar a variação de indicação da temperatura, durante uma semana, em turnos da manha e tarde e em vários pontos da escola. Com os resultados em mãos os alunos foram pesquisar em livros as teorias físicas relacionadas à temperatura, transmissão de calor, expansão térmica dos líquidos e calorimetria a fim de responder alguns questionamentos levantados por eles durante a pesquisa, por exemplo, "como funciona um termômetro?" e "por que acoplar o termômetro numa garrafa pet com água?". As atividades de medida da temperatura eram sempre acompanhadas pelos licenciandos, pibidianos orientadores, que sugeriam bibliografias para a pesquisa. Esse trabalho teve apoio do Departamento de Física da UFRPE que cedeu os termômetros para que os alunos desenvolvessem a pesquisa.
RESULTADOS:
Durante toda atividade os alunos se mostraram muito interessados nas práticas, trabalhando sempre em conjunto com os pibidianos na escola. Os participantes se envolveram nas diversas etapas, como na montagem dos termômetros, recolhimentos dos dados e na pesquisa das teorias físicas relacionadas à termologia. O procedimento envolvia inclusive a construção de tabelas que representavam para cada hora as respectivas temperaturas nos dias analisados, podendo ver a hora e o lugar em que a temperatura era maior e descobrir os motivos. A pesquisa ajudou os alunos a responder questionamentos levantados ao longo do trabalho e estudarem com mais ênfase a física relacionada a essas questões. Houve uma associação entre termômetro e dilatação térmica, assim como minimizamos as dúvidas com relação ao papel do mercúrio e da água na medida da temperatura. As propriedades da água, relativas à capacidade calorífica foram exploradas pelos aprendizes de cientistas. Afinal, os alunos perceberam que estavam conseguindo fazer uma espécie de pesquisa cientifica e se sentiram mais motivados a estudar e procurar saber sobre o assunto, inclusive permanecendo mais tempo na escola. A pesquisa também despertou atenção de outros alunos que não estavam participando do trabalho, causando certa curiosidade.
CONCLUSÃO:
Durante o período de realização do trabalho, com micro projetos de iniciação científica percebemos nos envolvidos um aumento no espírito investigativo, e no interesse nas atividades científicas. Consideramos que esse fator só foi alcançado porque a Escola acolheu a proposta de trabalhar com atividades extra-classe no contra turno com realização de experimentos feitos pelos pibiadianos de física e trabalhos de iniciação científica feito pelos alunos da escola e sob a orientação dos pibiadianos das áreas exatas (física, química, matemática e computação), e meio ambiente (biologia e ciências agrícolas). Afinal, cada área envolve alunos em pequenos projetos de pesquisa e assim os estimulam na construção do conhecimento. O projeto tem sido marcado por vários resultados positivos, pois é perceptível o envolvimento dos alunos nas atividades extras além deles estarem mais participativos nas aulas e com um melhor desempenho escolar. Dessa forma, consideramos que o projeto "Ciência na escola a baixo custo", orientado por universitários estudantes de física da UFRPE, tem conseguido entre os alunos promover o espírito científico, independente da existência de um laboratório de ciências na escola. Afinal, a investigação ocorre mesmo usando materiais de fácil manuseio e de baixo custo.
Instituição de Fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES.
Palavras-chave: Pesquisa na escola pública, Estudo da termologia, Ensino de ciências.