62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 4. Genética Molecular
COMPARAÇÕES ENTRE MEDIDAS DE DISTÂNCIA GENÉTICA, GENOTÍPICA E GEOMÉTRICA EM POPULAÇÕES SIMULADAS COM BASE EM LOCOS MULTIALÉLICOS
Fábio Medeiros Ferreira 1
Rafaela Fernanda Batista 1
Cosme Damião Cruz 2
1. Universidade Federal do Amazonas
2. Universidade Federal de Viçosa
INTRODUÇÃO:

Estudos de diversidade genética são cruciais ao início de qualquer programa de melhoramento genético, animal ou vegetal. Grande parte dos estudos de diversidade baseiam-se em uma amostra aleatória de locos obtida em populações não estruturadas hierarquicamente. Assim, a análise interpopulacional, a partir de dados codominantes se dá por intermédio de medidas de distância, classificadas como geométricas, genéticas e genotípicas. As geométricas não invocam qualquer pressuposição genética ou evolutiva. Ao contrário, nas distâncias genéticas modelos genético-evolutivos estão contextualizados. Sob uma filosofia admite-se que a população ancestral e as populações derivadas, encontram-se em equilíbrio entre mutação e deriva genética e servem como estimadores do tempo de divergência. Em outra linha encontram-se as distâncias genéticas de coancestralidade, cuja flutuação nas freqüências alélicas é atribuída exclusivamente à deriva genética. Dentro deste contexto, objetivou-se no presente trabalho comparar o agrupamento de populações simuladas de sistemas controlados (de melhoramento), a partir de diferentes medidas de distância, baseado em informações de marcadores codominantes.

METODOLOGIA:
Foram simuladas populações base e oriundas dessas: populações híbridas; gerações de acasalamento ao acaso; autofecundações; gerações segregantes Fn e de retrocruzamento, todas com 200 indivíduos, com informações provenientes de 20 locos codominantes em equilíbrio, multialélicos e mono ou polimórficos para cada população. Os indivíduos não foram caracterizados por sexo, apenas considerados potencialmente viáveis e férteis. Para os cruzamentos, sistemas de auto-incompatibilidade não foram simulados. A avaliação da diversidade genética entre 42 populações foi investigada por intermédio de distâncias geométricas, genéticas e genotípica, proposta na literatura. A partir das informações provenientes das matrizes de distância procedeu-se o agrupamento das populações através dos métodos de otimização de Tocher, UPGMA e projeção gráfica bidimensional. Utilizou-se sete programas genéticos nas análises (Arlequin vs.3.1; GDA vs.1.1; GENEPOP vs.interativa; GENES vs.2007.0.0; POPGENE vs.1.32; PowerMarker vs.3.25  e TFPGA vs.1.3). Na comparação das medidas de distância considerou-se a inspeção visual dos agrupamentos, o coeficiente de correlação simples (r) entre as medidas de distância. O teste de Mantel foi utilizado para avaliar a significância do r entre duas matrizes de distância.
RESULTADOS:

Grupos formados pelo UPGMA a partir de diferentes distâncias foram semelhantes. As projeções bidimensionais das populações foi semelhante para a distância Nei 83 (DN83), Euclidiana média (DE), Roger (DR), Rogers modificada (DGS), mínima (Dm), Reynolds (DRWC), complemento do cosseno (DCOS), comprimento da corda (DCC) e Nei 72 (DN72). A projeção com a distância genotípica de Hedrick (DH) permitiu melhor discernimento entre as populações base, de autofecundação e gerações de acasalamento ao acaso. Se populações com a mesma freqüência gênica possuem diferentes coeficientes de endogamia, então comparações em nível genotípico podem fornecer informação adicional. As distâncias geométricas DE, DR, DGS, DCOS e DCC apresentaram-se mais eficientes na projeção 2D e com maiores valores de correlação entre distância original e gráfica. Todas as correlações entre as diferentes medidas de distância foram bastante elevadas e significativas. As distâncias genéticas Dm, DN72, DL72, DL73, DN83, D'RWC e DH, baseadas em modelos evolutivos proporcionaram projeção menos eficiente, provavelmente porque as populações simuladas não foram submetidas a efeitos sistemáticos de seleção, fluxo gênico e mutação. Ademais seus tamanhos amostrais (= 200) tornaram os efeitos da deriva genética pouco expressivos.

CONCLUSÃO:

Medidas de distância genética, geométrica e genotípica, na ausência de forças evolutivas, foram em geral, eficientes e concordantes no estudo simulado da diversidade de populações de sistemas controlados (de melhoramento). Medidas geométricas foram mais eficientes à projeção gráfica.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: diversidade genética, marcadores codominantes, genética de populações.