62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação
EDUCAÇÃO E HOMOSSEXUALIDADE: OS DESAFIOS DA TEORIA DA SEXUALIDADE FREUDIANA EM ESCOLAS DO DF.
Inês Maria Marques Zanforlim Pires de Almeida 1
Douglas Aparecido da Silva Gomes 1
1. Faculdade de Educação - FE Universidade de Brasília
INTRODUÇÃO:

          O presente trabalho científico é o resultado de importantes  reflexões proporcionadas pelos estudos de Sigmund Freud (1856 - 1939) em seu caminho psicanalítico acerca da formação da sexualidade humana.

            Seu foco aplicou-se sobre a análise dos possíveis conflitos notados dentro da relação professor(a) - aluno(a) homossexual na área da educação escolar. Foram realizadas um total de onze entrevistas junto à professores de quatro escolas de ensino médio localizadas em diferentes Regiões Administrativas do Distrito Federal, são elas: Ceilândia, Recanto das Emas, Samambaia e Taguatinga .

            Com isso, valida-se as aspirações enriquecedoras  de uma psicanálise escolar como uma teoria contemporânea que demonstra-se essencial no trabalho acerca dos desafios a serem superados para uma real instalação de um ambiente de bem-estar a toda gama da diversidade sexual e de identidade de gênero, logo, colaborando para a efetividade da cidadania e de uma cultura da paz.

METODOLOGIA:

            O processo de construção do trabalho científico cercou as leituras de autores(as) psicanalíticos(as), das representações sociais, da educação e da teoria queer, pois, torna-se necessário pensar o corpo, a sexualidade, como dinâmicas que não podem ser captadas como forma imóvel, estática, focal.

             Visou três objetivos essenciais, são eles: 1. Perceber os conceitos de sexo, sexualidade, gênero abordados pelos(as) docentes; 2. Averiguar e analisar a visão de homossexualidade tida pelos(as) docentes na sua relação com os(as) seus(suas) alunos(as) considerados(as) homossexuais; 3. Indicar os preconceitos e/ou conflitos que se encontra no cenário das relações escolares com os(as) alunos(as) lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgêneros(as).

            A abordagem utilizada foi qualitativa e de cunho exploratório, desenvolvendo um espaço de escuta para os(as) docentes no intuito de captar as sensibilidades advindas com o trato da temática.

RESULTADOS:

RONDAS (2004) diz que "para se descobrir as implicações de processos inconscientes para a prática pedagógica, é necessário compreender conceitos como: desejo, sexualidade, pulsão, complexo de Édipo, complexo de castração e transferência", por isso, cabe refletir o quanto que a Escola  vem colaborado para o desenvolvimento do ser desejante o que  perpassa,  inevitavelmente, a ampliação da noção da sexualidade.

            Notou-se a instalação de uma moral heteronormativa, isto é, a necessidade  do(a) aluno(a) de obedecer a um trinômio de "coerência" entre sexo-sexualidade-gênero, onde o sujeito dever pertencer ao gênero condizente culturalmente ao seu sexo biológico e este deverá ser a sua condição de sexualidade.

            Há a permanência de uma representação caricata dos(as) sujeitos(as) LGBT transferindo-se para a prática profissional vários valores pessoais que podem ser dados de forma positiva ou negativa dependendo da vivência e do contato que tiveram com o tema, ao mesmo modo que averigua-se uma abertura para o debate a respeito da diversidade sexual e identidade de gênero sublinhando-se a necessidade de um trabalho mais específico no que tange a importância da temática  com toda a comunidade escolar.

CONCLUSÃO:

            A instalação de um ambiente não-valorativo para o trabalho da sexualidade nas Escolas, das vertentes da orientação sexual, da identidade de gênero, onde sejam debatidas e refletidas as questões que permeiam a temática e que todos(as) estejam em um processo de interação constante com informações e vivências correspondente a diversidade pode desenvolver outras dimensões de olhares acerca do respeito à diversidade sexual e de gênero tornado-se mais concreto os valores da cidadania entre todos(as).

            Nesse sentido a psicanálise tem muito a contribuir e se colocada de forma política, pois cria bases para uma compreensão não focal sobre o ser humano e suas complexidades auxiliando na consolidação de uma ordem social que respeita ao mesmo tempo em que desvela os tabus construídos sobre o humano, sobre o seu sexo, sua sexualidade, enfim, sobre o seu corpo
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Homofobia, Educação Escolar, Psicanálise.