62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 3. Enfermagem Médico-Cirúrgica
CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR RELACIONADO À TROCA DE DISPOSITIVOS UTILIZADOS EM PROCEDIMENTOS INVASIVOS E EM OXIGENOTERAPIA
Emanuela Lessa de Lima 1
Francisco Rafael Ribeiro Soares 1, 2, 3
Maria Jaqueline Carlos da Silva 1
Graciella Madalena Lucena Jales 1
1. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN
2. Faculdade de Enfermagem Nova Esperança de Mossoró/FACENE-RN
3. Orientador
INTRODUÇÃO:
Apesar dos aspectos de higienização e tratamento dos hospitais terem evoluído ao longo dos tempos, a Infecção Hospitalar (IH) é um problema bastante presente e recorrente, sendo responsável por um grande índice de morbimortalidade associada a procedimentos técnicos realizados nos serviços de saúde, representando com isso um grave problema de saúde pública. As IH são doenças infecciosas oriundas de procedimentos em serviços de saúde, onde os microorganismos são predominantes da microbiota humana, que através de técnicas inadequadas atingem sítios diferentes da origem causando contaminação que pode ocasionar uma sepse. O risco de um paciente internado contrair uma IH está ligado a muitos fatores, ou seja, as condições endógenas e exógenas. Compete a equipe de saúde a realização de procedimentos segundo as normas técnicas de assepsia e protocolos da instituição, respeitando os prazos de permanência, manutenção, local e técnica de inserção de catéteres. O objetivo deste trabalho é verificar o seguimento adequado dos princípios de controle de IH relacionado ao período de trocas de dispositivos invasivos e materiais para oxigenoterapia.
METODOLOGIA:
O estudo caracteriza-se como um estudo exploratório, descritivo, comparativo, de abordagem quantitativa, que utilizou como instrumento de coleta dos dados um formulário aplicado aos profissionais de enfermagem da clínica médica do Hospital Regional Tarcísio Maia. Participaram do estudo uma enfermeira e 11 técnicos (as) de enfermagem que aceitaram participar do estudo assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os profissionais foram abordados em seu horário de trabalho, onde foram orientados quanto aos objetivos do trabalho e submetidos à aplicação do formulário, os quais abordavam temas relacionados à rotina de troca de catéteres vasculares, de procedimentos utilizados em procedimentos invasivos e materiais de oxigenoterapia. Os dados foram tabulados para posterior análise que utilizou como parâmetro comparativo o Manual para a prevenção das Infecções Hospitalares do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP).
RESULTADOS:
Foi possível perceber, pelas respostas apresentadas, que apesar de todos os profissionais que colaboraram com o estudo afirmarem que havia uma rotina de troca dos dispositivos na unidade, que isto não é um consenso entre os profissionais. Evidenciou-se grande divergência de informações entre as resposta dos profissionais, tanto no fato de existir ou não uma rotina de troca de dispositivos, como no período desta troca. Em relação à comparação dos períodos com os consensos técnicos estabelecidos no manual acima, percebe-se grande discrepância tanto de respostas quanto de divergências técnicas. Determinados pontos, como troca de material para oxigenoterapia, a divergência técnica chega a 100%, ou seja, nenhum dos profissionais optou por uma resposta que fosse mencionada no manual. Outros pontos tiveram índice de divergência superiores a 70%, como por exemplo, troca de catéteres vasculares periféricos, material para aspiração naso-orofaríngea e traqueal. O fato mais marcante, porém, foi que nenhum dos 8 critérios analisados obteve unanimidade no setor, o que evidencia forte desarticulação no serviço e ausência de estratégias de educação em serviço. Observou-se ainda, a falta de protocolos institucionais que normatizem estes critérios o que acaba por ocasionar riscos aumentados de IH.
CONCLUSÃO:
Para que este panorama seja transformado, alguns pontos são extremamente necessários de serem realizados no setor de clínica médica do hospital estudado, quais sejam: uma política de educação permanente em saúde; uma maior supervisão do trabalho da enfermagem; necessidade de institucionalização e implantação de protocolos de procedimentos; e por fim um maior conhecimento dos processos de trabalho da enfermagem pela própria categoria, a fim de estabelecer uma relação mais autônoma, criativa e capacitada para a prevenção das IH.
Palavras-chave: Infecção Hospitalar, Protocolo, Prevenção.