Sabe-se que a carência habitacional no Brasil é muito grande. Segundo a tabela do PNAD (IBGE, 2007), 50,5 % da população brasileira recebe um salário mínimo. Observando o senso estatístico de renda mensal brasileira não fica difícil entender porque o país sofre de carência habitacional. Devido a tais fatos, cabe aos engenheiros civis colaborarem com novas tecnologias para se obter uma maior acessibilidade na construção de moradias. O objetivo deste trabalho é verificar, através de um modelo experimental de alvenarias não estruturais de vedação,  confeccionadas sem argamassa de encabeçamento, e o modelo convencional confeccionado com argamassa de encabeçamento, uma futura produtividade entre os sistemas, bem como eventuais características de estabilidade mecânica, tendo como principal objetivo demonstrar a eficiência de uma nova forma de assentamento de blocos cerâmicos, verificando se o novo método de assentamento proposto contribuirá para redução da matéria prima e consequentemente a redução dos custos das construções em que forem empregadas, oferecendo assim moradias mais baratas.

O tratamento experimental teve a duração de três meses, e foi executado numa região da zona sul de Maringá, PR. Durante a confecção das amostras foram coletados relatórios contabilizando o tempo e quantidade de materiais gastos entre as amostras propostas, com e sem argamassa de encabeçamento das alvenarias. Após o levantamento das paredes foi executado o chapisco e o reboco das duas faces de acordo com recomendações técnicas. Após vinte e oito dias de idade do revestimento, executou-se o ensaio de corpo mole, baseado na NBR 11.675, onde foram submetidas a energias dos impactos de um saco cilíndrico de couro fabricado e dosado adequadamente, com areia seca e serragem, pesando 400N ou 40 kg. De acordo com a norma foram realizados impactos de 60, 120, 180, 240, 360 e 480 Joules, com  o saco cilíndrico realizado um movimento pendular. Durante o experimento foi feito um relatório técnico, contendo uma tabela das leituras realizadas no paquímetro (mm), em relação à deformação dos impactos realistados em Joules (J), no ensaio experimental.

Ao analisar o relatório de produtividade da confecção das amostras de controle e experimental, pode-se observar que a amostra de controle foi elaborada em seis horas e vinte minutos e continha quatrocentos e quarenta unidades de tijolos e noventa e nove litros de argamassa de assentamento enquanto que a amostra experimental foi confeccionada em quatro horas e dez minutos e continha quatrocentos e cinqüenta e oito unidades de tijolos e cinqüenta e seis litros de argamassa de assentamento. O estudo demonstrou que o modelo experimental se enquadrou dentro dos parâmetros das normas de resistência mecânica, após efetuar uma correlação entre a deformação instantânea na face oposta ao impacto (mm) e a força do impacto (J), tendo os resultados do fator duplo sem repetição, sido submetidos à análise de variância. Comparando-se os resultados da amostra composta pelas colunas da parede com encabeçamento da amostra de controle com os da parede sem encabeçamento da amostra experimental, verificaram-se variações médias de 0,001852mm/J e 0,001354mm/J, respectivamente, resultados que se enquadram nos critérios de aceitação adotados pela COHAB. Verificou-se ainda, que calculando os custos por metro quadrado das duas amostras, a divisória proposta neste experimento redundou num custo de R$ 1,96 o m² do assentamento da alvenaria, o que torna a sua aplicação mais barata que o custo do modelo convencional.