62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 6. Parasitologia
Comparação ENTRE O Teste de Aglutinação Direta E reaÇÃO DE Imunofluorescência Indireta no Diagnóstico de Leishmaniose Visceral em Pacientes Residentes em Pernambuco, Brasil
Luísa Priscilla Oliveira de Lima 1
Mirela Lopes Ribeiro 1
Maria Almerice Lopes da Silva 2
Luiz Dias de Andrade 2
Marco Antônio de Sá Dowsley Filho 3
Zulma Medeiros 1
1. Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Pernambuco
2. Laboratório de Doenças Transmissíveis, CPqAM/FIOCRUZ - PE
3. Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco - SES/PE.
INTRODUÇÃO:
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença de caráter crônico, que tem como agentes etiológicos espécies do gênero Leishmania pertencentes ao complexo Leishmania donovani. O Brasil é o país com maior endemicidade nas Américas, sendo responsável por aproximadamente 97% de todos os casos, com 3.000 casos/ano notificados e letalidade média de 8%, onde a Leishmania chagasi  é a principal espécie envolvida. A LV é notificada em 20 unidades federativas do Brasil e a maior prevalência é registrada na Região Nordeste.  Diferentes técnicas podem ser utilizadas para o diagnóstico laboratorial de LV. O exame parasitológico é considerado o padrão-ouro, com especificidade de 100%, mas com sensibilidade variável, em quanto os testes sorológicos possuem limitações. Dentre os testes sorológicos, a Reação de Imunofluorescência Indireta (IFI) é o preconizado pelo Ministério da Saúde, apesar de sua baixa especificidade. Porém, o Teste de Aglutinação Direta (DAT) parece ser uma ferramenta mais segura, por possuir maiores sensibilidade e especificidade em relação à IFI. Poucos estudos foram feitos aqui no Brasil visando à comparação dessas duas técnicas sorológicas. Assim, nosso trabalho comparou os resultados obtidos com o DAT e IFI em soros de pacientes portadores ou não de LV.
METODOLOGIA:
As amostras de soro foram provenientes do LACEN - PE onde se realizou a IFI, com ponto de corte utilizado de 1/80. Os testes que apresentaram parasitas fluorescentes foram considerados positivos e aqueles que não apresentaram fluorescência negativos, tomando-se como referência os soros controles positivo e negativo incluídos em cada lâmina. O DAT foi realizado no Laboratório de Doenças Transmissíveis/CPqAM, empregando-se diluições em série, a partir de 1/50, frente ao antígeno promastigota de Leishmania donovani na concentração de 125x104 P/ml (Kit Leishmania DAT antigen Royal Tropical Institute). Após um período de incubação, aproximadamente 18 horas, em temperatura ambiente, a aglutinação se completa. O título da reação para cada amostra, quando existente, foi registrado. Os resultados foram expressos como positivos ou negativos de acordo com o ponto de corte estabelecido de 1/6.400, onde aglutinações em diluições com título abaixo desse valor foram considerados negativos, enquanto valores maiores ou iguais  foram considerados positivos. A análise dos dados foi realizada no programa software SPSS versão 8. para obtenção do índice de concordância Kappa  e o p-valor.
RESULTADOS:
78 amostras de soro foram incluídas no estudo. Das amostras analisadas, 5 (6,41%) foram positivas e 50 (64,10%) foram negativas para ambos os teste, enquanto 28 (35,89%) foram positivas apenas pelo DAT. Nenhuma amostra apresentou positividade apenas para IFI. A concordância pelo índice Kappa foi de 0,21, o que indica baixa concordância. Nossos resultados são semelhantes aos de outros estudos, que comparam DAT e IFI, e apontam uma maior sensibilidade da primeira técnica. Além disso, a infra-estrutura necessária para realizar o DAT é mais simples do que a exigida pela IFI, por não necessitar de nenhum equipamento sofisticado para a leitura do resultado.
CONCLUSÃO:

Os resultados preliminares obtidos sugerem a possibilidade de utilizar o DAT para o diagnóstico da LV, com o devido acompanhamento de sua implantação nos serviços de saúde, para avaliar seu desempenho na rotina desses serviços.

 

Instituição de Fomento: FACEPE - Fundação de Apoio à Cultura, Ensino, Pesquisa e Extensão.
Palavras-chave: Leishmaniose visceral, DAT, IFI.