62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL EM PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Matheus Morais de Oliveira Monteiro 1
Menilla Maria Alves de Melo 1
Maria Auxiliadora Lins da Cunha 1
Maria do Socorro Ramos de Queiroz 1
1. Depto. de Farmácia - Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
INTRODUÇÃO:
A Insuficiência Renal (IR) consiste em lesão, perda progressiva e irreversível da função renal. Emerge na atualidade, como sendo um sério problema de saúde pública, consistindo numa epidemia de crescimento alarmante. Os principais Fatores de Risco (FR) para o desenvolvimento desta patologia são Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM) e história familiar. Como agravos crônicos, destacam-se a HAS e o DM, que se associam frequentemente num mesmo doente exercendo um efeito sinérgico provocando, entre outras, deterioração acelerada da função renal e um aumento do Risco Cardiovascular (RCV). A IRC pode ser classificada em Insuficiência Renal Aguda (IRA) que acontece quando os rins param de funcionar de modo total ou parcial e a Insuficiência Renal Crônica (IRC) que ocorre por perda progressiva da função de cada néfron, diminuindo a função renal global. De acordo com o Ministério da Saúde a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) está classificada em 5 estágios: 0 Grupo de risco: sem lesão renal (LR) função normal; 1 LR (microalbuminúria, proteinúria) função preservada, com FR; 2 LR com IR leve; 3 LR com IR moderada; 4 LR com IR severa e 5 LR com IR terminal ou dialítica. A HAS por ser um dos FR para a IR, este trabalho teve como objetivo avaliar a IR em hipertensos.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi do tipo longitudinal, documental, descritiva e realizou-se no período de setembro a dezembro de 2009 e envolveu 20 hipertensos. Para a avaliação laboratorial, os pacientes foram encaminhados ao Laboratório de Análises Clínicas (LAC) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), onde foram submetidos à extração do sangue venoso. Os dados referentes aos FR para IR foram coletados do banco de dados do Programa HIPERDIA. Para estimar o Clearance de creatinina (Clcr) a partir da Cr, foi utilizada a equação de Cockcroft-Gault e a classificação da Insuficiência Renal (IR) foi realizada em seis estágios funcionais de acordo com o ritmo da Taxa de Filtração Glomerular (TFG). Para o Índice de Massa Corpórea (IMC) utilizou-se IMC 25 kg/m2 para a definição de sobrepeso e 30 kg/m2 para obesidade conforme critério da Organização Mundial de Saúde. A Pressão Arterial foi determinada considerando hipertensos aqueles que fizerem algum tipo de tratamento e/ou apresentarem Pressão Arterial Sistêmica 130 mm Hg e/ou Pressão Arterial Diastólica 85 mm Hg, e controlados aqueles com PA < 130/80 mm. Os resultados foram digitados no Excel (2003), tratados no Epi-info 3.4.1 e descritos em números absolutos e percentuais. As frequências foram apresentadas com Intervalo de Confiança (IC) de 95%.
RESULTADOS:
Dos participantes da pesquisa, 65% eram do gênero feminino, a faixa etária mais frequente para ambos os gêneros correspondeu a 60-69 anos, a maioria apresentava a Hipertensão Arterial Sistêmica. Quanto aos FR para a IR, a HAS correspondeu a 100%, 70% eram portadores de dislipidemias, obesos, 55% da amostra não realizavam atividade física, nenhum era etilista e apenas 5% eram fumantes. De acordo com a TFG os hipertensos encontram-se nos seguintes estágios: 1 (n=17; 85%, 2 (n=2; 10%) e 5 (n=1; 5%).
CONCLUSÃO:
De acordo com os resultados obtidos, a maioria da amostra ainda não tem LR. Os participantes apresentaram FR que predispõe a IR, portanto a avaliação da microalbuminúria também deve ser realizada anualmente por ser um marcador mais preciso e a prática de hábitos saudáveis e a dieta equilibrada devem ser incentivadas para reduzir os níveis pressóricos e as alterações metabólicas, resultando assim numa longevidade mais saudável sem comprometimento renal e cardiovascular.
Instituição de Fomento: Universidade Estadual da Paraíba
Palavras-chave: Insuficiência Renal, Hemodiálise, Doença Crônica Não Transmissível.