62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 3. Análise Nutricional de População
PERFIL NUTRICIONAL DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DA UNIDADE MISTA DE SAÚDE DE PAJUÇARA, NATAL/RN.
Maria do Socorro Medeiros Amarante 1
Rosângela Sandra Ferreira da Silva Lima 2
Ingrid Freitas da Silva 1
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN
2. Prefeitura do Natal
INTRODUÇÃO:
A segunda metade do século 20 foi marcada pela mudança nos padrões de doenças da população. Juntamente com um aumento na expectativa de vida, esse período foi caracterizado por profundas mudanças na dieta e no estilo de vida, que por sua vez contribuíram para a epidemia das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), incluindo as doenças cardiovasculares. Os agravos crônicos não-transmissíveis são responsáveis por grande parte da incapacidade e mortalidade. Esses agravos incluem: doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e obesidade. Como o crescimento dessas morbidades se justifica a adoção de estratégias integradas efetivas e sustentáveis de promoção de saúde, de prevenção e controle dessas doenças assentadas nos seus principais fatores de risco modificáveis - tabagismo, inatividade física e alimentação inadequada. Desta forma, esse trabalho objetiva avaliar o estado nutricional dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). O que será de fundamental importância na identificação precoce dos fatores de risco para o desenvolvimento das DCNT e na busca de estratégias que visem à prevenção e controle desses fatores de risco.
METODOLOGIA:
Este trabalho foi realizado na Unidade Mista de Saúde do Pajuçara, a qual pertence à rede municipal de saúde de Natal-RN. A população em estudo compreendeu 15 ACS. Os dados foram coletados através de consultas individuais realizadas pelos pesquisadores durante o mês de janeiro de 2009. Para a caracterização do perfil dos sujeitos optou-se pela avaliação nutricional composta por: avaliação antropométrica, bioquímica, clínica e alimentar. Para avaliação antropométrica foram mensuradas as variáveis: peso, estatura e circunferência da cintura, sendo posteriormente calculado o Índice de Massa Corpórea (IMC). A avaliação bioquímica se deu pela dosagem de glicemia em jejum, colesterol total e triglicerídeos. Para a obtenção destes dados, os exames foram previamente solicitados e realizados na própria unidade de saúde. Durante a avaliação foi aferida a pressão arterial e obtidas informações referentes a história familiar de DCNTs. A avaliação alimentar se deu pela aplicação do teste "Como está sua alimentação?" desenvolvido pelo Ministério da Saúde. Os dados obtidos são apresentados na forma de média e desvio-padrão.
RESULTADOS:
Os indivíduos em sua grande maioria são do sexo feminino (87%, n = 13) com idade média de 41,53±8,41 anos. Nenhum destes era tabagista e 27% relataram consumo de bebidas alcoólicas. Dentre as DCNTs pesquisadas a de maior relevância foi à hipertensão arterial com história familiar em 87% e ocorrência em 13% dos entrevistados. Quanto a atividade física, 73% não relataram a prática, entre os que relataram a periodicidade é de 3 vezes por semana. A avaliação antropométrica revelou o IMC de 25,63±3,27, o que caracteriza sobrepeso. A circunferência da cintura no sexo feminino foi de 82,77±10,64 cm, o que indica risco aumentado para doenças cardiovasculares. As dosagens bioquímicas mostram um perfil lipídico elevado, colesterol 237,92±51,3 mg/dL e triglicerídeos 164,38±68,57 mg/dL. Todos os indivíduos apresentaram-se normoglicêmicos (88,85±8,6 mg/dL). Quanto ao consumo alimentar, a contagem dos pontos do teste "Como está sua alimentação" apresentou uma média de 36±4,71 pontos o que indica a necessidade da adoção de bons hábitos relacionados à alimentação e prática da atividade física. Observou-se que 54% (n=8) consumia em média 2 porções de frutas ao dia, 47% (n=7) não consome legumes e verduras diariamente. E a grande maioria 87% consome leite e derivados na sua forma integral.
CONCLUSÃO:
Diante dos resultados obtidos podemos concluir que a população em estudo apresenta-se vulnerável ao desenvolvimento de DCNTs em decorrência da falta de hábitos saudáveis. Como a prática da atividade física, ingestão de frutas e legumes adequados, redução do consumo de gorduras saturadas e manter-se como peso adequado. Isso demonstra a necessidade da realização de um trabalho educativo com a população em estudo, uma vez que os ACS devem ser multiplicadores de hábitos saudáveis em sua comunidade.
Palavras-chave: Avaliação nutricional, Doenças Crônicas Não-Transmissíveis , Promoção de saúde .