62ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 4. Engenharia de Materiais e Metalúrgica
EFEITO DE EXTRATOS DAS PLANTAS "LIMÃOZINHO" E "PITOMBEIRA" NA CORROSÃO DO COBRE EM HNO3
Denis Valony Martins Paiva 1
Rui Carlos Barros da Silva 1
Everardo Paulo de Oliveira Junior 1
Walysson Gomes Pereira 1
Samuel Victor Lima de Araújo 1
1. Laboratório de Eletroquímica e Corrosão Microbiana (LECOM), UECE
INTRODUÇÃO:
O cobre é conhecido por boa condutividade. Com o seu uso, tem-se o acúmulo de produtos da corrosão. As soluções de HNO3 são utilizadas na limpeza química do metal, porém são oxidantes provocando o ataque a superfície. Uso de inibidores é um dos métodos mais práticos para a proteção contra a corrosão. A busca de produtos naturais de origem vegetal como inibidores de corrosão baratos e ecológicos é um campo essencial de estudo. Os produtos vegetais são de baixo custo, facilmente disponíveis e são fontes renováveis de materiais. A eficiência inibitória da corrosão destes compostos é atribuída à presença, em sua composição, de espécies como taninos, alcalóides e bases nitrogenadas bem como os seus produtos de hidrólise ácida. O trabalho aqui apresentado relata a avaliação dos extratos das plantas Pectis oligocephala (extrato 1) e Talisia esculenta (extrato 2), do Semi-árido nordestino, vulgarmente conhecidas como "limãozinho" e "pitombeira", respectivamente, como inibidores de corrosão do cobre em solução de HNO3. Para este efeito, recorreram-se o ensaio de imersão com perda de massa, as técnicas de espectrofotometria de absorção atômica, microscopia eletrônica de varredura e espectroscopia de análise da energia dispersiva por raios-X e, também, a técnica de refratometria.
METODOLOGIA:
Foi usado cobre (99,9%), de 1cm2 de área geométrica. A superfície do cobre foi polida em politriz de bancada, da Maxiplan. Em seguida, foi submetida ao banho ultrassônico, da Unique, em álcool para o desengraxe. Ao final, a amostra foi secada e medida a sua massa em balança de precisão, da Bioprecisa, e efetuada a medição da área com paquímetro digital. A coleta das plantas das espécies Pectis oligocephala e Talisia esculenta foi feita no Campus do Itaperi, da Universidade Estadual do Ceará. As folhas da Pectis e da Talisia foram imersas em etanol 95%. Foram preparadas soluções de HNO3 1M; a concentração de extrato foi de 50ppm. A estabilidade dos extratos em solução foi avaliada por refratometria. O ensaio de imersão foi realizado a 27°C. Uma das faces da amostra foi isolada por adesivo inerte. Após o ensaio de imersão, as amostras foram levadas para análise e caracterização da superfície. Para este fim, foi utilizado o microscópio eletrônico de varredura, da Tescan, acoplado a câmara de vácuo permitindo a análise química da superfície por espectroscopia de análise da energia dispersiva por raios-X. A solução de ensaio foi analisada por espectrofotometria de absorção atômica, para determinar o teor de íons Cu em solução no espectroscópico de absorção de atômica, da Varian.
RESULTADOS:
O perfil da variação da perda de massa praticamente não se altera independente da presença do extrato em solução, sugerindo que o processo corrosivo tenha sido semelhante nos três sistemas. As taxas de corrosão do cobre em solução na presença dos extratos 1 e 2 são iguais a 7,89 e 13,80 mg.cm-2.h-1, respectivamente, determinadas a partir da concentração de íons Cu total. Foi verificado que a eficiência inibitória dos extratos 1 e 2 é igual a 17,64% e -34,98% respectivamente, mostrando que o extrato 1 possui pouco efeito inibidor da corrosão, enquanto que o extrato 2 tem a tendência a acelerar o processo corrosivo na superfície do cobre. As micrografias da superfície revelam que a corrosão ocorrendo no metal é intergranular. A análise química da superfície indica a presença de picos associados ao elemento cobre e outros picos de menor intensidade relativos ao elemento oxigênio, sugerindo a possível contaminação no momento da análise. Por outro lado, verifica-se que não há presença de outros elementos químicos, tais como, nitrogênio, enxofre, associados ao extrato. O índice de refração dos extratos em solução ácida praticamente não variou, sugerindo que os extratos não sofreram degradação significativa.
CONCLUSÃO:
Neste trabalho, pode-se concluir que os extratos das plantas Pectis oligocephala e Talisia esculenta em solução de HNO3 não possuem efeito significativo na inibição da corrosão da superfície do metal cobre. È observado que ambos os extratos não sofrem degradação significativo na solução ácida. A corrosão do cobre no meio na ausência e na presença dos extrato é caracterizada como corrosão intergranular.
Instituição de Fomento: Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP)
Palavras-chave: extratos de plantas, corrosão, cobre.