62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
O SENAI E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA PARCERIA COM A APAE
Lígia Pereira dos Santos 1
Mythia Williane Ferreira Freitas 1
Maria Betânia Soares Brito 1
1. Departamento de Pedagogia, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
INTRODUÇÃO:
As políticas de inclusão social têm mostrado avanços no mundo todo. A educação especial é considerada como uma modalidade de educação escolar que perpassa todas as etapas e níveis de ensino e está definida nas diretrizes Nacionais para a Educação Básica que regulamenta o direito de acesso e permanência dos alunos com deficiências e orienta para a inclusão social. O SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial foi criado no ano de 1942, com o objetivo de preparar homens e mulheres para a sua inserção no mercado de trabalho, especificamente na indústria. Em 1950 foi fundada a primeira escola do SENAI da Paraíba, o Centro de Educação Profissional Stenio Lopes, que iniciou suas atividades de inclusão no ano de 2000. Por meio do Programa SENAI de Ações Inclusivas, é dado acesso às pessoas com diferentes deficiências. Através da parceria entre SENAI e APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), abordaremos em nossa pesquisa o quanto tem se aplicado a inclusão e de que forma ela está sendo realizada. Neste âmbito essa pesquisa tem a relevância de mostrar o quanto é importante trabalhar a inclusão e constatar que ela pode ser eficaz.
METODOLOGIA:
A pesquisa assumiu caráter exploratório com características qualitativas e quantitativas. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas com coordenadores e docentes do SENAI Stenio Lopes- Campina Grande-PB, que tiveram experiências práticas com diferentes tipos de deficiência. Um dos procedimentos que nos possibilitou uma visão mais ampla dentro do âmbito da inclusão se deu através da contribuição significativa com os supervisores de todas as oficinas que disponibilizam os cursos, tais como: Artes Gráficas, Metal-Mecânica, Eletroeletrônica, Mecânica de Automóveis, Marcenaria, Alimentos e Informática, supervisores que nos disponibilizaram informações de suma importância para a realização desta pesquisa, em que nós tivemos a oportunidade de interagir diretamente com esses funcionários que foram capacitados para possibilitar essa inclusão. Foram utilizados também documentos de arquivo, tais como fichas de matrículas, módulos de cursos para capacitação de docentes em braile e em libras, bem como a observação da prática de inclusão dentro da instituição, através de uma turma do curso de artes gráficas composto por 14 alunos, sendo 9 homens e 5 mulheres. Para tanto foi utilizado material de arquivo que relata atividades desenvolvidas neste campo.
RESULTADOS:
Dentro da perspectiva sobre a parceria entre SENAI e APAE, registramos atendimento em média de 30 alunos (as) regularmente matriculados em algum dos cursos oferecidos, e que já concluíram os cursos, sendo, 11 mulheres e 19 homens. As deficiências mais atendidas são Síndrome de Down e Paralisia Cerebral. Desde janeiro até março de 2010 já foram registradas 45 matrículas. Os (as) alunos (as) da APAE são conduzidos (as) pelos pais, mães e professores para conhecer os cursos que o SENAI oferece. Após a visita os (as) alunos (as) escolhem o curso no qual se identificam. A APAE, então, os (as) encaminha para que seja providenciado o início do curso e a etapa de inclusão. Um dado relevante é o apoio que os profissionais do SENAI dispensam aos (as) novos (as) alunos (as) que depositam suas expectativas de um futuro profissional. Com esse apoio muitos (as) dos que já concluíram seus cursos estão inseridos no mercado de trabalho, como dita a lei 7.853/99, que estabelece para as empresas com mais de 100 empregados a contratação de pessoas com deficiências. Com base na referida lei os (as) alunos (as) capacitados (as), são absorvidos (as) nas indústrias ou mesmo trabalham dentro da APAE, como é o caso daqueles que fizeram o curso e hoje atuam dentro da padaria da própria instituição.
CONCLUSÃO:
De acordo com a pesquisa realizada focando a parceria entre SENAI e APAE verificamos que a inclusão de homens e mulheres com algum tipo de deficiência nos cursos profissionalizantes têm se dado de forma satisfatória. Podemos destacar como o programa é atualmente um dos mais importantes da área de educação profissional inclusiva no Brasil, consideramos assim, que este pode ser expandido para outras instituições, não apenas por sua concepção, estruturação e organização, mas pela programação de capacitação dos docentes, adequando seus programas de formação e suas unidades operacionais a realidade do estudante, com isso percebemos a grande contribuição em termos inclusivos que órgãos como o SENAI em parceria com outras instituições como a APAE, podem mudar a realidade de pessoas com deficiências e mostrar que estes são capazes de desempenhar atividades nos mais diversos âmbitos. Desta forma, constatamos que a inclusão pode dar certo e trazer resultados eficazes se feita de forma consciente, programada e elaborada, pois ao longo da pesquisa observamos o planejamento com o qual o trabalho é desenvolvido, e a importância da parceria entre órgãos como o SENAI e APAE, instituições estas que possibilitam o acesso e a inclusão aos portadores de deficiência nos cursos profissionalizantes.
Palavras-chave: Inclusão, Deficiência, Cursos Profissionalizantes.