A saúde é um direito constitucional garantido na Constituição Federal, promulgada em 1988. Em seu artigo 196, relata que "a saúde é direito de todos e dever do Estado", sendo então reconhecido como direito social. Estes dizem respeito ao atendimento das necessidades humanas básicas, que incluem condições de saúde adequadas e garantia do bem estar da população. Porém o acesso aos serviços de saúde nem sempre se mostra adequados à população, necessitando de aperfeiçoamento de suas ações. Isso ocorre pela carência de políticas públicas adequadas ao fornecimento de serviços que satisfaçam às necessidades da população. Assim, este estudo tem o objetivo de analisar o grau de satisfação dos moradores de um município do interior do Rio Grande do Norte, quanto ao acesso e eficácia dos serviços de saúde.

Trata-se de uma pesquisa de campo, com estudo descritivo de abordagem quantitativa. Foram realizadas 110 entrevistas randomizadas aos residentes de uma área de atuação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) do Município de Santa Cruz/RN. O instrumento de coleta de dados continha perguntas abertas e fechadas acerca do acesso ao serviço público de saúde, grau de satisfação e as estratégias de enfretamento em caso de morbidade. A análise dos dados foi realizada com auxilio do software MS Excel para criação, entrada e processamento do banco de dados, análise estatística, geração de tabelas e gráficos.

Observa-se que em caso de doença 90% dos entrevistados referem procurar o hospital municipal em caso de doença, 35% a unidade de saúde da família, 15% as farmácias do município, 5% as benzedeiras e 5% relataram outras estratégias. Isso representa uma fragilidade da atenção básica, pois todas as famílias entrevistadas referiram ser atendidas pela ESF, sendo que 93% referiram não ter acesso a planos privados de saúde; representando uma dependência do sistema público municipal de saúde. Em conseqüência, há uma repercussão quanto à satisfação em relação a este sistema, pois apenas 5% dos entrevistados classificaram como excelente o acesso aos serviços de saúde, enquanto 65% consideraram como precário e insatisfatório este acesso e 30% como bom. Os dados representam a necessidade de aperfeiçoar o sistema como forma de garantir a credibilidade junto à população para a busca dos serviços de saúde, possibilitando assim usufruí-lo da melhor forma possível de um sistema que beneficie a todos.

Ao analisarmos os resultados percebemos a necessidade de buscar estratégias para contribuir com o desenvolvimento da qualidade dos serviços de saúde oferecidos à população, pois o descrédito percebido pode incentivar a não aderência às ações de saúde apresentadas. Enfatizamos que os investimentos nos recursos humanos e materiais tornam-se essencial na consolidação do vínculo entre os serviços e a sociedade.