62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
COMPARAÇÃO ENTRE AS QUALIDADES FÍSICAS DE JOGADORES DE FUTEBOL SUB-18 E PROFISSIONAIS
Thatiana Araújo Maranhão 1
Igor Cabral Coutinho do Rêgo Monteiro 2
Indira Joice da Silva Moura 1
Nara Adília Andrade Cavalcante 3
Moisés Mendes da Silva 4
Alex Soares Marreiros Ferraz 1
1. Departamento de Educação Física - UFPI
2. Instituto Superior de Ciências Biomédicas - UECE
3. Departamento de Nutrição - UFPI
4. Mestrado em Ciências e Saúde - UFPI
INTRODUÇÃO:
Para ter um bom desempenho, o jogador de futebol precisa estar preparado para atender a uma série de demandas físicas exigidas durante os jogos sem que isso prejudique seu rendimento e/ou habilidades técnicas e táticas. Dessa forma, além da força e da velocidade, devem ser trabalhadas pelos jogadores futebolistas no decorrer dos treinamentos a resistência e/ou capacidade aeróbia, flexibilidade e agilidade com o objetivo de se obter resultados competitivos desejáveis. Todavia, sabe-se que tais qualidades físicas podem sofrer influência de vários fatores, como por exemplo, a hereditariedade, o sexo, a idade e o nível de condicionamento, sendo que os dois últimos fazem parte das inúmeras mudanças que os atletas futebolistas sofrem durante a transferência da categoria sub-18 para a categoria profissional. Nessa perspectiva, o objetivo desse estudo é observar as possíveis mudanças nos resultados dos testes físicos de VO2máx, agilidade e flexibilidade entre os atletas das referidas categorias de um time de futebol piauiense.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo de caráter transversal, quantitativo e descritivo realizado com 25 jogadores de futebol da categoria sub-18 cuja média de idade era de 17,56±0,71 anos e 21 atletas da categoria profissional com média de 20,61±3,39 anos de idade. Antes do início dos testes, realizados na cidade de Teresina-PI, os sujeitos fizeram um alongamento e aquecimento de dez minutos. Após isso, realizou-se o teste de flexibilidade no banco de wells, cujo objetivo era a medição da distância máxima que os jogadores conseguiam atingir no banco ao jogar os braços para frente sem flexionar os joelhos. No referido teste, cada jogador teve direito a três tentativas, sendo validado o maior valor atingido em centímentros. Em seguida, com a finalidade de avaliar a agilidade foi realizado o teste shuttle-run, que consistia em os atletas deslocarem dois obstáculos (cones) a uma distância de 15 metros no menor espaço de tempo possível. Por último, visando a determinação da capacidade aeróbia dos sujeitos, realizou-se o yoyo test, que consiste na realização de dois percursos (ida e volta) num espaço previamente demarcado de 20 metros.
RESULTADOS:
Utilizou-se o programa Prisma 5.0. para a análise bivariada dos dados através do teste t de student. Observou-se diferença estatística significativa (p<0,05) entre os resultados da flexibilidade dos atletas sub-18 (40,76±6,5cm) e profissionais (31,90±8,6cm), sendo que os primeiros obtiveram um melhor desempenho nesta qualidade física. Tal fato pode ser explicado devido a esta capacidade ser influenciada pela faixa etária, ou ainda por possíveis diferenças nos níveis de condicionamento físico entre os dois grupos. Da mesma forma, verificou-se diferença significativa (p<0,05) entre os resultados da agilidade, mantendo a melhor performance para a categoria sub-18 (13,88±0,7s). Isso provavelmente pode ser influencia dos menores parâmetros de flexibilidade dos jogadores profissionais, visto que, a agilidade é perdida quando a flexibilidade não é adequadamente trabalhada. De modo contrário, os resultados de VO2máx obtidos pelos jogadores profissionais (40,51±0,7) foram maiores (p<0,05) dos que os obtidos pela categoria sub-18 (38,96±2,0), evidenciando uma pequena vantagem dos atletas profissionais. Este achado pode ser devido a possível prioridade que os treinadores dão ao aumento da capacidade aeróbia dos jogadores deste grupo em detrimento do treino das demais qualidades físicas.
CONCLUSÃO:
Pode-se concluir que as diferenças verificadas nas qualidades físicas de flexibilidade, agilidade e VO2máx entre os jogadores das duas categorias, apontam para as mudanças de idade ou prioridade de treinamento dada. Dessa forma, qualidades relacionadas com idades mais jovens como a flexibilidade e agilidade perdem espaço para características mais imprescindíveis no futebol profissional, como uma maior capacidade aeróbia.
Instituição de Fomento: FAPEPI
Palavras-chave: Jogadores de futebol, Qualidades físicas, Treinamento físico.