62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
HUMANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À PESSOA IDOSA: DIFICULDADES VIVENCIADAS PELOS PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO SERTÃO PARAIBANO  
Selda Gomes de Sousa Alves 1
Rejane Maria Paiva de Menezes 2
1. CPqAM/FIOCRUZ
2. PGENF/UFRN
INTRODUÇÃO:

O envelhecimento da população já é um fato, antes considerado um fenômeno, hoje, faz parte da realidade da maioria das sociedades no mundo. O mundo está envelhecendo. Estima-se para o ano de 2050 que existam cerca de dois bilhões de pessoas com sessenta anos e mais no mundo, a maioria delas vivendo em países em desenvolvimento (BRASIL, 2006). De acordo com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS, 2003) estimativas indicam que no Brasil existem atualmente cerca de 17,6 milhões de idosos, e esse quadro corresponde à mudança de alguns indicadores de saúde, especialmente os relacionados à diminuição nos índices de fecundidade e mortalidade, associados ao aumento da esperança de vida ao nascer. Além do que, destaca-se na população idosa o aumento do número de pessoas com 80 anos ou mais, sendo essa a faixa etária de maior crescimento, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. Diante dessas considerações, o presente estudo tem como objetivo analisar quais os fatores que interferem na prática da humanização da atenção à saúde da pessoa idosa na visão dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família no Sertão Paraibano.

METODOLOGIA:

Trata-se de uma investigação descritiva e exploratória, desenvolvida mediante abordagem quantitativa. A população deste estudo constituiu-se de dezenove equipes que trabalham na ESF no sertão paraibano, compreendendo um total de 133 profissionais integrantes das equipes da ESF, ao todo aceitaram participar de forma voluntária do estudo 76 participantes. A coleta de dados foi realizada através de um questionário contendo questões fechadas, referente aos dados sócio-demográficos e, questões abertas específicas. O procedimento de coleta de dados teve início após autorização e aprovação do projeto do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba, sob protocolo de n.0226.0133.000-09 de acordo com a Resolução de nº 196/96 e, da autorização da Instituição para a realização estudo. Os resultados foram discutidos e analisados através da análise descritiva e de estatística simples, com apresentação e discussão de freqüências de números simples e absolutas. Referente as questões abertas, utilizou-se uma análise descritiva, através da leitura do conteúdo das falas, obtidos em cada resposta dos participantes, de forma  mental e pausada, buscando as idéias centrais e os significados expressos, de forma a chegar as categorias ou a categorização.  

RESULTADOS:

Os principais resultados indicam que os profissionais do sertão paraibano, que participaram desse estudo constituíram-se num total de 76 que atualmente trabalham nas Unidades de Saúde da Família. Dentre estes, 20% são enfermeiros, 6% odontólogos, 35% ACS e 19% técnicos de enfermagem. A idade dos entrevistados encontra-se na faixa etárias entre, 21 e 30 anos, em 43%. A maioria são do sexo feminino com um total de 84%. Já de acordo com o estado civil, o maior percentual refere-se aos casados, com 34%. Se tratando do salário, o médico tem o de maior de 12 salários, seguido de 04 a 06 salários pelos enfermeiros e odontólogos. Os participantes apresentam o maior percentual de tempo de formado com 33% referente de 1 a 3 anos de formação. E quanto ao tempo de atuação, se destacaram 39% dos participantes com 08 a 11 anos. Em relação como o acolhimento era dificultado observou-se que 37% dos participantes não quiseram ou não souberam responder sobre as dificuldades existentes quando exercem a prática do acolhimento na ESF. Porém, para outros 26% o acolhimento é dificultado devido à falta de compreensão. Ainda para 11% desses profissionais, a pratica do acolhimento é dificultada pela falta de materiais e profissionais qualificados.

CONCLUSÃO:

Ao analisar os fatores que interferem na prática da humanização da atenção a saúde da pessoa idosa na estratégia de saúde da família na visão da própria equipe de saúde do sertão paraibano, foi possível concluir que a equipe enfrenta algumas dificuldades na sua operacionalização no que se refere à falta de recursos materiais e a falta de profissionais qualificados para atender a demanda de pessoas idosas. Tais dificuldades aplicam-se a toda equipe, acrescidas de inúmeras outras atividades burocráticas. É importante, então que seja ressaltado para a equipe dos profissionais da ESF, do quanto se faz necessário, repensar a prática de atenção à pessoa idosa, quanto à qualificação destes para que isso ocorra, num tempo breve.

Palavras-chave: Humanização, Idoso, Estratégia de Saúde da Família.