62ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental |
SELEÇÃO MICROBIANA ISOLADA E ASSOCIADA COM A POTENCIALIDADE DE BIODEGRADAR HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS (HPAs) |
Francisca Denilça dos Santos Narciso Salvador 1 Wanderley Rodrigues Bastos 1 Miyuki Yamashita 1 |
1. Universidade Federal de Rondônia - Unir |
INTRODUÇÃO: |
Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) constituem um grupo de compostos que, em elevada concentração, agridem ao meio ambiente e aos seres humanos, pois seus compostos são mutagênicos e carcinogênicos. Eles são comumente introduzidos no ambiente em grandes quantidades relacionadas à extração, ao transporte, ao refino e armazenamento. Bactérias, leveduras, fungos e cianobatérias têm sido descritos como excelentes agentes para degradar uma ampla variedade de classes de poluentes, o que pode ser uma alternativa para solucionar problemas ambientais, por técnicas de biorremediação. Estudos mostram que áreas cronicamente poluídas contêm populações microbiais capazes de utilizar e/ou sobreviver na presença dos contaminantes tóxicos. O presente trabalho visou estudar a potencialidade de bactérias em consórcio e isoladas, coletada na região de Porto Velho-RO, em degradar o acenafteno. Dentre as bactérias estudadas estão a Methylobacterium sp, Xanthobacter Autotrophicus, Burkholderia Cenocepacia, Aurantimonas sp, Campylobacter Jejuni, Methylobacterium Chloromethanicum e Klebsiella Pneumoniae isoladas a partir de solos com histórico de aplicação do herbicida 2,4-diclorofenoxiacético, e a bactéria Acinetobacter baumannii, isolada de água residual contaminada por combustíveis. |
METODOLOGIA: |
As bactérias isoladas e em consórcio foram incubadas em meio de cultura inorgânico, previamente autoclavado a 121ºC. Os meios de cultura foram mantidos sob agitação a 28ºC durante 12 dias contendo 2,5 mg L-1 de acenafteno. A capacidade das bactérias em consórcio e isoladas em degradar acenafteno foi avaliada empregando o indicador redox 2,6-diclorofenol indofenol. Além disso, foi monitorado o crescimento microbiano após 7 dias de incubação, utilizando o espectrofotômetro UV-VIS (Shimadzu, modelo UV 2450) em 600 nm com concentrações crescentes de acenafteno de 5, 10, 15, 20, 50, 100, 150 e 200 mg L-1. |
RESULTADOS: |
O ensaio de biodegradação foi realizado utilizando a técnica baseada no indicador redox 2,6-diclorofenol indofenol (DCPIP). Dessa forma, foi possível averiguar a capacidade dos microrganismos em utilizar acenafteno como substrato pela observação da mudança de cor do DCPIP de azul (oxidado) para incolor (reduzido). As bactérias apresentaram potencial degradador, obtidos a partir de observação visual da descoloração do meio na presença de acenafteno. A descoloração ocorreu por completo após 48 horas para Acinetobacter Baumannii e para o consórcio de bactérias, enquanto para as demais bactérias isoladas o tempo foi de 206 horas. |
CONCLUSÃO: |
A partir dos resultados obtidos usando o indicador redox DCPIP, pode se verificar que todas as bactérias isoladas e em consorcio apresentaram potencialidade em degradar o acenafteno. Contudo, a Acinetobacter baumanni e o Consórcio de bactérias, foram os que apresentaram resultados mais rápidos o que está de acordo com crescimento microbiano que demonstrou a capacidade das mesmas crescerem em altas concentrações de acenafteno. Os resultados indicaram que os microrganismos foram capazes de degradar estas fontes de carbono, o que significa que estes podem produzir biossurfactantes nestas condições. |
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq |
Palavras-chave: HPAs, Biodegradação, Microrganismos. |