O objetivo do estudo é fazer uma interpretação das ideias e reflexões dos acadêmicos em relação a três temas específicos: inclusão, identidade e diferença. O pano de fundo deste trabalho está em refletir sobre estes temas nas questões pedagógicas que tratam do espaço educacional e que, na sociedade contemporânea, também estão presentes na formação dos escolares. Neste sentido, desconsiderar o tempo em que vivemos e os desafios que ele nos impõe pode incorrer em direcionarmos o foco do nosso olhar, somente, para questões técnicas, de tendências pedagógicas, quadros patológicos, e deixarmos de identificar outras capturas que a escola, com a in/exclusão (LOPES, 2007) produz no interior da sociedade atual, entendida por Bauman (2001), como modernidade líquida.

Esta é uma pesquisa de caráter descritivo. Participaram da pesquisa 42 alunos matriculados na disciplina de Estratégias de Ensino e Inclusão no segundo semestre de 2009. Foram feitas, muitas dinâmicas no decorrer das aulas, tais como: leitura de textos, seminário, aulas desenvolvidas como práticas de experimentação, análise de filmes (Crianças Invisíveis e Documentário sobre o projeto Dark Side of the Moon do Grupo de Rock Pink Ployd) e observação das obras de Maurits Cornelis Escher. Foram feitas análises de discurso dos ensaios entregues pelos estudantes. Juntamente com a entrega foi realizado um seminário para apresentar os posicionamentos relacionados o que iriam entregar. A Alteridade foi a categoria central identificada nos textos lidos.

Ao escreverem sobre os temas de inclusão, identidade e diferença, três direções são dadas nas ideias e reflexões dos acadêmicos: a partir de uma experiência de si, de como compreendem-se neste processo a partir de uma relação intimista; outra, no sentido de posicionarem a inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais como um problema a ser resolvido, pois, é um sujeito que se afasta da média; e, por terceira, trazem para o debate questões sobre a infância, exclusão social, etnia, religiosidade, etc., como uma forma de traduzir um sentimento em que o outro está exposto. A alteridade, o ser outro como uma categoria que surge nos textos, mostra que os acadêmicos apresentam um entendimento em que a identidade é uma representação. Enquanto representação, a potencialidade que a diferença traz, aparece relacionada com anormalidade. Inclusão e diferença passam, a representar, neste caso, um enfraquecimento político de quem é capturado pela norma (LOPES, 20079).