62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 3. Fisiologia de Órgãos e Sistemas
COMPARATIVO DE DENSIDADE ÓSSEA DE RATOS WISTAR INDUZIDOS AO TREINAMENTO FÍSICO E SEDENTÁRIOS
Ruan Carlos Macedo de Moraes 1
Igor Cabral Coutinho do Rêgo Monteiro 2
Francisco Fleury Uchôa Santos Junior 2
Naiza Arcângela Ribeiro de Sá 1
Maria da Conceição Lopes Ribeiro 1
Alex Soares Marreiros Ferraz 3
1. Departamento de Educação Física - UFPI
2. Instituto Superior de Ciências Biomédicas - UECE
3. Prof. Msc./Orientador - Departamento de Educação Física - UFPI
INTRODUÇÃO:
O tecido ósseo por suas funções relacionadas a locomoção e a sustentação pode a primeira vista aparentar ser uma estrutura com pouca maleabilidade ou baixa atividade metabólica, contudo assim como todos os demais tecidos corporais, apresenta grande capacidade adaptativa e de remodelamento, reagindo aos vários tipos de estímulos dentre eles as ações mecânicas decorrentes das contrações musculares relacionadas ao exercício. A relação entre a atrofia e a hipertrofia é muito investigada em condições de atividade e inatividade física, mais basicamente relacionada ao tecido muscular. Entretanto ainda não tão discutida a nível atrofia e hipertrofia óssea em função do exercício em condições não patológicas. Sendo esse tema abordado basicamente quando relacionado a Osteoporose, doença óssea metabólica muito freqüente nos dias atuais, que se manifesta clinicamente pela diminuição na densidade da matriz óssea e por fraturas. Sendo, pois, a análise da densidade óssea, indispensável para o entendimento dos processos de remodelamento ósseo e o exercício físico um importante estímulo de remodelamento ósseo no sentido de prevenção de sua perda, o presente trabalho busca investigar essa relação.
METODOLOGIA:
Foram utilizados 12 Ratos Wistar, machos divididos em Controle (Cont) e Exercício (Exer). O grupo submetidos a exercício treinou 5 dias por semana, 30 minutos por dia durante 8 semanas. A velocidade foi aumentada gradativamente de 6,7m/min a 21,7m/min. O teinamento foi realizado no período noturno, sob luz vermelha. Após o período experimental, os animais foram anestesiados, com cetamina 60mg/Kg e xilasina 8mg/Kg e sacrificados por decaptação. Após o sacrifício dos animais de cada subgrupo, foi realizado exame radiográfico do fêmur dos animais em película de mamógrafo, em um aparelho Senographe DMR da GE®. A técnica utilizada foi a de 24kV e 14mAs, com a magnificação de 1,8. O tubo do mamógrafo foi posicionado verticalmente e as peças anatômicas colocadas em uma bandeja do aparelho a 20cm do foco de emissão, com a face anterior voltada para cima, na distância de 60 cm do filme. As peça de cada tempo estudado foram colocados na mesma película, sendo o tempo de exposição de 0,5 segundo. As peliculas foram escaneadas e, após a digitalização, analisadas por meio do software Image J por meio de densidade ótica.
RESULTADOS:
Utilizou-se teste T não pareado, pareado e correlação de Person para analise dos dados. A densidade óssea mostrou-se similar para todos os segmentos ósseos: Diáfise (Cont 56,86±12.20 / Exer 55,08±9.644); Epífises proximal (Cont 87.90±12.20 / Exer 79,40±19.51) e distal (Cont 88.92±20.20 / Exer.78.93±23.58). Podendo estar relacionado as características do exercício, exercícios contra-resisidos gerariam maior estímulo ao remodelamento ósseo; ao grupo estudado, amimais velhos poderiam ser mais suscetíveis a alterações em função do treinamento. Na comparação intra grupo, os dados do grupo controle (Diafise 56.86±12.20 / Ep.Prox 87,90±12.20 / Ep.Dist 88.92±20.20) e do grupo exercício (Diafise 55.08±9.644 / Ep.Prox 79.40±19.51 / Ep.Dist 78.93±23.58) mostraram uma menor densidade na diáfise do controle fato não observado no exercício. Tal comportamento pode ser atribuído a menor massa trabecular presente nessa região pela presença do canal medular. Podendo conferir maior suscetibilidade aos estímulos mecânicos decorrentes do exercício dando ao grupo treinado um desenvolvimento ósseo mais homogêneo. Outro dado que justifica essa afirmativa são os maiores valores de r de Person observados entre os segmentos do grupo Exer (0,869; 0,909; 0,952) se comparados ao Cont (0,477; 0,599; 0,790).
CONCLUSÃO:
A diferença encontrada entre os segmentos no grupo controle, apesar de ser esperada, por se tratarem de diferentes arquiteturas ósseas em cada uma dessas regiões, não foi observada no grupo exercitado. Além da influencia do exercício na dinâmica de remodelamento ósseo sugerida pelos altos valores de correlação encontrados nesse grupo, a pouca sensibilidade da técnica de analise aqui empregada pode justificar tal diferença. Da mesma forma essa baixa sensibilidade ou questões ligadas ao tempo e ao tipo de exercício aqui utilizados podem ter implicado na não observação de alteração na matriz óssea entre os grupos experimentais.
Instituição de Fomento: FAPEPI, FUNCAP, CAPES, CNPq.
Palavras-chave: Exercício Físico, Osteoporose, Atrofia Óssea.